#AURORA PARA TODOS E NINGUÉM - I PARTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA @@@


Epígrafe:

"Olhei demais para dentro do Vazio."(M.F.S.)

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*Corres-pondência* entre quimeras e debiques

do plausível das des-virtudes,

verossímil dos amorais e imorais des-valores,

Reverberar as contradições entre duas proposições

Filosóficas, igualmente críveis,

Entre os deveres que sacralizam a escravidão,

Algemam os pensamentos à Oliveira das dores e sofrimentos,

Acorrentam as idéias e ideais à ressurreição, redenção,

Cárcere de Interdictos, culpas e pecados,

Existindo apenas na brancura, branquidão das nuvens,

Entre os direitos de contravenção das leis,

Abrindo as cancelas para a dignidade e honra,

Derribando porteiras que dividem preceitos, ideologias,

Preservando os princípios do livre-arbítrio,

Desperdiçando as vaidades da fraqueza, incapacidades,

Orgulhos das servidões,

Invejas das capachices,

Espremendo os miolos para compreender, entender

A angústia surge do momento em que o sujeito está Suspenso entre um tempo

Em que ele não sabe mais onde está,

Tempo de outra visão do saber e sabedoria

Ou tempo apenas para desmanchar os nós górdios?,

Em direção a um tempo onde ele será

Alguma coisa na qual jamais se poderá reencontrar,

Do aceitável das imoralidades,

Do cabível, tolerável das indecências dos instintos e libido,

O ser humano deve ele se expiar

De ser tão capaz enquanto realidade,

De ser tão engenhoso com as coisas reais,

Facilmente tornando-as racionais,

Com a consciência que visa sempre

A morte de outra consciência,

Lealdade, fidelidade além das contingências,

Como não merece respeito

À medida

Em que deseja,

Aquando anseia sofregamente o sonho realizado,

Os meios justificando os fins sob todos os níveis,

Visualização, entendimento,

O coração pulsando de inquietações,

Dúvidas, medos, inseguranças,

E sensações de as pontes

Reconditarem as imagens de emoções

E sentires, in-viáveis, in-visíveis, inauditos,

Das ausências e carências que residem no âmago,

Sem quaisquer perquirições,

Simplesmente os espectros no instante de baile,

Bailando no verso da alma,

E no verso da alma perspectivas do prazer,

Não só do corpo na performance dos passos,

Do ser por inteiro,

Nas carências e ausências que residem no íntimo,

E re-versa os olhos profundos,

In-versa a boca calada,

Ad-versa as idéias mudas,

A-versa pensamentos e utopias...

Aurora para todos e ninguém!

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"... consideração subjectiva,

mesmo criticamente acutilante

acerca do "si-mesmo",

gruda-se um factor sentimental

e retrógrado, demodê,

algo do plangor pelo percurso

do mundo,

que seria de declinar não pelo

que neste há de bondade,

compaixão, solidariedade, humanidade,

mas porque o sujeito que se

deplora ameaça entorpecer-se

no seu jeito de ser,

consumando assim de novo

a norma do curso do mundo,

a regra do correr do tempo,

cláusulas, emendas do pensamento."

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Riscar "arco-íris lírico" nos subterrâneos do espírito, "Esfarrapar" os sonhos "soniais",

Sons de conflitos, frustrações, fracassos

Son-ética de complexos, son-emática de impotências,

Son-istica de depressões,

Son-ísica de tensões,

sonos "des-ritmicos" esfiapar,

viver um viver essencial

existir... in totum.

Depois do ato de amor não advém uma certa nostalgia?

A da plen-itude. Eros e Safo se comungando no jogo

Climático de sensações divinas,

Ditos e interditos no jogo do prazer e proibições,

É que a realidade parece um sonho.

Acordo-me de fora para dentro,

Os olhos abrem-se, re-começa a trajetória das utopias.

Tudo limpo do retorcido desejo humano,

Pequeno crescido sou, cresço o ser pequeno,

Ofereço-me o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Viver que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto da comida. Diante de profusas investigações, considerando análises e interpretações, não pagara a antemão do sofrimento, mas o preço das dores no itinerário do sentimento de existir foram dilacerantes.Tudo como é, não como quisera. Tudo no momento em que o tempo proporciona. Só ec-sistindo, e todo, por inteiro. Assim como existem as montanhas. Assim como ec-siste um vale de flores.

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Sendo virtuoso, o homem não experimenta alegria de existir, se em cada uma de suas ações, de seu agir,

não tem consciência de sua retidão, valores morais,

por mais aconselhável, favorável que lhe seja a sorte

no que se refere a seu estado físico;

mas para torná-lo primeiramente virtuoso e, por conseguinte, antes mesmo que estime em alto nível

o valor de sua existência,

a paz da alma é resultante da consciência de uma retidão

da qual não tem, evidente e efetivamente,

qualquer noção

Vice-versa às vontades de alegria, desejo do prazer,

se sabe o que ela re-presenta,

o ser é resultante de liberdade e atitude,

o que mais quer então é trilhar as vias.

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Falo comigo em tempo metafísico con-tingente, e as palavras des-abrochadas exalam o sentido de fazer, tecer, construir os passos em con-sonância com a liberdade, a consciência do que habita os interstícios da alma,

a solidão do "eu"; silêncio do outro

e os sentidos exalados são eles mesmos,

são a visão da vida interior,

conhecimento do mundo, verbos do espírito de existir.

O que o homem guarda no inconsciente a sete chaves

É o "eu" ou o "outro" deste "eu"

À mercê das etiquetas e diplomacias

Para não vivenciar os juízos e julgamentos do outro,

Ovelhas de presépio?

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Sem resquícios nenhum, viver não existe. A vida interior consiste em agir como se o entendimento nada fosse, se a compreensão não corroborasse a inspiração de outros sítios em que as quimeras são o fruto da felicidade, a fábula do verbo e espírito do silêncio sejam o que completa e preenche o existir, nada re-presentasse, como se da linha do horizonte é que viessem vindo a luz, o som, o silêncio, a solidão, e na síntese o sentimento visível do invisível, fotografia colorida fora de foco, e na antítese a emoção invisível do eterno na continuidade do vir-a-ser, em imagem branco e preto que esplende suas sombras e luzes, na tese a consciência do verbo revérbero,

regências corroboram anseios da felicidade,

perquirindo as perspectivas de síntese e adesão das dimensões "fora" e "dentro",

luminando nos entrepostos o ser apto à vida,

o poemático dentro de uma dialéctica contraditória

da existência que não vive, do viver que não existe.

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É que olhei demais para dentro. É que olhei demais para dentro do Vazio...!

#RIO DE JANEIRO(RJ), 01 DE OUTUBRO DE 2020, 06:58 a.m.#

 

 

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