#NÍTIDO NULO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Re-vela-se a manhã. Neblina embaciando a visão.
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Identifica-se a natureza. Calma, quieta.
Olhares inventamos para manifestar desgraças íntimas.
Outros para driblar e dissimular,
Inda outros para encantar, seduzir, dissimular,
Por singular seja, inda mais outro,
- pre-figurar,
- representar - o enleio, enredo,
mentiras e mistérios in-devassáveis.
Somos todos destinados ao cemitério,
Havia o declive das avenidas
Favorecendo nossos passos comedidos,
Lentos, aqueles de quem estão conversando amores,
Tocando com palavras sentimentos íntimos,
Os de bichos-preguiças, re-colhendo e a-colhendo emoções,
Instantes-limites, sentimentos, desvarios, devaneios, dispersões,
Absurdos, hiatos, ausências, presenças...
O aclive para amortecer um pouco a prepotência, pernosticidades.
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Sonhos, esperanças, inspirações re-criamos e criamos.
Estando os galhos inertes, o vento balança-lhes, dando harmonia às folhas verdes, molhadas pelo orvalho, engolfadas de opacidade, de seu cume, cruz solitária, dizem que ela purga a mediocridade, hipocrisia, farsas, falsidades dos homens, e o lugar chamado Vale dos Insurrectos. O céu, com nuvens brancas de perto e, ao longe, no que é conseguido ver da montanha, algumas nuvens obscurecidas.
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Árvores impedem de saber se são contínuas. À janela – cabeça de fora, - não é verdade. Claras. Nítido nulo. Mudança irreal/real. Emoção sentida. Divagação, sentimentos fluem a-facelados. Devaneio: idéias e pensamento rugem desvairados, viagem ao nirvana da alma.


#riodejaneiro#, 28 de agosto de 2019#

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