**SARAPALHAS CAIPIRAS DO ETERNO** - Manoel Ferreira


Epígrafé:



Tine rara kata tera. Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.



Abismos, montanhas, vales
Verdades, absolutos, sonhos
Utopias, desejos, esperanças,
Enigmas, mistérios, solidão
Sete abismos perpetuados por sibilos que trans-elevam sons aos auspícios do infinito.
Sete montanhas cobertas de neblina, de neve, de orvalho, de "securas" são objetos de con-templ-ação e reverência pela beleza que representam,
Sete vales em cujas veredas pastores conduzem ovelhas, boiadeiros conduzem o gado, simples, humildes, a vida é-lhes o verbo da sensibilidade.
Sete verdades professam e declamam em cânticos e versos a plen-itude do in-fin-itivo.
Sete absolutos preenchem as vacuidades da alma que perscruta os idílios e quimeras da morte, símbolo de felicidade perene, signo de alegria divina.
Se sonhos da beleza do belo, pura sin-cronia entre o onírico e a vigília, entre os éritos inconscientes e iríasis da sensibilidade, evangelizam forclusions, manque-d´êtres, mauvaises-foi, sacralizam solipsismos, vaidades, orgulhos.
Sete utopias do bem e do mal, em cujas eidéticas do tempo e vento habitam o venerar o verbo do ser, reverenciar o in-fin-itivo da etern-idade, ascendem as chamas das achas de lenha aos confins do vir-a-ser, acendem as velas dos volos da alma que aspira a trans-cendência do divino.
Desejos da humanidade do ser, sincronia do amor e do sonho intransitivo do sentimento amar, sintonia da solidariedade e a cáritas da compaixão, harmonia do efêmero e absoluto.
Sete esperanças sobreovam mares, florestas, re-colhendo e a-colhe do tempo, em cujas eidéticas do ser habita a luz da imortalidade in-fin-itiva da vida.
Enigmas
Mistérios
Solidão
Tudo passa, tudo passa, tudo passa.... Luz do uni-verso perpassando a neblina do horizonte, cujas miríades do além estão re-fletidas no espelho das esperâncas oníricas da verdade. Sons das contingências da não-correspondência entre as dialéticas que giram no catavento solitário da serra e as contradições do nada e vazio que rodavivam no dia a dia do quotidiano de dores e olhares voltados ao longínquo e distante à espera de alguma a-nunciação da verdade linguística e son-ética da poesia-vida da solidão.
Verbo-de ser
Ser-para o verbo
Tine rara kata tera. Rana pira sole tara
Pora dima yala pena
Mana dia kora grafe.



Manoel Ferreira Neto.
(25 de junho de 2016)


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