*OUTRO DO OUTRO OUTRO** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ###


Epígrafe:

"... mas tempo outro se a-presenta,

vers-ificar, vers-ejar linguísticas e semânticas

do que há-de se pres-ent-ificar."(M.F.N.)

###

Des-érticas melancolias do vir-a-ser nobre e erudito

tres-passam o sublime in-finito do tempo,

atravessam o interdito fugaz das ilusões,

re-fazendo as éritas memórias in-exprimíveis,

as que são pedras angulares de pensares-sentires

a continuidade do destino pos-fazido contingências

dos desejos e vontades de o nada saciar a sede,

de o efêmero vers-ejar de ritmos e métricas

a ausência de perfeição, a falta do verbo de ser

o silêncio perene onde não só ouvir as vozes

in-fin-itivas do mistério in-audito da alma,

mas também a poesia son-ética dos sentimentos e emoções orvalhados de sereno notívago sin-estesiando esperanças e sonhos da verdade, linguística das etern-itudes solenes e clássicas, semântica das sempr-itudes da

fonte originária da linguagem

do ser, poiético vernáculo das nad-itudes do belo e dos ex-tases das ondas marítimas tocando leve

e suavemente as areias da praia

onde as gaivotas se alimentam no alvorecer,

de onde o longínquo res-plandece de luzes e

lusco-fusco de raios cintilantes originários do conúbio

de plena sedução entre o horizonte do porvir

e o in-finito do verbo divino, do nome imperfeito,

a frias distâncias vão as labaredas

de seus temas e temáticas, entre o uni-verso do verbo

além das con-ting-ências e o in-fin-itivo do ser

trans-cendente de volos e querências,

desej-âncias e sorrelfas do vazio,

nítido nulo das alegrias breves projetadas

na superfície lisa do espelho do tempo,

nostalgia do nunca-jamais res-plandecendo

de quiméricas ilusões e utopias as éresis do sempre

e por toda a etern-idade até a con-sumação incólume

da verdade que convém à solidão,

da solidão que convém à id-ent-idade dialética da vida e da morte, do não-ser e das ipseidades do amor que preenche

os manque-d´êtres da felicidade ad-jacente ao perpétuo divino, divin-idades da fé.

====

Devaneios. Idílios. Divagações.

Fertilidade da imaginação, fluxos ab-stratos da criatividade,

po-esia in-trans-itiva das saudades do tempo

que o vento sibilando de volúpias e gozos

entre serras e corcovados

trans-elevou ao ápice do eterno,

e na alma deixou somente a vontade de suprassumir o nada, nadificando as tristezas e angústias, náuseas e desolações.

====

Alvorecer. Outro do outro outro.

Re-nascimento.

Sonho.

Esperança.

Silêncio.

Solidão, Semânticas. Linguísticas.

Passo a passo cada passo é um passo,

travessia do além ao aquém de todas as dúvidas e medos,

nonadas do imperfeito pretérito à perfeição

in-fin-itiva do há-de ser os campos elísios da perpétua verdade.

====

Pura poesia. Metáfora do visível invisível,

ex-tase de uma passagem do in-concebível

ao desejo do sensível ou apenas a trans-literalização

do nada vazio de perspectivas do efêmero,

ou ainda apenas uma viagem in extremis do mistério

in-audito do ser à vontade da intuição do há-de vir.

====

Sentimentos. Sensações, emoções.

Abstrato do eterno efêmero.

Realidade do nada eterno.

Solidão. Silêncio.

Vozes que perpassam os interstícios

do não-ser precedido de carências,

Vozes voluptuosas de voláteis

sons e ritmos do que trans-cende

o eterno infinito ao volúvel uni-verso de paisagens do espaço.

====

Nada sou. Sou nada.

Por átimos de segundos,

con-templando o que me perpassava as dimensões sensíveis, nalguns instantes esboço de um sorriso na face,

pensei e senti que isto de ser nada são re-velações,

a-nunciações de esperanças,

fonte originária da entrega plena à poiésis do verbo da vida,

isto de nada ser são memórias, lembranças, re-cord-ações de sonhos que não se tornaram verdades,

de querências que se esvaeceram,

mas tempo outro se a-presenta,

vers-ificar, vers-ejar linguísticas e semânticas

do que há-de se pres-ent-ificar.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 24 DE DEZEMBRO DE 2020, 12:14 p.m.#

 

 


Comentários