ANÁLISE CRÍTICA DA ESCRITORA, POETISA E AMIGA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**/


ZEN DO INFERNO METAFÍSICO
Manoel Ferreira Neto.



Eu e outros. Não a vida, não a prostituta da existência. Existindo eu, e outros somos Perpetuidade. A Independência de Ser e sentir e honrar a Gente toda num bafo. Amargar com cada um e abrir a garra. Apregoar contra a incultura, a especulação e a avidez que nos abatem estritamente todos os dias. Essa é a existência… mas não somos Nós.
Uma afluência montada na mestria da estabilidade, a simultaneidade irrepreensível com a Essência sou eu.
Sor eu e outros, não os espíritos corrompidos, não os espíritos atormentados, somente Seres no ostracismo. Doutro lado aparecemos para aqui atormentar ou compreender ou cruzar um tempo que é relevante na nossa edificação. No universo habitámos sem a ele incumbir. Como silhuetas efémeras, lumes no negro de tempo demarcado. Nas crenças, nas políticas, na avidez dos tráficos, na martirização, pela adaptação a um enorme número de pessoas do dialeto e do converter-se bruto inalterável da casta encontra-se uma espécie qualquer que habita, onde por ocasiões somos forçados a viver…mas não sou eu e outros.
É relevante não nos omitir de quem somos, do que fomos, do que conseguiremos ainda gerar. Pois por mais que nos safem a reminiscência, enquanto por aqui caminharmos havemos de insistir a sermos.
Uma verdade enorme que excede o antigamente e o devir e nos transmuta um persistente presente.
Não sou eu quando nos arrumam uma raia de rancor entre nós e os que amam um divo com diferente designação. Não quando se engendram todos os dias pareceres divergentes, motivos de rancor para nos conseguirem fiscalizar. Pois a certa altura do trilho soltámos de possuir terror. Porque em destinada sinuosidade do renque nos enxergamos que o renque avança. Não acabamos no fenecimento, alteramos somente de dimensão de viver. Há que não ter temor em aceitar a perpetuidade na nossa ciência. Há que não ter terror de tantos animais que fabricam para nos amedrontar. Há que despertar e diligenciar as estirpes das realidades por via do saber que não nos é cedido de dá lá por aquela palha. Há que ir ao reentrante do Ser, inverter arriba e verbalizar: Este sou eu e outros…
O inferno é o que se vive na puta da existência…não interrogue amorzinho a hora…porque neste inferno o tempo arruína o sentido….
Eu amigo Manoel Ferreira Neto e escritor, é assim que avisto o que quer verbalizar nas entrelinhas….a tranquilidade do seu tal inferno…..Certa, errada...Não sei? É a minha visão...



Ana Júlia Machado



O teólogo Leonardo Boff diz algo que aprecio sobremodo, sendo a incólume verdade: toda e qualquer interpretação, análise, visão das coisas é sempre a partir de um "ponto de vista". Sou aqui o autor do texto e digo com categoria: "Aninha, sua visão de minha obra é EXCELSA".



**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**



Obscuridades intro-vertidas concluem de in-fin-idades a lividez da tarde em propósitos fantásticos ao limiar do sol que se esvaece detrás da serrania à extensão, à frontaria da extensão remota, cruze de todos os sistemas do Orbe o anúncio frescor e pacífico da escuridão, sob as propedêuticas testemunhas dos destinos, tremeluzindo de insonolências benevolentes as utopias da ninharia, sonsices do despojado, à graça de primícias exteriorizações da fulgência da veneta a recair em número indeterminado de veras meio-perpétuas que aldrabam a decessa atrás do simulacro do reflexo além de enaltecendo os báratros do sem- finalização ao cume do sem significado do não – ente. A chama da lareira, fora de mim, ganha e traduz coisas que ainda não conheço, o desejo de fazê-lo existe latente,
Saber-lhe a diferença entre ser e ec-sistir. Saber-lhe a sin-cronia, sin-tonia, harmonia entre o verbo e o espírito.
Se re-conheço conhecê-las, revisto-as de espaço interno, espaço que tem seu ser em mim, que tem seu sentido em mim, que me habita o mais íntimo, que me é.
E profundo; cerco-as com sentimentos de agressividade e violência.
Não têm limites, não se tornam realmente conhecimento senão quando se ordenam no coração de minha re-núncia, no âmago de minha indiferença, no seio de meu desprezo, nos olhares críticos, cínicos, sarcásticos, irônicos, enviesados na presença do absoluto de todas as coisas, na verdade de todos os sonhos e utopias. através de mim, alçam vôos as palavras de mim, palavras que re-colhem e a-colhem a presença da chama, a chama que em mim cresce, as águas que me impulsionam a re-fletir a plen-itude, a peren-itude da vida na experiência do verbo do amor, na vivência do amor pelo verbo por vir carne. Perfeita a criação. Luz, amor, desejos. Efêmero o viver.
Esperanças, sonhos, utopias. Eterno o nascer. Lutas por uma identidade plena.Quanta força ec-siste no ideal de sonhar!
Num ritmo de fascínio, pulsam corações no ossuário da terra, apaixonados com o brilho das estrelas, lua, lua crua, sempre lua nua, sagrada hóstia de querubins e serafins emanados pelo in-efável trans-cender da con-tingência e forma.
O coração do verso oferece o peito à vida. A alma do verbo empresta a carne ao belo. O espírito do sonho doa o desejo à esperança do Ser. Ser sendo ao sabor do silêncio sereniza as sombras re-fletidas aos raios do sol.
Sou uma pessoa de sentimento vulgar. - Não me olhe assim. Não me perscrute desse modo. Não fizemos o pacto da sinceridade? Amor, não confie em mim. Não se entregue por inteira a mim. A qualquer momento posso levá-la para o inferno. Contudo, amo você.
Generosidade sua não me confundir por sermos animais de cérebro da mesmíssima falange. Amorzinho, este poema não é para qualquer um.
Explico-me: - um idiota do resultado de sua própria insignificância. Por você estou de corpo e alma abertos, teleguiado para os céus. Prazer conhecê-la, benzinho! Entre! Aqui, as portas do inferno estão abertas, escancaradas.
Não pergunte a hora. No inferno o tempo perde o significado.



Manoel Ferreira Neto.





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