Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE À ANÁLISE SOBRE O SEU POEMA Prévia Permanência



Graça Fontis

Ohhhh..., sensacional sua crítica, meu mais que querido Escritor, fico até inibida à hora de dizer algo sobre essa análise arrancada apenas com esses olhos de lince e sem pestanejar, homologou exemplarmente tudo que de dentro e há tempos me ocorria, alfim consegui me livrar, trazendo à luz sentimentos aflitivos e angustiantes a tomarem conta não só de mim, mas de muitos outros dentro desse mundo contaminado... Grata sempre pelo incentivo à escrita, pelo carinho e compreensão, #Teamo, meu Escritor favorito!♥️💋💋💋💋💋💋💋💋

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Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA O POEMA DE GRAÇA FONTIS Prévia Impermanência

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RESPOSTA À RESPOSTA SUPRA

Dissera-lhe tão logo compus o mini-ensaio sentir-me sobremodo incomodado em tecer comentários acerca da Pintura, porque não tenho conhecimentos profundos desta arte-plástica, nunca li ensaios, teses a respeito, e isto é bem complexo, qualquer deslize por algo dizer não condisser com a Arte terei de me explicar. Entre olhar a pintura, observá-la e conhecer a Arte há distância imensurável. Logo respondera que não, não era verdade, fizera cursos de Pintura com pintores renomados, o que digo acerca da Arte condiz, até se surpreendendo como isto pode ser realizado, não sou pintor.

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O que diz você haver eu homologado, o que lhe ocorria há tempos, fê-lo em duas Artes diferentes, a Pintura e a Poesia, compôs poema para a Imagem, realizou a síntese, valendo dizer de excelência, mas observo a sua vontade de conhecimento, o desejo do saber, lendo vários autores filosóficos e críticos ao mesmo tempo, o poema veio recheado de sentimentos, dores, sofrimentos pela visão do mundo vista aos linces do conhecimento e do intelecto, retrato do destino da humanidade, destino que ela própria artificia a cada instante. O BAILE(título da Pintura) e PRÉVIA IMPERMANÊNCIA(título do Poema) se aderem, comungam-se, e tantos sonhos nascem, se sentirmos profundo o interdito: A Dança da Solidariedade, os caminhos por resgatá-la, carece agora que todos os homens deem as mãos e se entreguem a ideais que artificiam a existência, refazer, reconstruir. Por esta interpretação do poema respondo ipsis verbis e litteris, mas quanto à Pintura são apenas opiniões de um deslumbrado.

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Termino com o sonho que me contara: havia chegado à porta da biblioteca, estando eu ereto, sentado na cadeira, olhando para além da parede, digitando tranquilamente, era eu e não era eu. É um gancho para esclarecer as bordas: sou quem observa a pintura, a criação dela em todos os momentos, mas o que digo, expresso, registro não sou eu, um enigma isto; se a Arte realmente supera o autor, está aberta para todas as análises e interpretações, mesmo as nascidas da sensibilidade, as ingênuas, inocentes, como são as minhas. Não me envolvo com polêmicas desnecessárias, se não conheço, melhor ficar em silêncio. São heranças éticas de amigos queridos.

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Sempre honrado e lisonjeado pela discípula tão dedicada ao conhecimento, quem sabe ser ele a chave da solidariedade. Está indo de vento em popa, superando as minhas expectativas, tomando em consideração o tempo de sua entrega às Letras, às Palavras. Parabéns, minha Rainha!

Manoel Ferreira Neto

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Obra-prima!

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É de admirar a adesão da inspiração e intuição na composição dos recônditos da alma, sentimentos, emoções, sensações, medos, angústias diante da Prévia Impermanência da Vida, a koinonia da linguagem, estilo, a estilística das imagens que fluem ao longo de cada verso para revelar a balada do "Efêmero" e a continuidade do tempo, das coisas do mundo. Esta dimensão de "síntese" numa estrutura e linguística poética requer acuidade, engenhosidade com a composição do silêncio do interdito e a voz do espírito, voz que deseja expressar as carências, ausências, por intermédio desta expressão dizer os sonhos, os ideais, sobretudo as perquirições do efêmero e a existência, fazendo surgir as utopias e quimeras à busca do Ser, conforme a voz e a imagem deste verso primoroso: "fianciou/A " Artesã Poética "em seu versar", o que significa no versar a poesia, a poética, a artesã fiança as suas dimensões sensíveis e espirituais, a imagem. Sendo Graça Fontis pintora, a fiança deste versar torna-se inda mais forte e contundente, por na arte da pintura que ela reza, a imagem revela os recônditos mais profundos da alma humana, sublimando "desejos e paixões/Às portas abertas a todos os sentidos...", o horizonte para outros voos, outras visões, "mesmo" com as intempéries do existir, mesmo com a efemeridade de tudo, mesmo com a "turbulência do Ar".

