#DO SER COMUNICABILIDADE "ENTE"# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira/GRAÇA FONTIS: POEMA



Vejo os tempos...
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Eram de ontem e de sempre ver os tempos rodarem os cataventos de idéias e ideais do destino, redemoinhos de pensamentos de posturas e condutas, roda-viva das sofrências e utopias consumar hipocrisias, falsidades, reverberarem inteligências e perspicácias à sombra de incertezas, dúvidas, rolarem os princípios, dogmas, preceitos, nos declives de ruas e alamedas, assim as circunstâncias... ver os ventos soprarem as ideologias chinfrins e as capitais, as folhas secas dos costumes e hábitos, fantasias e idílios da liberdade, levarem a poeira das estradas...
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Hoje...
O nada perscrutando quase que esvaecidas
Contingências preliminares e elementares,
Das carências, vazios, labirintites,
Re-colhendo, a-colhendo absurdos, nonsenses,
Semente, húmus de inéditos passos,
Veredas, sendas da liberdade posta em questão,
Vertentes, vestígios da consciência que
Se re-nova ao longo dos tempos
E da ampulheta que vira e re-vira
Na passagem, travessia
Das ilusões às visões das mãos
A tecerem utensílios, a comporem a
Vida, as representações da existência,
Deste instante-limite às sensoriais sensações
De ser mais estranho que o estrangeiro
Que assiste ao alvorecer de nova manhã
Surpreso, espantado...
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Amanhece à distância, halos
Olhares de sempre-vivas
No bem-me-quer reincidem
Os pulsares frêmitos, de vicissitudes
Ao bravo coração benévolo
Além, o ontem torrificado
Aquém o so-rir inibido, ocultador
Das dores angustinas, agitação
Do ser, comunicabilidade "ente"
Do estar ou... ausentar-se
Do sonho-trans para o caos...
O que afina a voz num momento
Da poeira da liberdade conciliada
À melancolia, tristeza, carência
Que pronunciam genitivos e lenitivos
Da língua que carece de son-éticas,
Esperanças, fantasias, querenças
Sonemas que se a-nunciam na rouquidão
De idílios blues da balada que convida o boêmio
A dedilhar as cordas da vida,
Incidindo no peito a esperança
Encontrar de qualquer jeito o cedo,
Emoção que sol-rize os sonhos do verbo
De ser a pena que espuma desvarios, devaneios,
De seguir os passos do mundo,
Este Teatro do Eterno,
De ser o som "ex" e presença da alma
Espírito...
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Do sonho-trans para o caos...
Fatais, eminente desolação corroboram
Oh... não, apenas cogitações simbólicas
Não haverá alinhamento, só refutação
Ao impulsor aventureiro, sin-crônico
Escancaradouros das sombras, dúvidas
Portões noctívagos prontificados
Ao mal, nonsense crucificador
Instituído da auto-identificação de covarde
Intitulado valente
Que na prontidão da noite esvaece-se,
Torna-se "ex" das escuras cavernas
Onde visões inda ambíguas, turvadas
No limiar rosáceo e odores
Das ervas-chás aos timbres sonantes,
Musicalidades audíveis, fluidos em cores
Tangiversam planícies, planaltos,
Mares e mares premonitórios
Aos muitos jardins contíguos a florirem
Os circenses jogos,
Jogos que a própria vida contém....
#riodejaneiro#, 24 de agosto de 2019#

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