#Ana Júlia Machado ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA INTERPRETA E ENSAIA O POEMA Sondando o Profundo Mágico e Místico# ####

 


Este texto do escritor Manoel Ferreira Neto, #SONDANDO O PROFUNDO MÁGICO E MÍSTICO# nada fácil de interpretar. Mas à primeira vista é lógico que contesta a política e o poder no Mundo, citando inclusivamente Bolson e Hit, "Bolson e Hit" alongam a alcatifa encarnada no solo das nações".- Onde censura como as massas aumentaram, conduzidas e dominadas com coração e alma de rebos.

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Com certeza poderá falar-se da leviandade usual e a leviandade penetrante, o ser humano move-se constantemente entre estádios da inércia em que fantasia e que não devaneia. Da mesma forma, a pluralidade das pessoas, quando esperta, intercala-se entre a inconsciência comum e a inconsciência profunda. Leviandade vulgar reconhecimento com os nossos métodos de ideias e sensações, nossas resistências, anseios e repulsões. É a condição vulgar da maioria das pessoas. Nesse estado, somos dirigidos pelo intelecto e não temos noção do Ser. Não se trata de um estado de tormento afilado ou de infortúnio, mas de um nível baixo e incessante de desalento, desprazer, tédio ou irritabilidade, como uma espécie de imóvel ao fundo. Talvez não compreenda –se muito bem essa posição porque ela já faz parte da nossa existência "habitual", da mesma forma que não entende-se um ruído incessante ao fundo, como o murmúrio do ar-condicionado, até ele cessar. Quando isso acontece de ímpeto, sucede um sentimento de bálsamo. Muitas criaturas utilizam a bebida, os estupefacientes, o sexo, o sustento, a labuta, a televisão, ou até mesmo o feito de fazer aquisições como analgésicos, em um ensaio involuntário para extinguir com esse desânimo elementar. Quando isso acontece, uma atividade que poderia ser muito doce, se concluída com comedimento, passa a ter um elemento de constrangimento ou sujeição, e tudo o que se colhe sob essa interferência acarreta um sentimento de refolgo por um período excessivamente diminuto.

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O sentimento de desalento da leviandade vulgar metamorfoseia – se no padecimento da leviandade perspicaz, ou seja, um estado de padecimento ou infortúnio mais bicudo e mais patente quando as realidades "vão mal", quando o ego é intimidado ou quando existe um repto superior, tal como uma privação verídica ou ilusória em nossa condição de vida, ou uma contenda numa ligação. A inconsciência profunda é uma alteração acrescentada da leviandade vulgar, da qual adia na energia, mas não na índole.

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O preferível demonstrador do nível de consciência é a forma como labuta-se com os reptos da existência. É através desses reptos que uma pessoa já involuntária pende a converter-se mais visceralmente involuntária, e uma pessoa consciente a converter-se mais energicamente consciente. Podemos proteger – nos de um repto para anuir-nos ou para possibilitar que ele nos impulsione para uma inércia ainda mais penetrante. A quimera no nível da inconsciência comum transfigura-se, nesse caso, em letargo.

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Carl Jung refere, uma interlocução sustentada com um líder nativo norte-americano para quem a pluralidade das pessoas brancas possuía semblantes carregados, olhos pasmados e um ar atroz. O chefe disse: "Encontram-se sempre diligenciando alguma coisa. O que eles estão pretendendo? Os brancos sempre pretendem alguma coisa. Estão incessantemente ansiosos e insatisfeitos. Não sabemos o que ambicionam. Notamos que são irracionais."

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Não existem hesitações de que a propensão a uma constante sensação de desconforto iniciou muito antes do aparecimento da cultura industrial ocidental, mas foi na cultura ocidental, que hoje cobre quase todo o planeta, inclusivamente grande parte do Leste, que ela exteriorizou-se de uma forma afilada sem antecedentes. Ela já encontrava-se presente no tempo de Jesus e também seiscentos anos antes, no tempo de Buda, e muito antes desse tempo. "Por que vocês estão sempre ansiosos?", Jesus perguntou aos discípulos. "Será que os seus pensamentos ansiosos podem acrescentar um simples dia às vossas vidas?" Da mesma forma, Buda ensinou que a estirpe do padecimento pode ser visto em nossos desejos e perturbações ininterruptas.

