CAMBIOCOZANDO DES-CARIOQUICEAS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA SATÍRICA




Cruzilis concupiscência de vazios e nonsenses à guisa de intempéries contundentes, revérberas mazelas das condutas, cambiocozando as in-congruências das quimeras de náuseas e travessias, por gravetos espalhados no decurso das vias trilhadas de medos e ânsias, côncavas e convexas imagens as sementes re-colhidas de antemão às revezes dos vazios e nonadas - quê êxtases e volúpias!... -, as moléstias psíquicas regurgitam na carioquicea preguiça das ambiguidades e dubiedades os excedentes das picuinhas e pânicos... cruzilis maledicências do divino e proscrito em caracteres góticos inscritos nas tábuas das insurrectas idéias olvidadas de importância e magnitude, cambiocozando almas que re-colhem em si a fugitiva imagem das coisas e do mundo, só os ventos, as folhas re-conhecem o talhe, cai o vasto engenho das falácias e verborréias dos segredos e episódios guardados a sete chaves nos interstícios da alma, que só satisfazem à cria do mesmo e do vulgaresmo, só ouso mostrá-las e os seus naipes correspondentes, o de que carecia, o de que careço, a menos que o apelo da ausência perca um pouco de perjúrio e luxúria.
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Cruzilis santuários, templos e basílicas de hipocrisias e cretinices dos princípios insofismáveis e inalienáveis da piedade e comiseração pelo desvio insolente e irreverente do nunca, extravio das meiguices, do pode ser, do ontem cambiocozando dogmas e preceitos, se a rua de pedras e poeira ornamentasse o vazio e o silêncio dos mistérios sinistros, a solidão e as vertentes do sublime, a tessitura das magias desatariam em forma de fissura pelas agonias, cada instante da vida seria nauseabundo, insípido, aborrecido, se não houvesse prazer e êxtase, se não fosse animado pelo tempero da Loucura.
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Cavernas, grutas cruzadas de silêncios e sombras, tolices ao luar, luzes que não cegam e brilham através da vida apenas, sem mistificação, evitar as coisas profundas e rasas, para conservar não apenas o domínio de mim mesmo, mas também o meu próprio câmbio cosendo auroras e neblinas, olha o cálice, olha o vinho, cambiocozando no amplo vazio filaucias, pequenas cólicas cotidianas, sublime arrolamento de contrários entrelaçados por fim, a razão de ser, o ímpeto, oh quimera que subis a serra para devanear as visões de que é cheio o mundo, que restam das línguas infinitas que falam o que há para endireitar um espírito louco, doido, varrido?, o mistério e enigma sinistros que além fazem os seres preciosos à visão extasiada do nada vazio de secreto investimento no grão transido da ironia e sarcasmo... eu que não me sabia, e cansado de mim, exausto, ajuizava ser o mundo um vácuo de comédias do limite extremo da sensatez.


#riodejaneiro#, 01 de agosto de 2019#

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