CRÍTICA DA AMIGA, ESCRITORA, POETISA ANA JÚLIA MACHADO AO TEXTO /**DISSIMULADO EM TAÇAS DE CRISTAL**/


DISSIMULADO EM TAÇAS DE CRISTAL
Manoel Ferreira Neto.



O revestimento débil, quebradiço de carinho por toda feição de pulcritude brota de por trás da meiguice débil por todo teor de mestria. Os Excelso das atitudes circundam num feito de magnificência, num gesto de carinho e solidariedade, alteando em grau de admirares simples, manifestando e estampando em taças de cristalino. E quando parte alguma….?
Que goma conseguirá anexar os fragmentos de uma taça de cristal que se despedaçou?
Mas a existência implora que avancemos.
Para escapar da habitação, e causar trecho de uma nuvem que caminha, desaparece, circular é imprescindível crer.
Para rodarmos a decifração de nossa residência, ingressar em nosso aposento, fechar os candeeiros, cerrar os olhos e repousar é necessário crer.
É necessário firmeza para ingressar em um balcão, comunicar com o ignoro que nos ri. Cremos.
O humano, ser bicho que discursa e ensaia, adquiriu com a intelecção a idoneidade de mascarar, e com a faculdade de dissimular a verdade de suas tenções, graceja enquanto pretende lagrimejar, lacrimeja quando em seu interior ri... Oscula, como o Traidor concebeu, e enuncia locuções enquanto em suas costas, agarra o punhal. Artimanhas assim nos engana em debilidade e inocuidade, e para continuamente observaremos para os lados, ambiente que descrentes da existência.
Quiçá, as chagas da alma, originadas pela sensação imolada, pleiteiam mais prazo, para serem saradas. As juras de um bem-querer, e a probidade de um aliado quando tem suas colunas agitadas, patenteiam sustentáculos falaciosos, e reedificar, pode acarretar grande esforço,,,,E vai-se vaguear simples e instintivo nos esconsos locais do sensitivo, sentindo as gradações límpidas do auge.....



Foto de Ana Júlia Machado



Você, minha inestimável amiga e companheira na vida e nas letras, teve oportunidade de ler um texto cujo tema "o que é isto - ser escritor", tendo você feito o seu comentário.
Em poucas palavras... Os seus comentários, críticas, tanto de poesia quanto de prosa, nas entrelinhas estão as perspectivas e ângulos de sua análise. Pode até parecer que pelo fato de você ter o estilo e a linguagem eruditos que você plagia, o que muda é só o estilo. Isto jamais foi verdade, em três anos de nossas relações. Você lê ao re-verso, a leitura reserva, mas conservando a original. Isto não é plágio. Oficializou-se assim, mas não o é. Neste texto aqui, você está revelando o aspecto psicológico da obra nas suas entre-linhas, que foi apenas esboçado por mim nas entrelinhas.
Assim o é. Aqui re-presento a leitura da consciência-estética-ética, e você mostra o aspecto psicológico, trá-lo para o dito. Aí está a falsidade, a farsa, a hipocrisia . De início, haver reconhecido o seu talento e dom, a sua genialidade como poetisa e escritora, e depois que você atInge a sua maturidade, tem o seu estilo e linguagem, analisa a obra com mais profundidade, vou negligenciar você. O crítico tem de entender isto: deve haver harmonia, sin-cronia, sin-tonia entre crítico e escritor, consentindo para si mesmo que ele tem seus valores como crítico, mas nunca querer ser mais importante que o escritor. Ele é crítico porque o escritor existe, é real. A jornada desta harmonia deve se prolongar, cada um na sua, e a amizade. Há muitos que ja comentaram, criticaram a minha obra. Mas as relações entre nós três, você, Maria Fernandes e eu, nossas relações sempre foram de respeito em termos éticos de escritores, poetas, críticos, comentaristas, sempre nos respeitamos. Não existe isto entre nós: um querer ser mais importante que o outro.
A não ser assim, haverá sempre a presença das dissimulações, simulações, mentiras, farsas, hipocrisias, falsidade entre escritores, entre escritores e críticos.



**DISSIMULADO EM TAÇAS DE CRISTAL**



"Toda consciência visa à morte de outra"
(Hegel)