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A defesa ao Já como uma disfunção básica grupal encontra-se estreitamente aliada ao extravio da consciência do Ser e forma a base da nossa cultura industrial nada humana. Freud igualmente autenticou a presença dessa propensão para o desânimo e redigiu sobre o assunto em seu livro O Mal-Estar na Civilização, mas não aceitou a verídica estirpe da inquietude e errou em compreender que é exequível descartar-se dela. Essa disfunção coletiva concebeu uma civilização muito desventurada e estranha mente estupra, que transformou-se uma intimação não só para si mesma, mas para toda a existência do planeta.

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E acrescentado ao que foi resumidamente dito sobre a consciência e o mal-estar que pode provocar, acho pertinente incluir o estarmos em constante busca do significado “ser” E aqui pode-se referir Platão -“Homem: um ser em busca de significado” Para os nossos antecessores e pensadores gregos, a procura pela dita era o impulsor fulcral da nossa existência.

Segundo Epicuro a sorte derivava do prazer dos anseios e de uma existência elementar, retirada de mágoas e inquietações. Somos genuinamente atreitos a diligenciar deleite e ausentar-se do sofrimento, logo, há razão em entender ao sublime como avizinhar-se daquilo que nos apraz, arredando tudo aquilo que nos acarrete padecimento.

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Podemos proferir que permanecem vários tipos de anseios no nosso âmago. Alguns anseios são instintivos e importantes, como a míngua, a inércia e a averiguação por uma existência encantadora. Não podemos contender contra eles, nesse caso sobeja-nos atestá-los com a finalidade de auferir maior deleite.

Já os anseios inconsequentes e dissimulados como a indagação por abastanças, domínio e perenidade, são originados através dos portes sociais e podem ser totalmente censurados.

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Tais desejos acarretam-nos somente mais padecimento, já que não operam através de preceitos instintivos.

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Já os Estoicos, que emergiram na mesma época na Grécia, igualmente evidenciavam seus entendimentos na demanda pela sorte.

Para eles, a réplica era antagónica à de Epicuro. Ao seguir os nossos anseios e abalar dos nossos receios, residimos operando como instrumentos. Não permanece independência de opção se a ímpar realidade que executarmos é perfilhar os nossos esforços.

O sigilo da existência era a parcimónia e o autocontrole, permissíveis de serem obtidos através da vantagem do raciocínio sobre as sensações. A letargia (expressamente, sem encarniçamento) era a solução para libertar-se dos padecimentos.

Tão relevante quão a satisfação era igualmente a procura pelo aperfeiçoamento próprio.

“Faculdade é razoável para a dita. Um sapiente é isento ao revés”. -Sêneca

As probidades eram o alicerce da edificação da moral, que iniciava a adoptar uma atribuição marcante no progresso da interpretação da vida humana.

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Para Platão, as quatro grandes probidades estoicas eram a erudição, audácia, equidade e parcimónia. Quanto maior a percepção dos preceitos e coerências natas do Mundo, mais extenso e íntegro uma criatura converter-se-ia.

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Sem ética e sem uma vida virtuosa, uma pessoa nunca seria feliz em um ambiente social, já que cada indivíduo estaria apenas correndo atrás da sua própria satisfação em detrimento dos demais.

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E, para terminar esta análise sem ou com lógica, o nosso estádio de consciência tem -muito a ver com aquilo que aceitamos ou não...para que essencialmente não sejamos esmagados pelos senhores do poder e estarmos sujeitos a estes vermes que destroem o planeta e os nossos prazeres. Como profere o escritor- feito de endeusar o "ser-para" A confiança do Ser da Vida, na sua espiritualização, jeito de enternecer o que excede, a estilística das lógicas do fascinante e misterioso...Viagem sem regresso, onde somente o perene é o fim do interior desse planeta...

Ana Júlia Machado

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RESPOSTA AO COMENTÁRIO SUPRA

Perfeita interpretação e ensaio, de excelência, minha amada e inestimável amiga e crítica literária, Aninha Júlia(Ana Júlia Machado) Só mesmo você para fazer esta viagem na Filosofia, Psicologia através dos tempos, da História de ambas, para delinear o meu pensamento e idéias, e sondando com destreza e habilidade a caminhada do pensamento e do homem na História, o interdito desta obra de minha autoria genialmente revelado: mister o conhecimento elaborado para a compreensão do mundo, saber o mágico e o místico, desvendá-los, desvelá-los, são húmus para o entendimento do Caos de nossos tempos hodiernos em todas as dimensões e níveis, assim traçando outras diretrizes e perspectivas da existência, o encontro com o Ser, sermos quem somos.

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Complicado, difícil estabelecer uma compreensão de minhas obras, mas você é sui generis: lê-me como se estivesse e estando em mim, sempre capaz de desvendar-me, tirar os véus dos interditos e expor com clareza o eidos. Suas críticas serão húmus e abertura para outras des-cobertas no futuro, essenciais, vale frisar e sublinhar.

