#MÚSICA CHEIA DE PERFÍDIA E GRAÇA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: DITIRAMBO $$$


Quero o acorde do in-audito e inter-dito,

O que quero, o que sonho nos recônditos do espírito

É música,

Seja ela jovial e profunda como uma aurora de

28 de outubro, satírica como as de Bob Dylan,

Seja des-envolta, terna,

Isis, a doce donzela cheia de perfídia e graça,

Em minh´alma leve toque nas cordas do violino,

Terno sopro na gaita,

No mistério e enigma da pre-posição do nada,

Gotas paulatinas de ouro deslizando na superfície

Vazia, ébrias se perdendo, esvaecendo-se no crepúsculo,

Regenciando o verbo transitivo indireto da travessia

Ao vazio que re-colhe e a-colhe melancolias e nostalgias

Defectivas de origens e raízes, prenhes de utopias

Da perfeição perfeita do verbo in-finitivo da verdade,

No cio de ideologias

Da imperfeição que concebe as jacências do efêmero

Rogando ao eterno a dádiva do des-contínuo,

Pedindo a Deus que desfaça a sua desculpa:

"Eu não existo", diante dos pedidos de milagres,

Redenção e Ressurreição,

Dádiva da morte morrida de morrer,

De morrer a morte morrida,

De morrido, o morrer da morte

Re-nascer do Ser que busca a Contingência,

A idéia de defeitos

Torna a beleza mais interessante,

O pensamento dos equívocos

Torna a filosofia suprema nos seus valores e virtudes

Do questionamento,

Torna a poesia elevada nos seus versos abissais,

Estrofes subterrâneas da espiritualidade,

Sonetos marítimos do intelecto...

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Caminho entre os mortos, com eles entabulo conversas,

Conversas para enganar sábios, tripudiar trouxas,

Engabelar gênios como os que se encontram

Na Literatura Contemporânea,

Eivados de orgulho e vaidades os mais súperos,

Intestinais, alimentando-se de "batata doce" e "cebolas",

Não percebem os sarcasmos e ironias...

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Enquanto os bois dormitam no curral,

Acabados de chegar do pasto,

Sapo coaxando à beira de um córrego próximo,

Sobre coisas do tempo, negócios do espírito,

Desfiando a recordação

De que a Literatura hodierna brasileira

Estraga as melhores horas de devaneio e desvario,

Perscruto o matagal que circunda a choupana

Em que resido, habito.



#RIO DE JANEIRO(RJ), 28 DE OUTUBRO DE 2020, 10:31 a.m.#

 

 


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