#DESÍGNIOS DA LIBERDADE AMBÍGUA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



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Nítido re-verso de in-versos
Conhecimentos e sabedorias,
Ideais e nada, utopias e nonadas
Não passam de delírios,
Abortos da mente insana
Esses infernos-martírios
Com que a morte à vida engana
Cânticos do sagrado em bíblicos
Desejos espirituais do amor e ressurreição
À luz de imagens e paisagens,
Re-fletidas e incididas
No limiar de todas as esperanças
E de todas as fés
No pleno e plen-itude de uma
Cultura e arte que se abrem
Às estrelas e à lua
Ao SER,
DIVINO.
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Linearidade!...
Horizontal-idade!...
Vertical-idade!...
In-vers-idade de re-versos!...
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Arauto do invisível avulta pela permanência
O oratório que vibra a fibra adormecida
Verborréia que arde as achas secas no fogão de lenha,
Zaranza que ornamenta as trafulhas das intenções escusas,
Algazarra que tripudia com tramóias as dores psíquicas
Muvuca que engabela com confusões e bagunças
As tristezas e angústias almáticas
É bem que eu ceda
Ao meu impulso actual, ou que o resista?
Que maior jus terão sobre a existência,
Parte vil do meu ser, sois vós quem sempre
Vem contrastar do espírito os arrojos
Altos assomos d’alma, que haveriam
De me dar a ventura, eis que os afoga
Um mar d’interess-{ículos} mundanos
Na plenitude da aparição, da brev-idade...
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Nas origens, limiar de interrogações
Adere os sentimentos nos liames das buscas e projetos,
Das idéias e aspirações,
Concilia as emoções nas eidéticas das desejâncias e volos,
Diá-logo de sementes regadas com a água límpida
De fontes puras e singelas,
Monólogo de águas, nascidas além-montanhas,
Além-sertão, nascidas além-solidões-e-silêncios,
Aquém-chapadões, concebidas aquém-infinitos-universos
Terei de ler milheiros de volumes
Para saber que em tudo e em toda a parte
Os homens tem vivido a atormentar-se?
Tenho vivido com os pretéritos nas mãos feitas concha,
Nos pensamentos com a cabeça pousada no travesseiro?
Não havendo senão de longe em longe
Num sítio ou noutro alguém que se/me não queixe?
Transparente vertical-idade
concebe das miríades in-versas
as luzes que iluminarão o deserto de solidões,
das sombras à espera do descanso
e tranqüilidade das labutas quotidianas,
das inseguranças e medos do desconhecido,
inconcebível, inaudito, ininteligível,
Quando audaz fantasia arranca o voo,
brada insofrida: "Eternidade, és minha!...",
o sertão de angústias, desolações,
o pasto de caminhos por onde conduzir
as vacas para o curral,
amanhã cedo o leite para alimentar os homens,
o sil-êncio de querências,
os verbos de utopias e sonhos
de liberdade, de consciência,
de mitos, lendas, causos di-versos;
os uni-versos de presença
se abrirão
às mensagens de esperanças
de outras imagens
de fin-itude e mortalidade,
de outras pers-pectivas
do sublime e do eterno,
de outros versos do UNO
e do SER-UNO.
#riodejaneiro#, 20 de agosto de 2019#

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