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O que mais posso dizer? Digo que a nossa viagem juntos é para sempre.

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Beijos nossos a você, especiais à nossa amada netinha Aninha Ricardo(ela está bem?), a nossa família. Estimamos o restabelecimento de sua mão.

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#SONDANDO O PROFUNDO MÁGICO E MÍSTICO#

GRAÇA FONTIS: PINTURA

Manoel Ferreira Neto: POEMA

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Nada há e há tudo nesse resplandecer

Na plena aurora do infinito imaginário,

Entre telhados brancos de luar,

Último chamado de pintassilgo, vindo de eternidade,

Versejando trinos, desejos, querências e enigmas,

Entoando tinidos, fantasias,

"O velho bugre entoando seu antigo ritual."

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Há conscientes, outros inconscientes...

Templares do ser com visões do divino

Sondando o profundo desse espaço

Tão avidamente que mesmo o som inaudível

Dentre silêncio e palavras vislumbram na mais bela

Exteriorização da auto transparência das realizações da vida

Constituindo a extensão média em que estão escritos...

Que mesmo a harmonia invísivel

Dentre a solidão e as sensações do nada nascido do tédio

No mais esplêndido expressionismo...

Como um rio caudaloso banhando poeticamente

As margens da vida nesse universo onde a seriedade,

Quiçá o lúdico,

De forma linguisticamente hábil,

De modo semanticamente perspicaz,

Esguio, escorregadio...

De estrutura metafisicamente dispersa,

Gato das epistemes e das metáforas,

Sempre solércio, solerte,

Explora e lambe todas as possibilidades do até então impossível

Mas... possível sempre!...

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Viagem sem retorno

Onde só o infinito é o limite dentro desse mundo

Uno em expansão

Ainda longe da verdade perene!...

Ignoro como as multidões cresceram

Dirigidas e comandadas com coração e alma de pedras,

"Bolson e Hit" estendem o tapete vermelho no chão das nações,

Poderia descobrir que estamos os homens todos sozinhos

No sonho do orgulho, nas utopias do poder.

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A minha voz tem profundeza e calor, como se palavras corriqueiras houvessem saído do coração, ardentes e vivazes, pronunciasse-as com sabedoria no ápice de suas próprias probabilidades. A tonalidade não consegue dissipar de todo certa inflexão que poderia ter eu tomado por aspereza. É como se eminente e insigne musicista tirasse sons comoventes de um instrumento, acordeão ou piano, tão profunda a sensibilidade que encontrara órgão na minha voz.

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Meu coração inunda-se de lágrimas e exala profundos suspiros. Oh, vida! Oh, céus! Na grandiosidade de alegrias e contentamentos exultantes, não há qualquer irreverência em perscrutar a face alterada e jovial que se revela.

Estas poucas palavras têm a mesma música misteriosa, melancólica, cujo tom parece jorrar de minh´alma, modulado na mais humilde, sincera, simples emoção. A agudeza dos sentimentos logo denuncia a mim uma respiração irregular, vinda de lugar no íntimo que está imerso na obscuridade, ainda que sagrado de profanos interditos libertadores de Eros e Thânatos. É um pecado que de certo modo a luz está mudando para sombra e lançando seu véu sobre tudo o que se sabe, se tem conhecimento.

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Do sagrado, no qual acontece o milagre da transformação, da metamorfose, da mudança, nos quais o jogo do devir existe sempre, àquela mais alta e final humanização para a qual toda a natureza se dirige e impele, para salvar-se, para transcender-se a si mesma, para encontrar-se, olhando o mundo e os homens de cima.

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O silêncio da vida que exala de seus re-cônditos

Interstícios o trans-cendente de utopias

Que ao longo do tempo assimila o outro

Das dimensões futurais da plen-itude,

O outro do outro vir-a-ser,

O eu do outro há-de ser o domus do divino

O "tu divino" que ilumina o espírito da contingência

Na sua con-templ-ação, ação de templar o "ser-com"

Os ideais da espiritualidade, o"eu eidético" que numina

O verbo da carne das imanências

Na sua evangelização,

Ação de divinizar o "ser-para"

A esperança do Ser da Vida,

Na sua espiritualização,

Atitude de sensibilizar o que trans-cende

A estilística das dialéticas do mágico e místico...

#RIO DE JANEIRO(RJ), 21 DE NOVEMBRO DE 2020, 08:56 a.m.#

 

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