#EQUINÓFORO de Idéias de Nada# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



De um só fôlego difícil iniciar - algum tempo para armazenar o ar faz-se mister -, se é a idéia estou desejando sim realizar, algo que deixará os seus traços e passos, sem dúvida, e não apenas lindas e floridas imagens que por minuto, quem sabe menos, alguns milésimos menos, pode-se intuir e de imediato se esvaecem deixando os olhos vagarem por aqui e ali à busca do esplendor e da glória, nada disso sendo o que está sendo desejado realizar, a partir de uma criação, criação de segundos, contemplando os dedos no teclado, a leveza e a destreza de imprimir as palavras, ouvindo o som do computador ligado, nesta madrugada, uma hora e quatorze minutos, tentando esta estranha façanha de não estar um poucochinho sequer interessado em saber as idéias, os pensamentos, as emoções, sentimentos, e tudo o mais com o que se desejar completar, agradecendo de antemãos e inversos tão gentil educação para comigo...
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Rede de volúpias de ecos refluírem em sol-itude, cada exílio tornar-se em muitos, extasiando sentimentos que aspiram a liberdade, "Paixão não é amor; é deslize do coração...", que acendem as chamas dos desejos plenos de ex-tases dos sonhos perenes da verdade, das utopias efêmeras do átimo de segundo fugaz que perpassa horizontes, uni-versos, luzes da ribalta, sóis do amanhecer, das utopias do tempo que dialectizam o vento e o ser, o problema de existir, o amor sem uso que contradizem o bem e o mal, a brisa que fala impura.
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Lá fora o mar. O mar sem par, lá no fundo das águas os mistérios do silêncio.
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Rede de pensamentos - pensar o pensamento que pensa
É mister entregar-se à consciência do nada, palavras eruditas não tem qualquer substância - que tecem sensibilidade recolhida na intuição e percepções das coisas do mundo, sentimentos e emoções. a-colhidas as raízes de esperanças aderidas aos sonhos, que pro-jectam as expectativas do sublime, a estética da liberdade, a ética da consciência, que contingenciam as coisas do mundo, que pensam os verbos do pensar, que traçam as res extensa e cogitans com as linhas das dúvidas e questionamentos, que delineam o sonho da sociedade, a Arte. Estou como era antes de ser, e ninguém dirá que fiquei faltando, falhando: "Aren´t you glad you´re you? You know what I mean...", até em Inglês para enfatizar poucochito mais.
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Quem às vezes se põe a imaginar algo de uma estupidez tão grande que se torna um diamante, uma pedra de diamante límpido, uma maravilha, sentindo algumas hesitações ao longo da jornada noite adentro, podem dizer que esta imagem não é minha, sim de outro autor, de cujo nome ora não me lembra, tendo sim a licença de pensar mesmo o soubesse não iria fazê-lo, esta sinceridade e seriedade é plausível de in-vestigações outras que mostrarão ou identificarão a imagem nítida, aquela que refletirá na fonte originária a esperança dentro em mim cultivo e rego continuamente, sendo outra imagem muitíssimo usada, perdendo a sua inocência, ingenuidade, tornando uma pedra qualquer deixada ou largada, quem sabe jamais tenha sido movida dali, mesmo que no bosque baldio, onde alguns passam e podem muito bem mover, descalços ou de sapatos, botas, sei mais lá o quê, podem movê-la, e, movendo assim a idéia disto de imagens a refletir, ou melhor, encantar, aliás, referindo-me ao título, a idéia que desejo mostrar, os liames das dimensões artísticas que sem dúvida são as responsáveis pela habilidade, destreza de imprimir na folha de papel, num fôlego só.
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Rede de ideais
Gosto de ovos
Cozidos, fritos com cebola
Tomando vinho em copo francês
Gosto de bife com farinha,
Tomando cerveja em taça de cristal,
Gosto de salmão,
Tomando gim Seager´s - quê delicia!
E o Underberg então?! - que sabor divino -
Numa xícara transparente com gelo e rodela de limão
Gosto de tapioca no café da manhã,
Tomando um cafezinho de ontem requentado
Lá fora o vento agita a natureza,
Gosto no amanhecer, o sol inda por nascer,
Colher nos pés e chupar pitanga,
Caju, molhados do orvalho da madrugada,
Gosto no lanche do meio-dia
De Pizza de Taínha, regada de uma cerveja geladinha,
Às quatro da tarde, hora do almoço,
Comer pé de porco bem substancioso,
Suco de Graviola...
