LANÇAMENTO DA DISSERTAÇÃO EM FILOSOFIA #Alteridade do outro em Sartre”, Manoel Ferreira


Antônio Carlos Fernandes. Historiador. Professor da Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina. Professor do Colégio Diamantinense/Pitágoras.

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POST-SCRIPTUM:



Quem presidiu o discurso de minha Dissertação em Sartre foi Wander Conceição, aos 23 de setembro de 2003, na Boutique Cyrillo, de propriedade da nossa saudosa amiga Martha Moura, artista-plástica(pintora), e suas irmãs Mariinha, Mércia e Maria Hermínia. Toninho Fernandes no momento do lançamento estava em reunião na Associação Comercial e Industrial de Diamantina. Assim, coloco uma foto de Wander que não foi tirada no evento.

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Em 1979, Manoel Ferreira lança seu primeiro livro de contos, Cont.Ando, em parceria com Paulo Ursine Krettli. Escreve crítica literária no livro Grito Antigo, deste mesmo autor. Publica artigos na Edição Mineira, sobre As Palavras, de Jean Paul Sartre e o Existencialismo. Dá palestra sobre o Existencialismo na Universidade Católica de Minas Gerais, quando estudante de Filosofia e Letras. Publica em São Roque (SP) artigo intitulado O Estrangeiro. Escreve artigo para o book de Teatro sobre a peça Não Flor nem Fera, autoria de seu amigo-compadre Paulo César Carneiro, estreada em São Paulo pelo irmão e pela cunhada deste, Ângelo Antônio Carneiro Lopes e Letícia Sabatella. Publicou em Curvelo, cidade onde nasceu, em dois jornais, Folha de Curvelo e Centro de Minas. Lecionava Inglês em cursos particulares em Belo Horizonte, Juiz de Fora, São Paulo, Guarulhos, São Roque.

Em 2000, publica segundo livro, Ópera do Silêncio, novela, Editora Armazém de Idéias. Ministra, no Seminário Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, Diamantina, em 2001, palestra para o lº Período de Filosofia, intitulada Razão e Iluminismo no Século XX: A Iluminação. Casa-se com Marize Lemos. Traduz textos na área de Odontologia para os Cursos de Especialização e Mestrado, Faculdade Federal de Odontologia. Sob o “apoio cultural” da Associação Comercial e Industrial de Diamantina (ACID), publica durante seis meses artigos em seu programa Páginas de um Sonho na Radio Cidade, FM 105.9, 120 artigos. Orienta Monografias de Filosofia para alunos do Seminário Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus em Jean-Paul Sartre, Nietzsche, Kierkegaar, respectivamente intituladas Da Liberdade à Responsabilidade, Liberdade e Possibilidade Esboço de uma Teoria do Conhecimento, A Morte de Deus em Nietzsche, Kierkegaard e os Caminhos de Luz nas Trevas. Orienta Projeto de Tese para alunos de Ouro Preto, Universidade Federal de Outro Preto. Escreve peça de teatro em parceria com Rodrigo, aluno de Filosofia, intitulada Sombras Refletidas nos Pedaços de Mim. Escreve para lançamento do livro La Mezza Notte – lugar social do músico diamantinense e as origens da Vesperata, de Antônio Carlos Fernandes e Wander Conceição, artigo intitulado Caminho de Luz nas Trevas, enviado para a UNESCO pela Associação Comercial e Industrial de Diamantina (ACID). Escreve artigo intitulado Caminhos do Campo para a Cerimônia de Posse da Presidência daquela entidade, biênio 2003.2005. Versa para o Inglês o texto Expedição Brasília-Diamantina (Projeto em Parceria da ACID e CLUBE DO CAVALO). Participa do filme Dom Casmurro, inspirado na obra de Machado de Assis dirigido por Daniela Santiago, narrador do filme. Publica desde janeiro-maio/2003 artigos na Internet, Diamantinanet. Publica recentemente em seu site www.kairos.ezdir.net, sob Apoio Cultural da Roque Car. Participa do lançamento do Site de Ivo Pereira, 35º Festival de Inverno, poeta e músico, Caminhos da Poesia, com o texto Transparência Clara da Luz.

Foi recentemente contratado como professor de Língua Portuguesa IV – Produção de textos, pelo Seminário Arquidiocesano deDiamantina.

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A esse volume de produções acrescente-se o fato que Manoel Ferreira abraçou ao longo de sua carreira intelectual uma ativa posição crítica e historicamente responsável. Vou aqui reproduzir parte do texto do excepcional Filósofo J. Chasin, da Abertura do Tomo II – Música e Literatura, Revista de Filosofia, Ad Hominem 1, da Faculdade de Filosofia e Letras da UFMG, na tentativa de expressar o que representa no momento o intelectual Manoel Ferreira e a sua obra. Chasin Afirma que:

“Há de atentar para o contraste entre o trabalho intelectual como atividade vital da sociabilidade e como ofício; entre atividade movida por interesses particulares e imediatos (realizada como meio de subsistência), e atividade movida por interesse humano-societário de caráter universal. Em outros termos: a atividade intelectual enquanto parte da alienação e enquanto momento ideal da atividade “crítico-prática”. Contraste que não subentende excludência entre as duas formas de atividade, mas sua articulação hierárquica, criticamente reconhecida. A segunda, a legítima atividade intelectual deve reger e ser o critério de verdade do ofício.

(...).

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O professor, sem dúvida, deve ganhar para poder existir, ensinar e pesquisar, mas de modo algum deve existir, ensinar e pesquisar para ganhar, para não falar de buscar notoriedade. A exortação é ingênua, nem por isso menos verdadeira. O intelectual decai de sua esfera, tão logo sua atividade se torne para ele um meio.

O trabalho intelectual não é em primeiro lugar um meio, é um fim em si. A primeira condição ou caráter do trabalho intelectual é não ser um ofício. O intelectual que a degrada a meio material merece, como punição dessa inautenticidade interior, a falta de condições exteriores, ou seja, sua própria existência é sua pena. Tanto mais quando é de esquerda, um pretendido revolucionário”. (CHASIN: 1999, P. 22)

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É esse intelectual, movido por interesse humano-societário, o nosso Manoel Ferreira. De olhar ligeiro e escrita robusta o intelectual Manoel Ferreira faz do seu trabalho intelectual um fim em si mesmo. O homem confunde-se com o intelectual, vivendo ao mesmo tempo um paradoxo crítico e angustioso. Traz para si mesmo a dor do outro. Sofre silenciosamente e devolve na forma de palavras e peças teatrais. Retrata em seus textos a ignorância e a intolerância social. Não se intimida com os falsos intelectuais de plantão, aqueles que fazem de sua atividade seu ganho, sua busca contumaz de notoriedade. Manoel despojado de todos os interesses mesquinhos do reconhecimento intelectual busca incessantemente em sua obra a libertação do ser humano.

Cabe aqui, entretanto, uma alerta: Manoel Ferreira como um bom vinho não pode ser bebido de uma só vez. Tem que ser em pequenas doses. Deve ser consumido vagarosamente para que o buquê e o paladar confundam-se com seu próprio apetite. Como um bom vinho, deve marcar nossa refeição.

Por último meu caro Manoel, gostaria de deixar claro que você é daqueles pocuos que desafiam a compreensão do ser e discute o nada que habita entre nós. Sua busca é a sua vida, seu ofício é viver e amar.



#RIO DE JANEIRO(RJ), 05 DE OUTUBRO DE 2020, 11:23 a.m.#

 

 


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