RESPOSTA POÉTICA DA AMIGA, ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO POEMA /**PENSAMENTO ORIGINÁRIO**/


PENSAMENTO ORIGINÁRIO
Manoel Ferreira Neto



Amigo Manoel, fiz há pouco este poema e vou deixá-lo como "resposta" a este seu...achei que se encaixa perfeitamente...



Não é o físico ou o intelecto
Já insensível na rotineira náufraga da existência
Que agasalha a repugnância ou a displicência
Intrínseca das datas que vão-se
Mas é o espírito desgraçado
Que se vela no íntimo
Suspeitando a alienação à espia
Em peleja durável
No débil fio das claridades e das escuridões
Que se solta sem desígnio,
Sem orientação, sem fundamento.
É a indigência do futuro.
É a penúria da penúria
Que causa o ensaiar,
Sem vivido,
Sem haver desfrutado
E sem possuir
Mais vereda
Que aguilhoa o ser
A existência…
E a persistir sendo,
Mesmo não divisando
Que o propósito de tudo
É meramente o nentes
Na metade das aposiopeses
Dos factos, das razões,
Da existência e do sol-e-dó,
Que apenas vive em virtude
Às análogas aposiopeses existentes,
Dispondo no todo,
O talento dissimulado,
Que ao abalarmos
Perdurará silente.
Continuará inumano.
Sendo escassamente
A mesma porção inexistente
Da existência assistente
Que o porvir transportará.



Ana Júlia Machado.



**PENSAMENTO ORIGINÁRIO**



Semântica de verbos, éden de utopias do sublime e singelo.
Semiótica de in-fin-itivos, silvestre de ex-tases da verdade.
Linguística da razão in-versa, sendas de utopias da beleza do belo.
Estilística de sonhos in-auditos, veredas de volúpias do absoluto.
Sin-estesia de esperanças do eterno, versos e prosas do místico.
Flor da mocidade
Rosada Aurora (fases)
Sol (olhos)
Dia (boca)
Adônis (ar)
Trança brilhadora.
Madura idade
Terra
Cinza
Sombra
Nada.
Ânsia do homem em querer ser,
Querer existir plenamente, arrastado pela pre-ocupação com o futuro
A madura idade produz o germe que incita
A usufruir as belezas presentes, antes que sejam passadas
O homem é o ente que tem por ser
Compreender seu ser.
O pensar que a-colhe a Palavra e tenta redizê-la é poesia,
Pensamento originário.



Manoel Ferreira Neto.


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