COMENTÁRIO DE Jacyra Gomes, ARTISTA-PLÁSTICA E POETIZA AO POEMA /**ARDÊNCIAS ERÓTICAS DA NAD-ITUDE**/


Na arte de ser e superar tudo, mas nos sentimentos da alma está contido . Sendo que relutam mais uma vez nos princípios da esperança sonhos e consciência da beleza interior .



Jacyra Gomes



**ARDÊNCIAS ERÓTICAS DA NAD-ITUDE**



A Arte e a Vida. Se se souber suprassumir e superar, trans-cendendo as con-tingências, a Arte é a pedra de toque para o Outro de quem somos, de quem re-presentamos. Contudo, só na Arte a suprassunção e a superação dos problemas existenciais nada significam, sentido algum tem. Faz-se mister tanto na Arte quanto na Vida esta suprassunção e superação efetivarem-se, realizarem-se. A vida e a arte devem harmonizarem-se, sincronizarem-se, sintonizarem-se - assim sendo, efetua-se o encontro real do Ser.



Manoel Ferreira Neto



Nad-itude de quimeras que abraçam as sorrelfas com volúpias
Eivadas das ardências eróticas do volo de gozar o in-finito
Esplendendo sêmens à revelia, na intimidade dos instíntos
Pres-ent-ificam os desejos de conceberem as nonad-itudes
Que atravessam, ultrapassam os instantes-limites do ab-surdo
De serem os verbos do não-ser a origem do efêmero,
Da dialética das trevas e da iluminação,
De serem as regências in-fin-itivas da esperança
As ipseidades incólumes da náusea,
As facticidades insofismáveis das angústias seivadas de melancolias.



Nad-itude de fantasias que osculam os idílios com fissuras
Compulsivas de comungar etern-idades e efemer-idades
Originando o nonsense niilista da a-temporalidade
Em cujos recônditos, ao invés da razão e das subjetividades,
Habitam os instintos da verdade e do absoluto
Que tecem aquilo de o desejo ser revelação unica e exclusiva
Do que falha, do que falta, dos lapsos
Em cujos interstícios, ao revés da sensibilidade e do logus,
Habitam as sensações do perpétuo que in-versa os ventos
Que sopram dos terrenos baldios da alma os éritos
Forclusivos dos sonhos impossíveis que são manifestações
Lídimas de fugas do "eu"
Da perfeição perfeita do pleno que ad-versa os orvalhos noctívagos
Que respingam nas folhas dos solipsismos temporais
As gotículas frias dos verbos defectivados
A efectivarem as imperfeições subjuntivas do in-fin-itivo
Por mais que isto des-ative por completo, in totum
A arte da memória de trans-literalizar o que re-colheu e a-colheu
Das dialéticas e contradicções dos dogmas e divin-itudes
Metafísica e gnoses dos preceitos e sublim-itudes,
Suprassumindo e superando conceitos e categorias do Ser...



Nad-itude de hipocrisias que tocam e acariciam com ternuras
Os interesses e ideologias de seguranças e tranquilidades
De degustarem as delícias, sabores dos sorrisos e semblantes
Limpidos, fisionomias alegres do presente sem as dificuldades
Do amanhã de contradições, de con-tingências miseráveis,
Sem as responsabilidades e compromissos de caráter,
Personalidade, condutas éticas e morais, posturas autênticas,
Sem a dignidade, honra, hombridade da identidade,
Sem os princípios do verbo e do ser,
Que, alfim, negligenciam as buscas da liberdade,
Refutam a mortalidade, o leito de flores da etern-idade,
Negam com veemência as virtudes e valores inestimáveis,
Esperanças, sonhos, utopias,
Consciência, estética, a beleza do belo...



Manoel Ferreira Neto
(29 de julho de 2016)


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