Sonia Gonçalves POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA O AFORISMO SATÍRICO Entrada no Banquete Platônico das Virtudes $$$


Texto de relevância, grande escritor em suas virtudes e competência filo-poética, filosófica, pensamentos com categoria de quem observa cada detalhe da vida que nos faz contorno. Importante é seu texto como um menino filósofo e pedinte nas veredas das ideias, por onde passeia e vai presenciando o solo trincado pela secura e ausência do sol, a falta de chuva e d'água para a fartura da terra, e mais que isso a aridezes das almas que nada cultivam, nada dão valor, cultivam o fútil e não dão certo, pelo vago que se cultiva, falta chover "bençãos"de fato? Ou falta apenas apanhar as "bençãos"que nos é fato!? Aplaudindo seu maravilhoso texto, além de conter nele uma poética esplendorosa, contém nas entrelinhas uma mensagem de relevância para todos os que se encontram na categoria de humanos com humanidade.Parabéns, mestre Manoel Ferreira Neto!👏👏👏👏👏👏👏👏👏

Sonia Gonçalves

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ENTRADA NO BANQUETE PLATÔNICO DAS VIRTUDES

GRAÇA FONTIS: PINTURA

Manoel Ferreira Neto: AFORISMO SATÍRICO

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Dizei-me

Ser equívoco que,

Lá fora,

Está muito frio para anjos voarem,

Sacis-pererês pularem e dançarem ao

Redor da cabana de Chapéuzinho Vermelho e Avó,

Protegendo esta do lobo mau!

Sininho à janela da alcova de Rapunzel,

Vidro descido,

Olhando-a ao espelho escovando os cabelos,

Antes de entrelaçá-los para dormir,

Considerai

No íntimo as achas da liberdade estão crepitando,

Lâminas de chamas no ar meio que embaciado!

Lágrimas de sol vertidas efervescentes deslizando

Na face,

No peito,

O vazio de nada preenche as quimeras

Do livre-arbítrio,

A solidão de nonadas aconchega os pensamentos,

O mundo com serena e suave carícia,

Pensai

Com percuciência e sabedoria

Os sonhos se aquecem!...

As utopias prescrevem-se!...

Os ideais envelhecem!,

Mister outras visões além de luzes e sombras.

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Dizei-me estar certo ou não,

A música para embalar

As travessias dos ideais à fé está composta,

As performances corpóreas delineadas, trabalhadas,

Ópera dos 20 Réis,

2,300 para pagar, 17,700 de troco,

As emoções divagam nos uni-versos da alma,

#Aprés#-sentem os vazios e nadas que perpassam os Abismos em cujos re-cônditos

Habitam as esguelhas e soslaios do olhar

Às distâncias preliminares do deserto, quando se perde nas nuvens brancas celestes e o brilho inapreciável dos raios ardentes do sol, o ritmo, a melodia, acorde, musicalidade se comungam sintonicamente com os verbos de regências do espírito de saborear o invisível do visível!... Não é isto a verbalização do ser na preliminar de sua luz de viver o ema do pó de êxtases do sentir o instante limite?

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Fazei chover

Nos bosques solitários, habitados de volúpias de esperanças

Da paisagem lúdica da orla marítima, a ilha de sereias

Da maresia exótica dos odores do prazer e satisfação!

Nas ilhas de vagabundos, cavaquinhos, violões e gaitas, a intenção é sempre passo à frente, retinas e linces resplandecendo-se, felicidade e alegria por sentimentos, sensações, emoções que perpassam o coração e a alma!

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Fazei chover

Nos becos sem saídas, do ritmo das gotículas de água

Re-nascer a cáritas da canção da peregrinação nas sendas da colina dos ventos uivantes, o lobo sentado, perscrutando a lua cheia! Nas trilhas do Vale dos Hereges Renegados, o monge chupando uvas colhidas no alvorecer de outra manhã na caminhada pelo quintal de sua cabana!

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Fazei chover

Nos lotes vagos, dos detritos, do solo trincado pela luz do sol, grama seca, a concepção de ideais cujas inspirações e intuições são as verdades atrás dos verbos de utopias, onde todas as coisas emitem lâminas de in-fin-itivos con-jugando as pers e pros de pectivas do que ascendem as vontades, do que inspiram as fantasias e quimeras!...

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Fazei chover

No quintal de limões, cajus, bananas, jabuticabas, uvas, e que o sabor das frutas despertem a saliva da língua para eivar, seivar as pulsações cordiais de sentimentos da palavra, as gotículas de chuva toquem a sensibilidade e fá-la res-plandecer no horizonte de todos os ex-tases!

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Fazei chover

Nas alamedas boêmias, inspirando os itinerantes a bailarem amores não cor-respondidos, sonhos não realizados, desejos frustrados, alfim suas tragicomédias românticas, pequenas paixões apaixonantes, far-lhes-ão com toda a pomposidade sentir-se proscritos, buscarem as heresias como anestesia e compensação, quererem as vascas como aperitivo, entrada no banquete platônico das virtudes!

#RIO DE JANEIRO(RJ), 1O DE OUTUBRO DE 2020, 11:30 a.m.#

 

 

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