#SENDA DE PREÂMBULOS LUZIRES# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ====



Às inestimáveis amigas Maria Vicentina e comadre-amiga Nívea Maria Matteoccii(sua filha), beijos nossos.
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Remam teogonias, alegorias,
À distância longínqua,
Poemas tocam esperanças
Próximas às utopias sensíveis,
Íntimas às vontades,
Flor breve e miraculosa de profunda comunhão.
À mercê das palavras,
Prosas versam quimeras do tempo,
Versos proseiam sentimentos invisíveis,
Enquanto durmo, enquanto no sono saboreio o indizível,
Invisível metafórico e metafísico, ontológico,
A inspiração é pouca, tiquinho de miséria,
Miséria aos tiquinhos gotejando,
De volúpias chamejantes, segredos
Sinto o imaginário imaginado
Envolvo-me em carícias folhosas,
Cadência de sons
Musicaliza a sabedoria que preenche o vazio,
Violiniza o saber e as dúvidas que se prolongam no tempo,
Citariza os medos e as inseguranças,
Guitarriza os tremores, temores, desespero humanos
Sobre o que é amor, sobre o que é o Ser,
O que sei é que esta evidência inicial
Espera-me no fim de todas as conquistas
Para que o ciclo se feche - o ciclo, a viagem mais perfeita.
Poesia re-versa da senda de preâmbulos luzires,
Veredas de estrofes lúdicas avessas
Às dimensões do sublime
Aportam no recôndito das metafísicas
Do puro e essência,
A flor o cálix inclina
As folhas, levam-lhes o vento,
O perfume, aspiram as carências íntimas, profundas,
Limites no jardim da existência,
Saudade ou aspiração a avidez do bem sonhado,
Vestígios e lapsos do ânimo que
Esclarece a eterna chama de utopias?
Tão só arrabisco o som de minha alma
Nos interstícios do verbo habito
Trafulhando com ele no sem-fim,
Vereda estrangeira,
Mas que sempre merece palmilhar.
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Sou tão pequeno, sem tamanho,
Frente à vida, às coisas do mundo,
Dogmas artísticos, preceitos religiosos,
Conjunturas sociais e políticas,
Mentiras científicas,
Nada há que possa medir essa pequenez,
A voz real dessa pequenez a morte revelará límpida,
Insisto, persisto em perscrutar a eterna chama
Da esperança,
Traz ela um sorriso na face,
Sorriso de homem cujo silêncio
Pronuncia o sopro das lendas
Incorporado ao coração dos mitos
Mar de ilusões e desejos do nada,
Orla e pier oceânicos de recordações,
Respingado de arbítrios que emitem
Sonoras regências do divino.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 25 DE OUTUBRO DE 2020, 11:07 a.m.#

 

 

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