**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO** - Manoel Ferreira


Obscuridades intro-vertidas concluem de in-fin-idades a lividez da tarde em propósitos fantásticos ao limiar do sol que se esvaece detrás da serrania à extensão, à frontaria da extensão remota, cruze de todos os sistemas do Orbe o anúncio frescor e pacífico da escuridão, sob as propedêuticas testemunhas dos destinos, tremeluzindo de insonolências benevolentes as utopias da ninharia, sonsices do despojado, à graça de primícias exteriorizações da fulgência da veneta a recair em número indeterminado de veras meio-perpétuas que aldrabam a decessa atrás do simulacro do reflexo além de enaltecendo os báratros do sem- finalização ao cume do sem significado do não – ente. A chama da lareira, fora de mim, ganha e traduz coisas que ainda não conheço, o desejo de fazê-lo existe latente,
Saber-lhe a diferença entre ser e ec-sistir. Saber-lhe a sin-cronia, sin-tonia, harmonia entre o verbo e o espírito.
Se re-conheço conhecê-las, revisto-as de espaço interno, espaço que tem seu ser em mim, que tem seu sentido em mim, que me habita o mais íntimo, que me é.
E profundo; cerco-as com sentimentos de agressividade e violência.
Não têm limites, não se tornam realmente conhecimento senão quando se ordenam no coração de minha re-núncia, no âmago de minha indiferença, no seio de meu desprezo, nos olhares críticos, cínicos, sarcásticos, irônicos, enviesados na presença do absoluto de todas as coisas, na verdade de todos os sonhos e utopias. através de mim, alçam vôos as palavras de mim, palavras que re-colhem e a-colhem a presença da chama, a chama que em mim cresce, as águas que me impulsionam a re-fletir a plen-itude, a peren-itude da vida na experiência do verbo do amor, na vivência do amor pelo verbo por vir carne. Perfeita a criação. Luz, amor, desejos. Efêmero o viver.
Esperanças, sonhos, utopias. Eterno o nascer. Lutas por uma identidade plena.Quanta força ec-siste no ideal de sonhar!
Num ritmo de fascínio, pulsam corações no ossuário da terra, apaixonados com o brilho das estrelas, lua, lua crua, sempre lua nua, sagrada hóstia de querubins e serafins emanados pelo in-efável trans-cender da con-tingência e forma.
O coração do verso oferece o peito à vida. A alma do verbo empresta a carne ao belo. O espírito do sonho doa o desejo à esperança do Ser. Ser sendo ao sabor do silêncio sereniza as sombras re-fletidas aos raios do sol.
Sou uma pessoa de sentimento vulgar. - Não me olhe assim. Não me perscrute desse modo. Não fizemos o pacto da sinceridade? Amor, não confie em mim. Não se entregue por inteira a mim. A qualquer momento posso levá-la para o inferno. Contudo, amo você.
Generosidade sua não me confundir por sermos animais de cérebro da mesmíssima falange. Amorzinho, este poema não é para qualquer um.
Explico-me: - um idiota do resultado de sua própria insignificância. Por você estou de corpo e alma abertos, teleguiado para os céus. Prazer conhecê-la, benzinho! Entre! Aqui, as portas do inferno estão abertas, escancaradas.
Não pergunte a hora. No inferno o tempo perde o significado.



Manoel Ferreira Neto.





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