Sonia Gonçalves ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O POEMA Verdum Cognitivo do Espírito que Sonha. $$$


Bom dia 😘um belíssimo texto, crítica de excelência, as utopias prescrevem-se?Acho que sim, com o passar do tempo os soprares de ventos e mais ventos...Vamos deixando velhas fantasias vestidas, fabricadas por nós e vamos nos vestindo de novas quimeras mais modernas e arrojadas, condizentes com nossas mentes mais "evoluídas". Parabéns, texto de excelência! Bjos.

Sonia Gonçalves

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#VERDUM COGNITIVO DO ESPÍRITO QUE SONHA#

GRAÇA FONTIS: PINTURA

Manoel Ferreira Neto: POEMA

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Lembranças remotas

Presencio instantes a fertilidade da imaginação

Transformou em devaneios,

Inscrevê-las no papiro das vivências,

No hieróglifo das náuseas,

Ardentes as sensações de liberdade,

Inda que à revelia dos segundos

- a memória flui livre.

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Con-verso a poesia dos sons sem rima,

Métrica, sonorização,

Entabulo os sentidos a alma envia à língua,

Arrabisco as intuições, garatujo as percepções,

Perco-me no espaço invisível dos inter-ditos,

Tomo um gole de metáforas e metafísicas,

Sinto o sabor dos sonhos e utopias,

Saciando-me a fome,

Não tripudiando, trafilhando as sensações famintas

De alguma visão de consciência,

De sensibilidade, solidariedade, compaixão

"por sua inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual",

O indivíduo sem o Verbo do Ser,

O individual sem o Espírito do Silêncio,

Nestas palavras, ausentes sentimentos, emoções,

Espírito do Sonho e da Vida,

Mente desvairada, devaneada...

Poesia? Literatura? Arte?

A penas o abismo sem fronteiras.

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Sou quem me extraio do nada a que aspiro

Existo porque penso

E pensar as palavras que pronuncio

Desejo expressar o que penso não pensar,

O que não pensar das contradições, nonsenses,

Olho com satisfação, sobre a folha branca,

Por entre as linhas que tracei,

A serpentina comprida que é o

Sentimento de existir.

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"Transitivo verbum fremente" refina

O voo às amplitudes do espírito que sonha o ser,

"O verdum cognitivo vaga mente"

Em plenitude flora suave,

"Mesmo em sublimes cantos de esperança",

"Mesmo em momentos de ruminâncias por dores atrozes,

Danças de utopias e sonhos, fantasias e quimeras",

Se as palavras me legam o reconhecimento de quem

De silêncios em silêncios,

Desfia os fios de lã do destino,

O que posso fazer ou a elas responder

Senão me levem nas suas asas

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Até hoje perplexo ante a concepção do inaudito,

E não era fantasia, idéia vaga que o cognitivo transitiva,

Longos anos levaram, tudo fora definitivo,

As utopias prescrevem-se dentro dos tempos,

Não retêm forma, cor ou lembrança,

Delicada modelagem de um cristal,

À Zuzu Angel o figurino estético de arte da costura,

O espírito escolhe, o olho visita,

A música depura, destila a fragilidade das carências.

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Dizer sim a mim próprio, eis um fruto amadurecido,

Um fruto tardio,

Quanto tempo teve de estar este fruto,

Ácido e verde, pendurado na árvore?

Não podia prever a sua vinda,

Por mais que na árvore tudo estivesse preparado,

Somente aquando a visão, o paladar, o olfato comungados

Comungassem-se por inteiro, saberia o tempo,

Sementes plantei com as chamas dos sonhos

Para que na memória mistérios e cores sombrias

Encontrassem o fundo da eternidade,

Cunhassem moedas de gelo...



#RIO DE JANEIRO(RJ), 08 DE OUTUBRO DE 2020, 13:19 p.m.#

 

 


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