ENTRADA NO BANQUETE PLATÔNICO DAS VIRTUDES GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO SATÍRICO ***


Dizei-me

Ser equívoco que,

Lá fora,

Está muito frio para anjos voarem,

Sacis-pererês pularem e dançarem ao

Redor da cabana de Chapéuzinho Vermelho e Avó,

Protegendo esta do lobo mau!

Sininho à janela da alcova de Rapunzel,

Vidro descido,

Olhando-a ao espelho escovando os cabelos,

Antes de entrelaçá-los para dormir,

Considerai

No íntimo as achas da liberdade estão crepitando,

Lâminas de chamas no ar meio que embaciado!

Lágrimas de sol vertidas efervescentes deslizando

Na face,

No peito,

O vazio de nada preenche as quimeras

Do livre-arbítrio,

A solidão de nonadas aconchega os pensamentos,

O mundo com serena e suave carícia,

Pensai

Com percuciência e sabedoria

Os sonhos se aquecem!...

As utopias prescrevem-se!...

Os ideais envelhecem!,

Mister outras visões além de luzes e sombras.

***

Dizei-me estar certo ou não,

A música para embalar

As travessias dos ideais à fé está composta,

As performances corpóreas delineadas, trabalhadas,

Ópera dos 20 Réis,

2,300 para pagar, 17,700 de troco,

As emoções divagam nos uni-versos da alma,

#Aprés#-sentem os vazios e nadas que perpassam os Abismos em cujos re-cônditos

Habitam as esguelhas e soslaios do olhar

Às distâncias preliminares do deserto, quando se perde nas nuvens brancas celestes e o brilho inapreciável dos raios ardentes do sol, o ritmo, a melodia, acorde, musicalidade se comungam sintonicamente com os verbos de regências do espírito de saborear o invisível do visível!... Não é isto a verbalização do ser na preliminar de sua luz de viver o ema do pó de êxtases do sentir o instante limite?

***

Fazei chover

Nos bosques solitários, habitados de volúpias de esperanças

Da paisagem lúdica da orla marítima, a ilha de sereias

Da maresia exótica dos odores do prazer e satisfação!

Nas ilhas de vagabundos, cavaquinhos, violões e gaitas, a intenção é sempre passo à frente, retinas e linces resplandecendo-se, felicidade e alegria por sentimentos, sensações, emoções que perpassam o coração e a alma!

***

Fazei chover

Nos becos sem saídas, do ritmo das gotículas de água

Re-nascer a cáritas da canção da peregrinação nas sendas da colina dos ventos uivantes, o lobo sentado, perscrutando a lua cheia! Nas trilhas do Vale dos Hereges Renegados, o monge chupando uvas colhidas no alvorecer de outra manhã na caminhada pelo quintal de sua cabana!

***

Fazei chover

Nos lotes vagos, dos detritos, do solo trincado pela luz do sol, grama seca, a concepção de ideais cujas inspirações e intuições são as verdades atrás dos verbos de utopias, onde todas as coisas emitem lâminas de in-fin-itivos con-jugando as pers e pros de pectivas do que ascendem as vontades, do que inspiram as fantasias e quimeras!...

***

Fazei chover

No quintal de limões, cajus, bananas, jabuticabas, uvas, e que o sabor das frutas despertem a saliva da língua para eivar, seivar as pulsações cordiais de sentimentos da palavra, as gotículas de chuva toquem a sensibilidade e fá-la res-plandecer no horizonte de todos os ex-tases!

***

Fazei chover

Nas alamedas boêmias, inspirando os itinerantes a bailarem amores não cor-respondidos, sonhos não realizados, desejos frustrados, alfim suas tragicomédias românticas, pequenas paixões apaixonantes, far-lhes-ão com toda a pomposidade sentir-se proscritos, buscarem as heresias como anestesia e compensação, quererem as vascas como aperitivo, entrada no banquete platônico das virtudes!



#RIO DE JANEIRO(RJ), 1O DE OUTUBRO DE 2020, 11:30 a.m.#

 

 


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