#O SOL ESTÁ-SE INDO# GRAÇA FONTIS: FOTO(ARQUIVO) Manoel Ferreira Neto: AFORISMO +++


 

O que me fora de ontem à noite, todos dormiam, suspirando de modo bem estranho, o vento soprava nas ruas escuras e solitárias, o travesseiro não me serenou, nem o que me provoca sono... - uma consciência leve. Desisti do sono, fui à praia. A lua iluminava tudo, clara e suave, límpida e calma. Encontrei homem e barco na areia fria, ambos cochilavam, pastor e ovelha, sonolento, o barco deslizou nas ondas. Um abismo se abrira longínquo, sem barreiras, montanhas, tudo passou num toque de mágica. A manhã chegou; nas negras profundezas há um barco que repousa, repousa e repousa...

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Hoje, o sol está pardo, a hora de amanhã não sonha com a de hoje, o dia sem sorrir, fatalizado o crepúsculo, sem certeza de légua e meia com vontade de tergi-versar o caminho, e o sertão re-nascido do barro a levar a sorte ou a morte até cair o último fuzil, aprender paisagens de estrelas, perspectivas de brilhos e resplendores, terra e troncos em lenha farta, caindo gotas das vastas flores verdes na Fonte luminosa, o terço será lembrado, léguas de margens, rio e água, a cachoeira precede a ilha, as flores admiram, o dia raiou, o trem apitou, os barqueiros chegam com a colheita de peixes da noite, o galo cocoricou, o pássaro canta, as cadelas latem, aprender a canção do silêncio, a velhinha varre a varanda de seu lar, re-cordando-se, a alma sonhante, solidão, trabalhadores se dirigem de carro ou a pé, de ônibus, os estudantes a caminho de brincar de aprender as lições dos professores, enquanto a morte não é final de um dia.

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Alegria de tiranizar?

- o tempo vai, o tempo vem -

e este gozo é tanto

mais intenso

quanto mais baixa é

na escala social

do credor...

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Verbo de conjugar: balada às estrofes do espírito que se alimenta da beleza das flores que nascem nas auroras, morrem nos crepúsculos, da natureza que se projeta na distância, no longínquo, absolutizam-se na beleza de inspirar as palavras que lavram o ser das profundidades, a alma dos conhecimentos e sabedorias, alma de um vulcão, alma solidão, a sensibilidade das profecias e nadas-a-dizer, o sonho ama outro sonho na solidão de mim, sentimentos, emoções, a virtude de sonhos e esperanças.

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Aquela canção de

Roberta Miranda,

"Não tem jeito,

Morro de paixão

Não tem jeito,.

Sou de você, não tem jeito.

"É amor demais..."

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No alarme pleno de um Paraíso Celestial, as luzes, os sons são(serão) a senda por onde andar, ainda soprará um hino pela dimensão ec-sistencial e humana, amanhã, serei o barro, os homens o seremos, ainda que tardamos a superar o nosso longo silêncio, esse silêncio que inspira, que se realiza em sons, sibilos de ventos por entre serras, além mares e oceanos, que se tornam palavras, musicalidade, ritmo, imagens, cores, perspectivas, luzes e contra-luzes, a alma da arte sonhar, o espírito do amor eternizar, nós, convite ao mergulho íntimo e singular na aurora de primavera e paisagens outras, panoramas outros, a VIDA, in-vernos e ontens.

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Vem amor,

Não tem jeito,

Olhe as ondas,

Quê delícia,

Caminharmos na orla...

As ondas tocando-nos os pés

O sol está se indo...



#RIO DE JANEIRO(RJ), 03 DE DEZEMBRO DE 2020, 06:33 a.m.#

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