CRÍTICA LITERÁRIA DA AMIGA, ESCRITORA E POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**VERVE DE INFIN-ITIVOS E UNOS-VERSOS**/


VERVE DE INFIN-ITIVOS E UNOS-VERSOS
Manoel Ferreira Neto.



No mutismo ressoa o que vai no nosso âmago,
Escutam-se sonidos misteriosos e enigmáticos.
Sonidos sem melopeia que se desbaratam no verbo.
Sonidos silenciosos que se metamorfoseiam em disposição gráfica de uma peça musical, indizíveis, e nessas peças musicais sem repercussão, amortecemos, por se ser idôneo de escutar os sons solitários do silêncio.
Por ocasiões, o silêncio possui um ruído atroador e se aflui da alma pode abranger ainda mais ruídos.
Os estrépitos das reminiscências motivam com que, em incontáveis ocasiões, nos experimentemos maravilhados pelos seus timbres. Transportam-nos práticas sentidas, trilhos calcorreados, provas partilhadas ou o seu oposto. Cursos suspendidos, liames destruídos, fantasias e esboços incompletos.
Mas., com o silêncio e solidão aprendi que tudo possui uma etapa, como o mar que com sua movimentação regular e cíclica das águas, mercês ao qual o grau ascende e baixa diariamente no mesmo local, que persistem em abalar e inverter, os passarinhos que se deslocam e regressam ao mesmo local, como a Terra que executa a rotação completa sobre a sua inerente essência, conclui a sua empreitada.



Ana Júlia Machado.



VERVE DE INFIN-ITIVOS E UNOS-VERSOS



Sons, silêncios, solidão
Ritmos, melodias, plen-itudes
Retalhos de ex-tases no tempo
De in-finitas sublim-itudes, in-audita verve
De infin-itivos e unos-versos
Sentindo todo equilíbrio e toda leveza,
Voando como pássaro alongado com linhas infindáveis
Liberto as palavras e a voz suave como violino,
Abro as comportas do rio que me inunda e banha-me de águas,
Abro a mente aos pensamentos que me projetam além
E performam a dança dos movimentos da vida
À busca da verdade que de minhas entranhas partem as delícias
Para onde nascem os volos da sinfonia vital do absoluto.



Sons, silêncios, solidão
Ritmos, melodias, etern-itudes
Céu de estrelas, lago noturno,
Noite espíritual,
Frieza lunar do azul sagrado
Soa no poema em que vai ressoar
O sentimento que nasce e re-nasce a todo momento,
O sabor que plen-ifica e etern-iza a doçura das maçãs do tempo,
Conhecer o segredo da plen-itude do ser,
Saber o místico da travessia do infinito ao ser da etern-idade,
Pensar no sonho de po-ente cintilando réstias de devaneios,
Con-templar estrela fluorescente velando a choupana solitária
Na floresta de silvestres sendas e veredas
Em perfeição o significado do infinito,
O sensorial do espiritual.



Sons, silêncios, solidão
Ritmos, melodias, efemer-itudes
Perfeita conjugação do ser do infinito,
Élans poiéticos de sonhos e esperanças,
Simbiose perfeita de regência e sin-estesia
De luz, cristal, poesia...



Manoel Ferreira Neto.
(05 de junho de 2016)


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