#PÉS NA AREIA FINA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA




Outrora de cânticos e verbos, de canções, baladas e letras, líricas e estribilhos, por virem, por serem...
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A terra geme, murmura, sussurra na sede de conhecimento, de sabedoria, inteligível, compreensível, o homem sonha águas em arco-íris, tesouros, em cada vão de esperança... A Acrópole aviva-se, parecida com o museu do Ipiranga, pálida e abandonada sob o Corcovado...
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O mundo bale, uiva, late, cochicha na miséria de cultura, de opções, a liberdade arbítria do livre cantarola magias feitas de utopias, fofocas, rituais e hábitos de tornar intenções da verdade, a mentira se diamantiza, cristaliza-se, re-vela de místicos sentidos de construir verdades nos traços e marcas das pegadas dos pés na areia fina, o alentecer das angústias e náuseas... o aliviar das culpas e luxúrias.
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Autografa-se com pena de ouro e tinta de primeiro mundo obras inesperadas, inacreditáveis, cujas virtudes supremas residem na bufonaria das confissões das mazelas e pitis, com idéias e utopias várias, saliva-se a boca, esbugalham-se os olhos, a fissura por lhes sentir o sabor é indizível, o coração pulsa acelerado de tanta alegria e orgulho por autógrafo gentil e humano, sente-se como tais confissões rolam, o ambiente e o nível em que trans-corre espetáculo tão fidedigno de reconhecimento e ovações, isto sem considerar o banquete regado a salgadinhos especiais, whisky, vinho, gim Seager´s, e as trocas de dedos de prosa de altíssimo nível, profusas as idéias e utopias, libertadores os ideais e desejos.
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Pensa-se, e com a justeza das categorias e pompas, o que há mais a ser revelado sobre a condição miserável dos homens, o que ainda resta, esgotaram todas as futilidades, gratuidades, as idades aqui não cessam, continuam a deus-dará, e mesmo assim nada fora capaz de lhes mostrar a pobreza de caráter e personalidade, inteligência e perspicácia, valores éticos e morais, uma indecência, rasguemos os verbos. Se não houver quem esteja dizendo sobre isto ser lugar-comum, sou o fidedigno representante do "mesmo", torço-lhe o nariz, puxo-lhe as orelhas. O benefício disso ser que não haverá única pessoa no mundo a enveredar-se pelas sinuosas vias das idéias e dos pensamentos, as trilhas de vida a serem seguidas para a saúde da alma.
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Pequenas brisas escondidas nas urnas de areia, orquídeas no barroco do casebre, brancas, lilases, rosas no neoclassicismo de casas simples, lilases no impressionismo dos arranha-céus, samambaias no modernismo dos chapadões do sertão, reflexo e esperança, retalhos de fantasia apenas, canto de forte sinfonia, de vasta alegria, cânticos de enorme harmonia, baladas de sensíveis vozes agudas, mescladas e inter-musicadas, musical-izadas, plena felicidade, baladas de sin-cronia no diá-logo trans-cendental das idéias prosaicas, dos sentimentos líricos, das utopias poiéticas, comungadas aos sonhos de versos e estrofes, musicalidade, ritmo dos sonhos de amar o verbo da Fé Sertaneja ...
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Hoje, nesta orla marítima, lugar de exílio, passeia o andarilho, faminta imaginação atada aos sobrevôo das aves, enquanto os pescadores se preparam para a pesca noctívaga, remos batendo a água transfigurada...
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Os pés pisam, pisam, e por sua vez deixam marcas no chão que ondas mais fortes cobrirão.


#riodejaneiro#, 03 de julho de 2019#

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