RESPOSTA/COMENTÁRIO DO ESCRITOR MANOEL FERREIRA , ARTISTA-PLÁSTICA(PINTORA) E POETISA, AO TEXTO /**O HOMEM E AS LETRAS**/


Nosso desafio é sempre escolher o caminho ' da felicidade ,pois de cada coisas que nos acontece ,precisamos ir aprendendo com a vida . Mas está vida que não é constituída só de momentos felizes .Pois essas algumas vezes o aprendizado é dificil e dolorido ,mas nunca deixa de ser necessário. .....ou aprendermos com o que ela nos ensina . Mas nunca vamos deixar de escolher o caminho em busca da nossa felicidade ,mas sim de uma vida feliz......



Jacyra Gomes



Aí está o antagonismo entre a "felicidade" e "momentos felizes". A felicidade é a busca da homem, é construída ao longo da existência, momentos felizes são os fugazes, efêmeros, passam simplesmente, as dores são imensas para ambas as partes. Como você esta analisando, é o interdito do texto. Como distinguir este antagonismo: é o encontro de dois artistas, uma vida que tiveram juntos, um candidato aos sessenta anos contava esta história para a sua sobrinha-neta de dez anos. A vida juntos desse casal fora sempre a busca da felicidade, artistas que são compreenderam que estas coisas no meio artístico são publicas e notórias, fugazes, efêmeras, vida feliz, cuidaram da vida íntima, juntos foram construindo a felicidade, não andaram em bandos, tinham os amigos íntimos. A felicidade é uma busca que se faz, se a felicidade se faz continuamente, a continuidade é também a felicidade. Particularmente, não sou destes de momentos felizes na vida artística, acho-os ridículos, mas nalgumas situações e circunstância é necessário estar presente, lançamento de livro de grandes amigos, gosto, aprecio o meu silêncio, a intimidade com alguém, Corro léguas de momentos felizes. Daí, a esperança não é sem a felicidade e a felicidade não é sem a esperança, mas a esperança re-colhe os sonhos que são sementes para a felicidade se pres-ent-ificar. O caminho da felicidade, aprender com a vida, viver esta história no real, é uma dádiva, construir a felicidade com alguém intima e artisticamente, uma história juntos. O que está escrito nas estrelas tem de acontecer, não importa quando, acontece. O seu comentário está excelso, pois que me legou a possibilidade de falar um pouco deste antagonismo entre a "felicidade" e "momentos felizes".



Manoel Ferreira Neto



*O HOMEM E AS LETRAS**



Se me perguntarem hoje "O que é isto - a vida?" ou "O que é isto - viver?", posso, refletindo sobre as trilhas percorridas, experiências e vivências adquiridas, acumuladas, tecer alguns profundos pensamentos, sentimentos, emoções, sabendo, de antemão às revezes, nada defini, nada conceituei, nada respondi, pois que para estes questionamentos não há respostas ou definições plausíveis, haverá sempre quês de interrogação, indagações...
Sinto, contudo, aprendi a amar a vida, a amar viver ao longo dos tempos, das situações, a amar apaixonadamente. E quando senti presentemente, no mais recôndito de mim, foi num entardecer, estando sentado numa pracinha pública, depois de uma visitinha ao meu amigo e escritor memorialista Antônio Nilzo Duarte, olhei fixamente para o prédio do Cine e Teatro Virgínia, onde a tantas películas cinematográficas assisti, e muitos flashes da minha vida perpassaram-me o íntimo, a alma, o coração. "Nossa... Com este amor que sinto hoje pela vida, pelo viver, quem dera houvesse sentido na juventude, creio que me teria entregue inteiro a realizar muitas coisas em homenagem à vida, ao viver. Mas este sentimento se me revela no crepúsculo da vida." Sinceramente, passei a mão direita nos olhos enxugando lágrima furtiva que escorria.
Se os caminhos percorridos foram difíceis, complicados, se fui infeliz, se me angustiei diante do medo de nada realizar, não concretizar o que sonhei, se as dores e os sofrimentos foram inestimáveis, se tive inúmeros enfartos, anginas, taquicardias, o que isto importa? Quiçá, tudo isso tenha sido necessário para no crepúsculo da vida poder sentir o amor à vida, ao viver! Os caminhos trar-me-iam onde me encontro agora. O medo do "nada obtuso", morrer sem nada ter conseguido realizar, somente haver me arrastado pelas ruas do mundo, foi muito mais forte que os sonhos e esperanças em mim trazia dentro, mas foi pedra angular para continuar lutando, desejando deixar-me eterno no mundo. E certa vez alguém me dissera categoricamente: "Você precisa valorizar a si mesmo. Seus valores são inestimáveis, mas não sabe reconhecê-los. Ame a si próprio, ame os valores que traz em si dentro. A partir desse instante, sua vida será outra".
Escritor virtual, já um tanto reconhecido, alguém me dissera: "Você já realiza o quanto suas letras são inestimáveis para os homens, para a eternidade, já realiza o quanto o homem você é importante..." Respondi que sim, a responsabilidade com isto era enorme, mas tinha condições de fazer jus ao reconhecimento dos amigos e leitores do Brasil e do mundo inteiro.
Disse que descobri o amor pela vida, pelo viver. O que importa se esse sentimento me veio no crepúsculo? Entre o crepúsculo e a noite, há muito tempo, os ponteiros do relógio tem muito a percorrer. Os caminhos se revelam outros, visualizo a luz no horizonte distante cônscio, e até lá vou realizar o homem, o que é isto - o estar-sendo-no-mundo, deixar-me-ei eterno no mundo, não apenas como escritor, mas como quem desejou o encontro do homem com seus valores humanos. Tudo pode ser realizado no mundo, suficiente apenas a entrega aos objetos do sonho, da esperança, mas realizar a vida, o homem transcende sonhos e esperanças.



Manoel Ferreira Neto.
(21 de junho de 2016)


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