ORQUÍDEAS DO VALE - PSICANÁLISE DO FOGO E DA SEDUÇÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ====


 

Nuvens brancas

Sol de verão,

Passos comedidos

Ondas do mar...

====

Amor, verbo de ser que ilumina os sonhos

Resplendendo de felicidade os interstícios da alma

Ascendendo de quimeras a continuidade do tempo.

Amor, esperança que numina os recônditos

Dos desejos solenes do absoluto, re-presentado

Pelas alegrias do ser-para o eterno,

Metáfora da compl-etude.

Amor, sonho que a-lumbra os volos

Do prazer e clímax das contingências da dor

Amor, tempo do espírito que concebe

Sentimentos de entrega à alma dos sofrimentos.

====

Nuvens azuis

Raios numinosos no alvorecer...

Brisa...

Vento...

====

Amor,

Querência de harmonia entre

O nada e o eterno das sublim-itudes

O vazio e a ausência do ser

Amor,

Con-tingências do efêmero

À busca da luz trans-cendente

Que trans-eleva as angústias do tempo

Amor,

Con-templações da vida

Na continuidade das dialéticas do ser e não-ser

Amor,

Ilusões, fantasias do verbo

Que se torna carne no encontro dos corpos

A entre-laçarem vontades do pleno e do divino

Que se conjuga, regencia com atitudes, ações.

====

Universo de azul celeste

Horizonte de espaço infinito...

====

Amor é angústia do tempo

No ser das nonadas dos instantes-limites

Na alma das travessias do vazio ao pleno

Das sin-cronias, sin-tonias do sublime.

Amor é nostalgia do caos à luz do genesis

Às cintilâncias da morte

Amor é melancolia do cosmos

Às chamas da lareira à soleira do abismo

Que trans-concebe os raios da eternidade

Amor é saudade do crepúsculo de ocasos

Que trans-sublima a náusea da eternidade.

====

Estrelas cintilantes

Lua brilhante

Noite serena...

====

Amor é olhar o outro com o lince

Do respeito, da entrega à balada

Da vida vivenciada de desejâncias

Amor é con-templ-orar o ser do verbo

Outro do outro, consumando a carne

Da alma, o espírito da carne

Amor é vivenciar no vivenciário,

Vivencial do tempo e do ser,

As dores do nada e do efêmero...

====

Amor é poesia in-condicional

Que verbaliza a alma

No seu movimento de sonho e esperança

Da felicidade, prazer, do espírito do ser,

Das utopias da perfeição.

====

Poesia in-condicional é amor

Se mudar os jogos da mente,

Se jogar as cartas da verdade

Nos versos e estrofes do desejo e vontade

Da alegria, contentamento, felicidade.

====

Poesia é in-condicional amor

Que trans-eleva os desejos da beleza da entrega

Ao outro lado das emoções de sentir a plen-itude,

De viver a in-fin-itude de sentimentos e emoções,

Beijo, abraço, toques, carícias, afagos,

Mãos entre-laçadas.

====

In-condicional é poesia-amor

Que tece com os fios da eternidade e do infinito

As lâminas de luz que incidem no silêncio das estações

Da sedução, do lúdico, do verso-uno, da paráclise do ser,

Koinonia da entrega e cor-res-pondência.

====

Poesia in-condicional é amor

Amor aos lírios agrestes, estesia do espaço

Amor às palavras pronunciadas ao som

Da sensibilidade e emotividade do coração

Amor ao silêncio que recita o espírito

Eivado de dimensões da leveza do ser

Amor ao verso-uno dos corpos

Que se sintetizam aos sibilos dos desejos de êxtase.

====

Amor

Que convida a re-colher na solidão o presente na sua presença

De re-fazimentos, renovações, inovações dos sentimentos

Que sonham o sonho de sonhar o divino da perfeição,

A contingência da verdade

Amor é poesia in-condicional

Que se re-colhe à natividade da raiz,

De re-tornar ao sem fundo e fundamento,

Ao abismo do ser.

====

Amor

Que evoca o sumo da plen-itude.

Amor é poesia in-condicional

A de-ferência mais íntima da interioridade

De nós mesmos, dos outros ou de qualquer coisa.

====

Amor

Que tem o ser de flor na própria florescência,

No vigor e natividade da floração.

====

Amor, tudo está tão claro na mente

Antes de dormir, sonhe amanhã de outros

Instantes de nossas entregas, doações,

De mãos dadas passeando na orla do mar,

Atravessando as ruas, avenidas, alamedas,

Ouvindo músicas no automóvel,

Sin-cronizados, sin-tonizados em nossos sentimentos

Mais profundos, mais verdades, mais reais,

Trocando dedos nietzscheanos de prosa,

Con-templando nos interstícios de nossos volos

Da felicidade os lírios agrestes

Que sin-estesiam a poesia do verbo amar.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 22 DE OUTUBRO DE 2020, 06:09 a.m.#

 

 

Comentários