QUE HÁ HÁ! II PARTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA



Há Coronavírus dizimando o mundo, a Mídia deitando e rolando, enchendo os bolsos de muita bufunfa, vender terror é a sua Especialidade Egrégia, os grandes investidores e empresários preocupados com a Economia que está indo à falência.
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Há coruja na haste da palmeira entoando cânticos des-conexos, destoantes com os interstícios da alma que rumina os tremores e temores do porvir.
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Há condor pousado nas grimpas da oliveira, observando ovelhas pastoreando no crepúsculo, enquanto um cabeça-de-fogo trina seu canto.
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Há serpente se arrastando no bosque, perspicácia e engenhosidade, a sua meta é um veado que se encontra olhando as coisas, perdido no nublado dos raios de sol.
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Há águia dormindo numa árvore, sono profundo e leve, a noite de lua crescente está silenciosa.
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Há peregrinos percorrendo o destino de seus ideais, mochilas nas costas, in totum silêncio, pensando o pensamento de pensar a verdade.
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Há bohêmios sentados nas calçadas de ruas e avenidas, perscrutando os sons da solidão nas metrópoles do mundo, buscando inspiração para compor uma balada.
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Há solitários em suas alcovas tripudiando as cartas e naipes no jogo das idéias e sonhos, reversando e inversando a liberdade de profetizar o Ser e o Nada.
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Há vento de leste sibilando entre as montanhas e vales, rumo ao infinito das coisas do mundo, a verdade das contingências.
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Há sons das esperanças re-vestidos de falsos ritmos, melodias, acordes.
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Há quimera que "acossa-me pelo preto da escuridão, o sonido de tudo'", "intímos secretos das fantasias de minha alma"
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Há poéticas no recanto da alcova, na varanda da casa-do-ser, as palmeiras baloiçam-se à mercê dos ventos molhados de maresias.
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Há inspirações de cinzas de sonhos e utopias renascendo outros segredos e mistérios que conceberão outros uni-versos e duo-versos do sentimento de serem a verdade da existência.
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Há pratos vazios de comida sobre a mesa de casebres no entardecer de outro dia de tristezas e desolações.
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Há vozes altissonantes gritando a plenos pulmões novas utopias do crepúsculo povoado de pingos de chuva, tempestade sem estardalhaço, trovões e raios.
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Há cavernas de estalactites e lagoa, grandes inspiradoras de platônicas idéias da Arte e da Vida.
#RIO DE JANEIRO, 15 DE MARÇO DE 2020#

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