#PREÂMBULOS INÉDITOS DE NADICAS E NENECAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Preâmbulos inéditos de nadicas
Configuram de silêncios introspectivos
Dúvidas, equívocos, enganos
De se os vazios preenchidos
Por lacunas veementes cobrem
Intimamente sentimentos esparsos,
Pensamentos dispersos nas alamedas solitárias
Onde os rastros de pés foram deixados,
A poeira soprada pelos ventos cobriu-lhes
Nada sendo possível de esclarecer, explicar,
Os tempos esvaeceram quaisquer princípios
Viáveis de perscrutar-lhes, indagar-lhes
Perquirir-lhes, são perdidos,
Perderam-se as verborreias das falas sobre
Se a verdade das coisas e do mundo
Será o voo da alma pelos elísios campos
Do prazer, alegria,
Ou a revelação do vazio da alma
Preambulando as epígrafes do silêncio
Íntimo inerente à caverna das carências
Ausências, falhas...
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Nenecas de falácias do profano e sagrado
Estenderam-se livres e soltas pelas
Margens incongruentes,
Selos da eternidade
Destinando as missivas dos acontecimentos da existência
Às ventanias de preceitos elementares
Que devoraram gulosamente o conteúdo trágico da vida,
De dogmas orgiásticos que integram
Os ritos de sacrifício,
Vazio o tempo, nada o ser,
Em meio aos labirintos do inconsciente humano.
Mas não foram as nenecas profanas e sagradas
Legadas às contingências que consentiram os homens
Recrearem-se com elas,
Dançassem por cima de todas as coisas?
Haverá alguma forma de reversão
Que desvie o aquém-do-homem,
Abrindo-lhe as venezianas do instinto,
Consentindo-lhe ouvir os sons advindos
De longínquas colinas, musicalizando
Canções de espantosa finesse
Do espírito livre e herege,
Da alma ambígua e profética.
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Como todos os vãos sonhadores
Confundo o desencanto com a verdade...
@RIO DE JANEIRO, 10 DE MARÇO DE 2020@

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