**MOLDURAS EM IMAGENS LÚDICAS** - Manoel Ferreira


Send-éresis de perfeições
Per-fazendo o longínquo do horizonte
De átimos do tempo a pré-figurar imagens inauditas,
A ers-pectivar abismos,
Refestelando no alpendre
Entre a rede e a amurada a luz da lua,
Enquanto vaga-lumes piscam-piscam
Os milésimos de segundos no relógio da parede.



Sentidos, toadas de primevos tempos compassam abalos, re-miniscências. O ânimo vaga-bundeia pelas tortuosas voltas da existência, per-vagando de devaneios quereres, centelhas de sol, recaindo nas águas, a res-valarem vagarosas no rio sem ribas, percorrendo veredas, perpassando horizontes de simulacros, a-nunci-ações na fenda da alma. Blandícia de amor ampla de aspirações, eloquências de derretimento contaminados de arrebatamentos,
Concupiscência de deleites e pancadas de deleitação, fulgurando bem-estar à luminosidade de ápices a aprumarem nuances de transitórios delírios a favor de quimeras jovens, concepções às cavalitas de esvaziados inomináveis.



Vered-íriadas pers-crutando no abismo
Dos desejos estéticos
Do pretérito de efêmeras quimeras
As sorrelfas de sonhos idílicos e lúdicos
A projetarem no vazio de entre montanhas
Raios numinosos de sol,
Enquanto as ovelhas pastam serenas no campo silvestre.



Alma re-fletida no re-verso espelho do ser pro-jetado ao longínquo infinito
Por onde nonadas eid-ificam travessias, por onde vazios eid-eter-izam imaginárias perspectivas ab-solutas de molduras em imagens lúdicas do jamais que presentifica a lucidez do há-de vir de nada a gnose do inaudito
De vazio a impura razão do mistério, de não-ser o puro intelecto - desejo do saber o vento sussurra no horizonte de além, o alvorecer de sonhos, anunciação do Ser re-vezando de antemãos de versos a estrofe eid-ética da estesia, a chave de ouro estética da beleza des-paradisíaca, eldorado do jamais absoluto de utopias, águias do espírito sobrevoam o além con-tingente da esperança, condores alçam vôos profundos ao aquém espiritual da fé, pássaros trinam cânticos em louvor à etern-itude melódica do Ser, Amor, Esperança, Fé, Desejo, Vontade, Ser gnose de Nietzsche ao re-verso da cruz.
Se se pode acreditar seja a plena realização da liberdade de criar uni-versos da plen-itude, vivenciando a inspiração, em cujo eidos habita o espírito da alma, em cuja essência reside a alma do espírito, que versificam os volos da peren-itude averbalizada do ser eivado de sublimes êxtases da perpétua querência de ab aeternum entrelaçado de glórias e júbilos rumo ao neoclássico simbolismo do vir-a-ser, romântico expressionismo do não-ser? Se se acreditar é crer esta seja a verdade originada e concebida nos "stícios" da liberdade , lá nos "inters" longinquo do verbo vestem o real da perfeição e dignidade, o melhor é rasgar o tempo de suas dimensões, acender o fogo na lareira dos idílios, tornar cinzas as utopias da morte que liberta as contingências da carne.
Jamais, e será sempre nunca, arrebitei a cauda à luz dos confins e arribas o que digo seja o lince cristalino da trans-cendência, espírito do além, além do espírito, sim simples divagações de um seresteiro peregrino, serenateiro - quê termo ridículo de mesquinho! - solitário no desereto oas-iético das vacuidades e cavernas do nem nunca jamais, deste sem aquele, refletidas, ad-jascidas na concepção de luz que numinará os its-ícios do inter impressionimso da esperança, em cujas docas do mar do prazer estão incrustadas até o corpo do finito as ondas inauditas do verbo infinitivo do ser. Não as mono-éticas do presente e da consumação dos tempos, dia-lética da gruta das estalactites dos pingos de água.
Vida... Vida além da vida. Esperança do ser verbo que des-ossa o pecado original da palavra bíblica, além dos ócios pretéritos da mais-que-perfeição à luz dos simples ipsis marítimos do jornadear ao infinito das figuras linguísticas da divina heresia.



Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 16 de julho de 2016)


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