**CANETA PARKER 51** - Manoel Ferreira


Instruí que a perspectiva da imagem da luz que incide no espelho efêmero das sorrelfas é re-versa de raios, in-versa de cintilância; que as maresias corroem as pedras do caminho para as montanhas onde as ondas do mar se batem; que os pecados que esconjurei de minhas entranhas fosforesceram de malign-itudes no entardecer da etern-idade, brilharam na eter-itude no crepúsculo do absoluto; que as vaidades escorraçadas dos interstícios de meus instintos foram glorificadas no covil de gênios, e quase tive um piripaque quando a imprensa escrita divulgou na manchete e escreveu matéria sem único verbo; que a egrégia verdade do jamais sempre jamais é a idéia do infinito refletida no côncavo con-vexo do espelho do obtuso incidindo a essência do nada, o espírito do vazio que a estrada de poeiras metafísicas é o caminho mais curto para o inferno da psicanálise de forclusions da plena consciência; instrui que o rio sem margem, sem pressa é a origem da fonte que jorra o etéreo eterno do tempo de subjuntivos infinitivos, de particípios gerund-itivos que são visões que são plenas existem na minha mente permanecem nos sons do silêncio; que o buraco mais fundo não é o do abismo, sim o do entre a verdade do póstumo e a in-verdade do eterno particípio da esperança, que a pena de galo velho molhada na tinta Parker 51 inscreve na lousa dos tempos a risada esgarçada da crença na crítica da razão pura; que o "fogo de Santo Antônio" é o fármaco para tornar os mistérios da inconsciência em consciência da crítica da razão crítica, que o obtuso re-versado de in-versos do nada vers-ifica as miríades do sublime, ver-seja as plen-itudes do não-ser evangelizado de ser-tão de veredas.
Re-versas emoções de re-nascer à luz de outro estilo, re-vestido de linguagem diferente, não mais novo, resplandecendo a juventude, ideais idílicos de glórias, não refazendo a maturidade, envelando o tempo, mas mostrando o ser do verbo vida ser puro outro de alma, sonhos novos dentro de esperanças novas, estas dentro daquelas, projetando no infinito sentimentos e idéias que esplendem querêncas de viver sob a liberdade de outros experiências de viver sob a liberdade de outras vivências que indiquem metamorfoses, abertura à presença da plen-itude, emoções e desejos que revelam travessias dos pensamentos pensando o pensar ao trans-cendente da sabedoria e conhecimento, trans-cendendo o espírito do subterrâneo, alcançando a superfície dos caminhos a serem per-corridos, andados à mercê sempre do há-de vir.
In-versos sentimentos de re-fazer à mercê de outra linguagem as desejâncias de outrora, re-vestida do prazer e gozo de brincar com as letras góticas das esperanças de os verbos serem a travessia para a sabedoria, de o ser verbalizar a espiritualidade da Vida, passeio livre e leve no topo da colina aos toques do vento de leste, vislumbrando o além, alçando o vôo pleno para as etern-itudes do eterno, do imortal.



Manoel Ferreira Neto.
(17 de julho de 2015)


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