O invólucro tênue, frágil de afeição por toda forma de beleza surge de por trás da ternura frágil por todo conteúdo de perfeição. O Belo das atitudes envolvem num ato de generosidade, num gesto de carinho e solidariedade, elevando em nível de olhares fáceis, expressando e imprimindo em taças de cristal. Observo-me e as palavras ditas são sentidas nos interstícios de ações no mundo, no âmago de atitudes da ec-sistência. Procuro salvar o viver de seus envolvimentos supérfluos com os falsos ideais: coloco-me acima da vida, perscrutando as sensações evidentes e trilho as veredas dos pensamentos e ideais.
A criação de um momento novo, até o mais íntimo da solicitude, que referência alguma repita a mim o modo usual e demasiado retrógrado de viver o quotidiano. Insinuo aqui e ali o realismo que o íntimo do mundo consegue capturar da sinfonia dos sentimentos através das mais variadas experiências vivas, da ópera das emoções e sonhos por inter-médio das mais inusitadas vivências da busca do ser e do verbo.
A consciência das realidades vividas sustém a mim no quotidiano da afetividade inteligível, uma doçura no olhar: a análise revela o modo autônomo e estranho das explorações percucientes das irreferências. Digo de mim e os sentidos revelam-me o outro lado de resistências: dentro da unidade do conjunto para o qual contribuo, sou um instrumento artístico para o entendimento das emoções, da alma: até diria a alma estar acima das emoções, pois a re-presentação de mim advém dos interstícios da alma, mas sem as emoções tal re-presentação seria defectiva, apenas o objetivo das coisas. entram as emoções, assim a vida se pres-ent-ifica-se. Perpétua solidão de viver a alma revela-se-me nas formas eternas do agir incólume em rumo à mais isolada delas, a evidência do real. O sentimento sublime da alvorada em seu instante de brilho e êxtase: o espírito manifesta os horizontes da plenitude.
A translucidez do eterno reflete-se de modo primordial no olhar as manifestações de prazer representadas no ardente desejo de criação, a visão é apenas uma ótica da inteligência. Fácil é a expressão das nuanças de viver a inteireza: faz-se mister inserir as feridas abrem-se nos sentimentos. O segundo é de perceber as revelações intrínsecas do isolamento: a mágoa interfere essencialmente na ejaculação dos sentidos. O fosso da esterilidade faz gerar as indefinições, nascer a atitude essencial, a dubiedade emotiva. Alço o olhar à mais íngreme emotividade: sinto um misto de tristeza e alegria por viver as sensações reais d´alma, o carinho e generosidade.
Sinto-me disperso: as emoções estão efusivas e latentes em mim, está aquém das forças dominá-las. Universo estranho e magnífico de poder sentir o fundo dos atos conscientes: sou uma leveza a deambular flácida nos braços ternos do sensível. O riso descreve o título esquecido da elegância íntima, fixando as testemunhas oculares, esse luxo secreto e enigmático do prazer. Sigo na secessão e no retiro, buscando ampliar os horizontes particulares, segundo um ângulo que compreenda haver conseguido a enorme taça de cristal de desejos.
Estou impedindo o afloramento de sensações, buscando não ultrapassar os limites do minuto... não subsistem senão débeis vestígios de uma beleza perdida: para reconstituí-la é preciso viver textualmente a incógnita formosura da experiência. Palavras sinto - e sem deformar os sentimentos fluentes busco a plenitude ária da sensibilidade.
A suntuosidade do esplêndido ápice do prazer a manifestar os espectros eternos e perenes da ternura, tornando o viver um simples ato de credulidade. A formosura cristalina do sentir a presença do clímax imortal a revelar as suas plenas imagens de júbilo, os seus dons de perseverança. A pomposidade efêmera do gozo de sensações da contingência a derramar os risos solenes da esperança, os escárnios polidos da espera, a ironia nobre da intuição, o sarcasmo pomposo da inspiração. Nobre desejo de sentir as profundezas do coração, em seu segundo mais sublime, ascendendo ao mais longínquo cume da paz o sentimento nítido do alvorecer para o viver.
Não me fora o doado o dom de entender a crítica literária. Crítico tece as mais egrégias considerações à obra de um autor. Biélinsk, na Rússuia, tornou Dostoiévski um escritor reconhecido, conhecido, com a sua leitura de Pobre Gente, primeira obra de Dostoiévski, publicada, isto de um dia para outro. Quando Dostoiévski publicou o Duplo, Biélinsk descascou os verbos, negligenciou com todas as letras. Bielinsk lera a obra sobre a sua perspectiva social e política, a miséria. O Duplo é obra psicólogica. Esta crítica gerou relações difíceis entre Dostoiévski e Biellnsk. Lê-se a obra num ângulo de visão, o autor apresenta oura depois. A vida do artista-escritor é sempre uma busca eterna. Machado dera uma resposta categórica, quando lhe contaram que crítico havia descido o malho em Memórias Póstumas de Brás Cubas: "O crítico vai. O escritor fica." Este deve ser o posicionamento: e não é o real? Assim, penso e sinto: reconheçam em primeira instância, depois negligencie, não tem problema: "O crítico vai. O escritor fica".
Digna vontade essa de lançar-me nítido e consciente ao fundo de prazeres reais. A fugacidade do olhar inscrita nas atitudes sérias e sinceras faz-me recrudescer o sonho de futuro. Sinto permanecer num sítio de mim e, através de sua percepção e veracidade, envio à superfície as sensações buriladas e polidas.
O instante apresenta-me a impertinência para a longevidade nesta vida. Ouço a nitidez de sons quase que ininteligíveis ao ouvido e sinto emanações exóticas de um paladar subliminar. As ondas vivas de sentimentos sutis vêm tocar as docas de caros pensamentos de ternura e generosidade. O silêncio inaudível do sibilo na caminhada do vento rumo ao precipício do infinito traz-me esta sutil alegria no olhar.
Vou deambular fácil e espontâneo nos recônditos sítios do sensível, sentindo as nuanças nítidas do clímax.



Manoel Ferreira Neto.
(08 de junho de 2016)


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