ESCRITORA CRÍTICA LITERÁRIA E POETISA Ana Júlia Machado COMENTA A SÁTIRA #CONFUNDINDO ALHOS COM BUGALHOS#


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Magnifica sátira... ai grande Quinzinho. Sempre a surpreenderes-me....um grande exemplo que ele satirizou...que quem está atrás de um balcão, muitas vezes, fala muito melhor do que muitos com "canudo".. pois é o grama sim... tanto e tanto ser, que diz-se muito letrado, continuadamente comete este erro de "a grama".. que vem do Quilograma... qual liberdade na poesia... é puro analfabetismo e asnice... Fantástico este Quinzinho... sou fã incondicional dele. Mas, aqui muita coisa pode ser dita e como o Quinzinho de Parafusos a Menos diria...👏👏👏👏👏👏
Ana Júlia Machado
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#CONFUNDINDO ALHOS COM BUGALHOS"
GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO)
Quinzinho de Parafusos a Menos: SÁTIRA
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DEDICATÓRIA:
À escritora, poetisa e crítica literária, Ana Júlia Machado, como gratidão por ser a primeira quem me reconheceu nas letras malandras.
Quinzinho de Parafusos a Menos
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Sábado de muito calor, até o asfalto treme, olhado à distância. Nada mais agradável que cervejinhas bem geladas, torresmo ao ponto, sentado na varanda, observando a natureza.
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Acabo de chegar do Supermercado, tendo lá ido adquirir a "malinha" de cerveja, doze latas grandes; ao inverso do torresmo, pensara no fígado de boi. Enquanto esperava a vez de ser atendido, prestava atenção no funcionário do açougue, sua educação, sua dedicação ao cliente. Dissera ele ao cliente, após servir a "picanha" para churrasco: "Algo mais o senhor deseja?", sendo o comum "Quer mais alguma coisa?", dito na lata. Isso fora muito pouco, diante do que acontecera com uma senhora que comprava carne moída. Dissera o quanto queria, trezentos gramas. Entrou o funcionário: "A senhora deseja trezentos gramas de carne moída". Ai, quando ele dissera: "Trezentos gramas", meu queixo caiu, meus olhos brilharam de prazer, alegria. Funcionário de açougue dizer "trezentos gramas", quando não há quem não diga "trezentas", o que é erro crasso. Isto porque "grama" é do gênero masculino. E antes de chegar ao supermercado, ouvi no carro o locutor da emissora de rádio, passávamos de por baixo do Elevado Emboaçu, no noticiário dizendo "No fim da semana passado", quando dizem erroneamente "No fim da semana passada", isto porque o "passado" não concorda com a semana e sim com o fim. Nossa, como é agradável ao ouvido escutar a Língua bem pronunciada, lê-la bem escrita, conforme as suas regras e exceções! Sinto-me no sétimo céu.
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Agora, confundir alhos com bugalhos, é outra estorieta sui generis. Confundir "liberdade poética" com "analfabetismo da Língua", que disparate! Sendo assim, posso livremente dizer "A maioria dos homens são incultos" num poema, numa prosa, numa monografia, numa dissertação, numa tese. "A maioria de..." leva o verbo para o singular e não para o plural. Não é liberdade poética, é analfabetismo. Toda liberdade poética fundamenta-se na estrutura, na linguística, metalinguística..., referindo-me aos neologismos, às criações, é registrada no ponto, caso contrário, torna-se despautério, e o poema perde toda a sua estética. O imortalíssimo Carlos Drummond de Andrade revolucionou a Poesia com as suas criações, invenções, neologismos, e todas elas dentro da estrutura, da linguística, semântica, e sua obra tornou-se de uma Estética sem limites.
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Mas hoje estão confundindo "liberdade poética" com despautérios da Língua. Para se safarem da responsabilidade dos despautérios, justificam-se com a "liberdade poética". Se o açougueiro houvesse dito "trezentas gramas", estaria justificado o fato de num açougue a Língua Portuguesa ser respeitada está muito errado, está fora do contexto. Tem-se sempre o preconceito de açougueiros serem destituídos de inteligência, sensibilidade. O açougueiro do supermercado não usou da liberdade açougueana, dizendo trezentas gramas. Foi direto no ponto. A língua corretamente usada conquista e seduz os clientes.
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De volta à casa, comentei com a minha secretária na Universidade, Emília Sousa, que me acompanhava, sobre o que havia presenciado.. "Sabe, Professor Quinzinho, agora eu entendo bem quando você diminui na nota dos alunos os erros de Português. Ouvi o açougueiro dizendo, estive quase lhe perguntando se estava certo, o meu ouvido acusou de imediato..." "Emília, se você for ao Bairro do Bexiga, nos botequins e restaurantes, vai ficar extasiada com a malandragem paulistana usando da Língua com esmero. Até para ser malandro há-de se ter a Língua na ponta da língua". Rimos à vontade.
#RIO DE JANEIRO, 14 DE MARÇO DE 2020@

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