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Uma descrição fenomenológica da solidão do ser. A intertextualidade de versos de Carlos Drummond de Andrade - neste âmbito, a poetisa, escritora e pintora Graça Fontis

fora muitíssimo feliz na colocação - inédito no seu compor poético a intertextualização, vale ressaltar "Precisa" -, era o instante de colocá-los para revelar a intenção fundamental do poema: como reconhecer as dores e sofrimentos da alma humana, e o adentrar-se neste reconhecimento requer a poesia e o pensamento, a sinceridade da busca de outras alamedas do pensar-sentir o mundo e as coisas, requer a ausência de máscara. Só com a consciência e o saber das buscas desejadas e sonhadas é possível o conhecimento. Perfeito, perfeitíssimo. Nos versos finais, Graça Fontis diz que o adentrar-se na alma abre todos os sentidos para os sonhos se patentearem. Aqui, mister verbalizar o que o "prévia" significa: em quaisquer Artes, em primeira instância, há a a-nunciação da imagem, anunciação realizada pelo espírito, seja imagem da pintura, da poesia, da literatura, da escultura, a inspiração e a intuição compõem o a-nunciado em suas estruturas e linguagens. A "prévia impermanência", anunciou-se a partir da visão das inquietudes da alma, a escritora delineou a imagem em suas estruturas linguísticas, semânticas, metafísicas. Vale ressaltar: Graça Fontis primeiramente compôs a pintura, depois é que escreveu o poema, conciliar pintura e poema nas suas estruturas não é simples, inda mais em se tratando de uma pintora iniciando a jornada poética. Compreendeu e entendeu com perfeição a Poesia carece da Pintura para a revelação do Espírito do Ser, as cores de suas metáforas, metafísica, metalinguística.

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Para quem estava dizendo que não conseguia mais pegar na pena, não tinha dons e talentos para escrever, é muito difícil escrever, e escreve um poema neste nível... Vou começar a pensar em modéstia, hein! Parabéns

pelo poema e pela pintura que o ornamenta, perfeitos, uma dança da prévia impermanência. Beijos no coração, minha Rainha!

Manoel Ferreira Neto

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PRÉVIA IMPERMANÊNCIA

Graça Fontis #Poema/Pintura

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Tudo está na mente e dela sai

Frui no perpasso do tempo

E das noites surtoadas,

Sentenciosamente tristes e obscuro

Àqueles que do refúgio também saem

Inversos à sensatez e à razão,

Cumplicientes d'uma evasividade exemplar sorrateiros à imprevisibilidade.

" como reconhecer o iminente drama

De quem se precipitou sem máscara"? Diz Drummond.

E de seu regato PENSANTE, fianciou

A " Artesã Poética "em seu versar

Lastimoso de emoções e angústias

A movimentarem silenciosamente

Suas batidas internas de pavor

Sintetizadas a uma pré-história redobrada,

Coesa à luzes inúteis aos deficitários

De compreensão e conturbados

Vez que, esta contagiou-se

No líquido tóxico de velhas auroras,

Num campo largo e probatório da auto-afirmação,

Concomitantes ao "Sim" de que viver,

A pena é válida

Mesmo com o Ar turbulento

E o Não explícito a redundar displicência

No decorrerem de vista ao ocaso

Por conta dos enigmáticos sons,

Seus voos escuros e boêmios

A sublimarem desejos e paixões

Às portas abertas a todos os sentidos,

Para a IMPERMANÊNCIA PRÉVIA da vida

Em noites de baladas!

Rio de Janeiro, 17/12/2020

 

 

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