*ZÉFIROS DO SILÊNCIO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



Epígrafe:
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"Há fogo na mata!..."(Manoel Ferreira)
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Há fogo na mata,
Oh, Zéfiros do Silêncio,
Transmitirei missiva diplomática ninguém ousa
Receber, enviar
Des-velei nas chamas o futuro, o pós-futuro,
Meditação e sarcasmo, ironia, reflexão...
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Paralisem as transações, os negócios,
Interesses, ideologias, verborréias e falácias,
Afianço que uma flor acaba de nascer,
Ao pé da castanheira,
Seu perfume extasia os condutos subterrâneos
De todas as nações, de todos os povos,
Os pingos do orvalho nela caem irrigam
Os jardins do mundo, os canteiros
Cuja terra protege as sementes,
O oxigênio que lhe dá a vida
Inspira pulmões de esperanças,
Coisas extraordinárias,
De duras substâncias,
Do sereno, gesto, atitude, entrega,
Da floresta, bosque, mar,
Córregos e riachos,
O esplendor maior da sensibilidade
As palavras que encontro, desvelo, desvendo,
Distribuo,
Luz, alegria, prazer
Inalo o oxigênio, o furor da vida...
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Oh, Zéfiros do Silêncio,
Em mim, residem coisas extraordinárias,
Maré de ciências alfim superadas, suprassumidas,
Ordinárias...
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Qualquer coisa de "extra ordinária" suspende
Bandeiras com enigmas...
Porta-estandartes com mistérios, promessas...
Não me silenciarei
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Sendas de melancolias, Oh, Zéfiros do Silêncio, projetando édens de re-cord-ações enoveladas de perspectivas da inocência que con-templa, no eidos do tempo, a felicidade plena de verbos tecendo de versos as metáforas do amor e do bem, metáforas moventes de semânticas do eterno, nas linhas horizontais do além, sugerem geometrias a ingenuidade do ser perpétuo de imagens que bailam nos re-cônditos da alma a sinfonia sin-crônica, harmônica das con-tingências que se esvaecem, sobrevoando o silvestre de campos idílicos habitados de estesias do alvorecer sob a esperança do Ser.
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Veredas de nostalgias, Oh, Zéfiros do Silêncio, trans-elevando nas asas leves do verbo de proscênios ampliando a visão da cortina que se abrirá e no palco das linguísticas diáfanas do sonho a performance do uni-verso sob a luz das poiésis do divino, horizontes da flor que acaba de nascer na floresta, tecendo de espíritos a essência das fontes de águas cristalinas, em cujos itinerários de travessias lua e estrelas são guias para o in-finitivo infinito e inaudível do silêncio que a-nuncia as vozes do tempo, vozes de rogos, vozes de clamores, vozes antigas de verbos do prazer da paz e liberdade, vozes de desejos e vontades do ad-vir revelado de lembranças in-transitivas do genesis e apocalipse.
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Alamedas de saudades, Oh, Zéfiros do Silêncio, do que fora a plen-itude perpassando nas bordas da pureza sensível, tecendo estrofes sin-estéticas do ser atrás do espelho dos cosmos, re-n-"ov"-ando de pectivas as éresis do absoluto perfeito, as iríadas efêmeras do nada obtuso que origina o caos do vazio esplendido de vácuos, res-plendido de abismos da solidão de cem anos perpétuos, cem anos em cujos tempos efígies eivadas de saudades, ausência do sentimento presente que se nutre do vir-a-ser da vontade do encontro, re-encontro para o re-nascimento de outras esperanças além dos instantes-limites, de outras castanheiras, oliveiras, o amor sobe na árvore!, aquis-e-agoras, além do que trans-cende quaisquer trans-cendências, e outros inter-ditos de inauditos mistérios pres-"ent"-ificando o espírito que jorra a alma na fonte da vida em estado de concepção da carne e do verbo, nas vegetações rasteiras, tapetes de veredas, das dimensões trans-subjetivas do corpo que figura o movimento de gestos e passos à luz diáfana e trans-lúdica do puro.
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Res-pondam-me, Oh, Zéfiros do Silêncio, o que habita no amor além das Luzes da Paz, das realizações, da felicidade, do prazer? O que reside na mata além da Vida, mundo mais poético onde o Ser artificia as formas naturais?
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Sucederia que, ao final deste dia,
O há-de afluir procrastina o sossego,
Preterindo quimeras de ser – da – eloquência,
Hipoteticamente brotando
As pétalas do devir em rosáceas,
Cujos odores extasiam
As crenças solares do ultra,
Cuja pulcritude da alma,
Guarnecida de espírito,
Arrebata as intuições, percepções,
Sobrepujados de argueiros e fantasmagorias
Às azêmolas do perene,
E o rigor do limitado
De literaturas exaram
O póstumo título do "Ente",
Preceitua a lápide da origem
Entrada ao anteriormente era a eloquência,
Após a carnação,
Carnação dos temores,
Carnação dos despojados,
Carnação das ansiedades,
Carnação das melancolias e taciturnidades,
Carnação dos piáculos, escapadelas,
Carnação das inculpas, contrições,
Só os amásios das favilas
Engravidariam as ociosidades da veras?
#riodejaneiro#, 23 de agosto de 2019#

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