#O BRANCO QUE O TEMPO NÃO RESPONDE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: POEMA ###


POST-SCRIPTUM:

A título mesmo de testemunho este post-scriptum. Jamais escrevi algo com o estado de espírito tão recolhido, encolhido, indiferença, sem qualquer ânimo, disposição, até sem coragem de segurar a pena, dar-lhe movimento, dar-lhe asas, sem ases que ornamentem os jogos da mente/psique, na alma carências de disposições, fogos e chamas de quimeras. Nada e vazio - longe de sentir eis a explicação para este estado, ambos se comungaram num piscar de olhos, a vida respondeu com estes estados.

Manoel Ferreira Neto

 

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Per-sigo campos de lírios brancos,

Passos comedidos,

Per-seguição in-trospectiva

A mais perquiridora das vontades de saber:

O branco da metafísica do olhar

Perscrutando as nuances da visão

No lince da perquirição da cor das exegeses do sublime,

O branco das metáforas do diálogo

Entre a afirmação do que vai além do que se perpetua

No tempo,

Negação das utopias,

O branco das dialécticas, contra-dicções

Entre o que permanece carente de sentido

E a carência que se desfaz no sentir

Des-novelarem-se de sentimentos a re-presentação de ideais,

Des-velarem-se de idéias a composição das virtudes estéticas,

O tempo não dar sentido ao homem

O branco do poema

Que versa o infinito, aos seus olhos branco,

O branco do lácio da última flor

Cujas pétalas suavemente balançam

À mercê da neblina soprada de ventos,

Asas às penas que se movimentam,

Ases aos nadas a completarem do pôquer a vitória,

Penas aos ases que que figuram de naipes as jogadas da mente,

Mas, que nesse ínterim

A abrangência do olhar sensível

Atente faminto e em profundidade

As cordilheiras montanhosas

Visionadas ao longe

Num espectáculo sinuoso, esbranquecido,

Dando penas a essa imaginação

Fadada ao que intriga,

Range, e tece

O tempo sem respostas.

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Branco da paz,

Metáfora que perdeu

No tempo o seu brilho de querença

Da trans-lucidez de sinfonia entre

Os ideais e ideologias,

Entre as etnias e princípios da ética,

Branco do ser que se a-nuncia

Na passagem dos rituais,

Na travessia dos mitos,

Das místicas esperanças do bem e do mal

Cujos símbolos, signos

São o instante nítido, transparente

Da reflexão, meditação,

Antes que se esvazie de tonalidade, de brilho,

Branco só a pena nítido, frio, indiferente, disperso.

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Assim é benvindo

O que caiba ao ser percuciente

Das níveas valoridades

Do aqui visto hoje e dos porvires

Incalculáveis, imprevistos, ininteligíveis,

Do tal-aqui-agora sublimado em segundos de visão,

Miséria e desolação artificiam fuga e escape,

No leito febril da modernidade

A pungir-me a alma

À hora de acolher as flores,

Enquanto a escuridão em

Sol transforma-se

E metamorfoseia-me em algo a mais

Além da verborização

Indagativa e nihilística

Metricamente distanciado das paixões

E suas di-versidades

Inclusas na insaciabilidade

Dos corpos e loucuras dogmáticas

Que a outros humanos de

Fraqueza mental domina...

#RIO DE JANEIRO(RJ), 08 DE DEZEMBRO DE 2020, 12:41 a.m.#

 

 


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