#AURORA PARA TODOS E NINGUÉM - II PARTE - GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ----

 


Cor-respondência entre utopias e idéias.

Meu passado onírico é agora tarde demais?

Fazendo hora extra no mundo ou para lá do fim?

Qualquer fissura por resgatar-lhe é vã quimera,

Definidos hoje como fantasias?

Correspondê-las só por intermédio de dádiva especial.

O imperfeito procederá do perfeito,

outros serão os tempos,

serão as conjunturas,

embora como coisa estranha que não germinou em seu solo,

mas que, no entanto, é suficientemente garantida,

tratando-se de procurar compará-las e uni-las

a tudo o que, como razão especulativa,

esteja em seu poder,

o perfeito não reencontrará o imperfeito,

não terá nem noção de que existira,

perseverará na jornada das atitudes e ações sublimes,

nas sinuosidades das circunstâncias da roda-viva do mundo,

mas entre eles o elo dos olhos e a luz

- "... existência do entendimento

somente expugna a sua realidade,

quando ele(sabor) se descobre

a si próprio no pleno livre..." -

não reside uma "respondência" cordial,

sensível aos sentimentos de as utopias e idéias

perfilarem unidas nos tablados do mundo,

o sabor da existência do entendimento,

utopias e idéias conjugadas,

sintetizadas cor-respondem

aos desejos e vontades do espírito.

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Cor-res-pond-ência entre sonhos e pro-jectos. Deixo-me à sirga dos sentimentos e emoções, dos pensamentos, perquirindo, em nível inda mais sistemático que à dúvida de serem criações para silenciar o nada, o vazio, para as falas da completude, do cheio até às bordas.

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Sonhos e projetos são a gotícula de água para saciar a sede de superação da norma do curso do mundo, alimentam para as travessias das pontes ao longo da jornada, da peregrinagem à busca não da Verdade, a perpétua, sim a consciência de que os sonhos e projetos necessitam das atitudes e ações. Par excellence, as cositas quotidianas das contingências não preescrevem a amplidão, em que a amplitude reverbera o palácio dos imortais, mansão dos esquecidos para sempre, casa assassinada dos discriminados e incrédulos, enquanto num divino concerto os cânticos das dores e sofrimentos glorificam em primeira instância a raça venerada dos deuses, começando pelo preâmbulo, aqueles que geram Terra e o vasto Céu, e aqueles que deles nasceram, os deuses autores de todas as graças, dádivas.

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De qualquer modo,

nesta instância da

**cor-respondência" entre utopias e ideias,

em que a respondência seja introito de visões

do "ser" na continuidade do tempo,

sente-se que perpassa os sonhos e projectos,

esperanças e planos,

mas um perpassar de haverem se tornado

versos-unos da estética, ética, consciência-estética-ética, com-preendem-se no entendimento do questionamento

e das res-postas a-nunciadas através

da sensibilidade dos verbos de travessia,

Entregar, perquirir, meditar e refletir o novo

Nas suas possibilidades de refazenda,

Sin-cronias, sentires de uma subjectividade que se não esgota, admira face a face o nulo e anexo a ela contínuos.

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De perquirições, indagações, perguntas, questionamentos,

de tudo fica um pouco, de duas folhas de grama,

do maço vazio - de cigarros -, fica um pouco. Por que não ficar a **correspond-ência" da luz e dos olhos?

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Às vezes, uma idéia... Às vezes, uma utopia...



#RIO DE JANEIRO(RJ), 03 DE OUTUBRO DE 2020, 12:39/21:39 p.m.#

 

 

 

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