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Devo ressaltar e relevar isto, pois não é algo que aprecio fazer, faço-o, surgindo alguma oportunidade, sei ser enormemente difícil de compreensão e entendimento, mas não recuso a fazê-lo, devo estar aberto para as manifestações e revelações do espírito, buscando lenta e paulatinamente o instante em que me sinta perdido, inteirona magia das vozes que ouço, estas que me proporcionam até mesmo acelerar o processo de digitação, tornando os dedos mais rápidos, enquanto, claro, estou seguindo na folha branca, ou melhor, na página, sem quaisquer intenções de retornar, de reler um pouco a fim mesmo de alcançar, atingir um nível de espiritualidade a mais divina e maravilhosa que se possa mostrar..
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Contudo, se retorno à questão do título, ao instante em que o olhar toca as palavras a sensação é de algo esplêndido, maravilhoso, embora a primeira palavra seja de um péssimo mal gosto, para alguns, relembrar os equinos, estes animais que desde tempos imemoriais são usados para tração e carga, o som não soar bem no ouvido.
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Mas o que é esta palavra, o que ela significa? - e se eu disser que a imagem construída, referindo-se ao equus asinus, não se realiza de modo algum, sendo o seu sentido dicionarizado “aquilo que tem espinhos”, por exemplo, o cactos, ele é EQUINÓFORO, e só assim poderia dizer dessas idéias que me habitam o espírito, estas de alcançar um nível de espiritualidade nas palavras, embora nada dizendo, não tendo a mínima vontade ou dis-ponibilidade de tecer algo de esplendoroso com toda uma verborréia que, aliás, não me esqueço de algo transcorrido comigo num instante em que estive a ler algo escrito por um amigo, alguém a quem respeito e considero por seu esforço e luta por identidade de seu povo, a sua sinceridade com os fatos e acontecimentos, as idéias e ideologias existentes aqui e ali, por toda parte, não sendo mais possível interromper este processo, neste instante senti algo esquisito, estranho, por segundos perdera a memória do que estava a ler, nada me lembrava do que havia lido, sendo inclusive difícil de continuar, até recuperar, portanto, creio serem estas idéias, misturadas com imaginações, intuições, habilidade de lidar com a palavra, este ser maravilhoso, esplêndido, mas os seus caminhos são realmente espinhosos, a partir da escolha não se torna mais possível reverter.
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É seguir, consciente ou inconsciente, o que isto vai importar, importa é saber que a missão foi tomada em mãos, oportunidade de tornar a vida algo, não apenas uma coisa viscosa, nauseabunda, sei lá mais o que iria definir um corpo vivo que se projeta à morte, o quanto antes “bater com as dez”, às vezes, podendo até ser assim o dito popular, adágio, expressão, ao menos estaria pensando nos dedos, referindo-me às letras, e isto me relembra um encontro com um amigo, destes que qualquer um pode observar alguns traços de personalidade, dizendo-me ele sobre um título, “À Sorrelfa de Idílios Compactos”...
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Estava desejando realizar o nada, se assim posso dizer, pois que não se é possível imaginar a idéia, sendo apenas engenhosidade e arte de criação, o que é inevitável para quem escreve, para quem busca realizar algo que complete o mundo, a existência, que lhe mostre os caminhos a serem seguidos, podendo virar as costas, dar atenção, isto dependendo dos apetites e dos prazeres a que está dis-posto desfrutar mesmo que por poucos segundos, estes que se esvaecem por entre os dedos, enquanto velozes estão imprimindo as imagens de quem estou a sentir agora, não diria de modo algum melancólico, nostálgico, quem sabe anestesiado pelos picos dos espinhos em todo o corpo, até ficar anestesiado vez por todas, quem dera fosse ao menos isto, estaria satisfeito em saber que ainda posso pensar na realidade, enquanto palpável.
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Espectro imaginário ou, quiçá, um coração desvairado à soleira da insensatez percurte seu ribombar, tum... tum... tum..., ora acordes vem e vão, milimétricos, altissonantes, sobrevoam em pujança, flanam na unidimensionalidade do vazio. Por quanto? Até que as estrelas apareçam para iluminarem a escuridão sobre o olhar reflexivo no limiar do alvorecer desses átimos de paz no mundo adormecido, porquanto cessam recordações, olvidadas outras... espasmos das ilusões vividas, explicitados heróis expelidores dos pretéritos identificam-se no presente, esse que ainda não deixou dor.
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Tardias as luzes do incognoscível, precoces as quimeras que eivam e seivam as raízes das coisas quotidianas... Que sonhos há nas brancas luzes do céu?
#RIO DE JANEIRO, 22 DE MARÇO DE 2020, 01:34 a.m#

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