COMENTÁRIO DA AMIGA VIVIANE FERREIRA AO TEXTO //**MÍRIADES CÔNCAVAS DE NADAS**//


Nada mais poético e cobiçado o ser humano independente, chegando até odes oníricas de tantas miríades do nada. Isso é lindo! Entre seus sinuosos espaços e continuos tempos dentro do in-finito, nostálgicos ou hodiernos, reflete a alma em ângulos in-flexos do subterrâneo do espírito. Isso é espetacular!!



Vivíane Ferreira



A verdadeira e profunda leitura é a da sensibilidade. Um texto hermético e complexo como este só a leitura da sensibilidade é capaz de desvendá-lo, des-velá-lo. A intenção fora esta: de-monstrar que as miríades de nadas, "Entre seus sinuosos espaços e continuos tempos dentro do infinito, nostáligocos ou hodiernos, reflete a alma em ângulos in-flexos do subterrâneo do espírito." Análise e interpretação de excelência feitas por Vivíane Ferreira.
Sinto falta destas leituras sensíveis da Amiga, mas ela não as faz mais. Jamais questionei a razão de não fazê-las mais, mas sinto muita falta desta "sensibilidade" tão primordial quanto a de Viviane Ferreira.



Manoel Ferreira Neto.



**MIRÍADES CÔNCAVAS DE NADAS**



Odes amorosas ou melancólicas, insensíveis ou nostálgicas, indiferentes ou saudosas, galhofa e primores níveas ou lilaseiro, avermelhas ou rosáceas, abrilhantem o fatal propósito, cintilem o declarado projeto, o perpetuo fado, o cobiçado ser independente, o sonhado verbo livre, para o despovoado arrebatar fundo, no âmago e ser seu, sua pertença,noctívago do entendimento, flectido já em existência sob a concepção do auge enlouquecidos, ciente da plúmbea expectativa do babel ressuscitado, eis o que me pretere a existência, preterita as ipseidades do quotidiano, contingências, em todas as suas extensões susceptíveis, razoáveis e intelectiveis, a sensualidade e os ossos, até mesmo as vísceras das entranhas.
Ser autónomo é apreciar a essência e entender com agudez e acuidade que o ser humano é a pessoa mais relevante do cosmos e que faz fragmento inseparável da existência, e sem ele nunca existirá contentamento, felicidade, alegria, em realidade o universo, a terra, a vida, sensibilidades e abalos que desimpeçam as entradas para auferir diferentes luminosidades a conduzirem os andares em comando ao imenso do bem-querer e da afeição..
Idolatraria, sim, coonestar as flores níveas, uma a uma, com as cores que deixei, com o pincel que abandonei nalgum cacifo do tempo, solicitar -lhes júbilo às minhas lágrimas, trilho a esse afecto oculto nos abraços protelados, nos contemplares afastados.
Con-vexos espelhos, anexos ao imaginário de distâncias indizíveis,des-conexas imagens, con-templadas em miríades côncavas de nadas, vazios, nonadas, com-plexos sentimentos dis-persos, mergulhados em amplexos des-contínuos, engrenagens de sofrimentos, dores, herméticas angústias e nostalgias, per-plexos olhos deambulando no in-finito, entre sinuosos espaços e ofuscantes luzes, in-vexas ilusões do perfeito em concha mais-que-perfeita de sorrelfas, re-versas pers-pectivas des-conexas, emolduradas na aparência etérea, efêmera, fugaz, volátil, des-contínuas de superfície lisa, em cujos atrás con-vexos re-fletem os sinais que compõem os ângulos in-flexos do subterrâneo do espírito, sarjeta des-lavada da alma.



Manoel Ferreira Neto.
(Rio de Janeiro, 16 de julho de 2016)


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