*SER NA ESSÊNCIA DO NADA* - Manoel Ferreira


Que nos rastros hão de encontrar
O cristal do amor, do orgulho, da inquietude
E da paixão
Obstinada na labuta de sonho pelo ser humano.
Que nos traços hão de garimpar
O diamante da solidariedade, da compaixão, da amizade
E da cáritas
Alumiadas de princípios, ideais.
Deixo como presente
Força, vitória, e exemplo de vontade de viver,
Deixo como herança
Esperança, fé, desejo de in-versar o "eidos"
Do ser na essência do nada
De re-versar o "núcleo"
Do verbo na regência do in-finito.



O orgulho, a inquietude, as paixões
De meus sonhos em delírios,
De minhas utopias em êxtases,
De minhas esperanças em solilóquios de gozos
Hão de arrebatar os algozes da humanidade,
Como chama ardente a consumir
A obstinação do sofrimento de ser feliz sem se curvar
Aos pés dos burgueses,
A compulsividade da dor do desejo
Perdido nas ilusões de aléns-em-aquéns,
Tergi-versado nas quimeras de aquéns-em-aléns.



Sou homem inteiro
Feito de todos os homens,
Com uma parte de Deus,
Outra parte do diabo.
Inteiro da testa ao coração.



Sangue.
Emoção.
Sensibilidade.
Pensamento e razão.
Erotismo.
Paixão, loucura, sonho e infortúnio.
Carne.
Pá-lavra. Pá-lavra. Pá-lavras.



Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 14 de julho de 2016)


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