ZÉFIROS VERBAIS, LINGUÍSTICOS DE SONHOS PRIMEVOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA SATÍRICA



Epígrafe:


"A metaforização é a estrada sinuosa onde grandes verdades caminham em sobressaltos às mediocridades"(Graça Fontis)
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Sandices imortais em cujos pilares de remotas idéias repousam os fundamentos cruciais que giram os cataventos da História e suas labutas com as dialécticas ideológicas; verborréias insofismáves, incólumes em cujas entre-linhas obtusas, indecentes, obscenidades de fina estirpe e ciência deslizam efusivas e profusas contra-dicções.
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Socapas do instante-limite reverenciam solenemente a passagem de ovelhas em direção à colina onde a pastagem satisfaz seus gostos refinados, solicitam do pastor habilidade e categoria, aquela performance do sábio, com o cajado na subida íngreme, impeçam-lhe de esborrachar no chão, por que não prestou atenção no buraco à frente, e enfiou o cajado?, rolando ininterruptamente ladeira abaixo.
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Fogos fátuos incendiando o canavial das paixões deslavadas, perdições inomináveis, o arco-iris nítido e evidente termina à soleira da serra onde as serpentes fabricam o mais letal dos venenos, antes de picarem a vítima se estrebucha no chão, veneno telepático, aquela espreguiçada e adeus vida de penas e penachos.
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Inseguranças armazenadas no peito fragilizam as forças e cor-agens para des-agrilhoarem os dogmas e preceitos que revestem os instintos ávidos de escusos ímpetos dos interesses mais caguinchos e salafrários, desde que libertem das intempéries e desesperos do fim inevitável a que os doutos e ignaros denominam, conceituam "morte". Indecisões acumuladas na mente povoada até nos cubículos da psique marafundizam idéias, ideais cujas chaves das intenções fundamentais se perdem de repente e em todas as fechaduras giram as gazuas.
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Medos trancafiados nos cofres íntimos guardando fracassos, frustrações, incapacidades congênitas, inutilidades capitais finalizam as justificativas para as inércias e inépcias do pensamento sem estribeira.
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Dúvidas fragmentam o que silencia as vozes, o que musicaliza sentimentos e emoções, o que ritma as inspirações solitárias da verdade e do belo, o que melodia as intuições peregrinas da liberdade e do amor, o que acorda as percepções a-nunciadoras do pleno e das plen-itudes.
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Aos longínquos campos de algodão... aos distantes campos de lírios... à sombra serena do ulmeiro... verbos regenciais de desejos da beleza conjugam do tempo e do ser a metafísica dos sonhos que esplende a todos os uni-versos, a todas as "paisagens e riachos que iluminarão idéias com novos brilhos", metáforas con-cordam de verbais utopias os sibilos ad-vindos da passagem dos ventos entre as montanhas, o som das águas do rio na sua jornada na madrugada por caminhos sinuosos.
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Aragem... brisa... Zéfiros verbais, linguísticos de sonhos primevos que serenavam sendas e veredas a serem trilhadas, e no crepúsculo a imagem lúcida, lúdica do tempo sentido profundo, élans de última inspiração.
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Canções... cantos... baladas... cânticos...
Neblina... neve... garoa... orvalho...
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Para que sítio a coruja voa nesta manhã pós chuvinha fina? Dormirá o sono de suas utopias da sabedoria nalgum vão da montanha, nalguma gruta, nalguma caverna?


Voa... Voa... Voa...
#riodejaneiro#, 22 de agosto de 2019#

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