GRAÇA FONTIS PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O TESTEMUNHO #TESTEMUNHO DE UMA VIDA#



Quê lindo, meu querido! Difícil alguém professar seus sentimentos assim... ampla visão sobre sua caminhada nesses sessenta e três aninhos e deles conclusões mais que relevantes sobre o que podemos fazer ou não de nosso existir, principalmente por sabermos de nossa impotência diante do inevitável que nos aguarda lá na frente, quiçá tenhamos uma resposta convincente a esta indagação até chegarmos ao fim dessa estrada, espero seja bem longa e, nós juntinhos, de mãos entrelaçadas nessa jornada né, amor... Parabéns por esse belo testemunho em que você explicitou veementemente seus íntimos sentimentos!💯👏👏👏👏👏👏👏👏💋💋💋💋
Graça Fontis
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Professar os sentimentos, sendo sincero e verdadeiro com as cositas da contingência, não é tão simples assim, ademais em se tratando de fazê-lo em nível público, as pessoas fazerem suas considerações intempestivas e aleatórias, é preciso ter coragem para o desnudar das coisas.
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Faz-se mister professar as verdades. Antes fazê-lo do que deixar às claras possibilidades de os críticos e leitores no futuro analisarem e interpretarem a obra, adulterando-a. A partir do instante em que se professa o que há no interdito, não resta qualquer modo de adulteração, hão de respeitar, con-sentem ou admitem ou não.
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Aqui e agora, tenho a coragem de mostrar o que há de por trás das recitações, declamações, vanglórias à vida. Simplesmente o terror da morte. Trans-cendo o terror da morte para ser mais fácil a inevitabilidade dela, não doer tanto intimamente. Filosofia, Literatura, Poesia aliviam o sofrimento dela, mas não a evita. O eterno que a obra lega entendo como sublimação. Assim, todos podem entender que nego tudo o que escrevi. Muitas dimensões da obra devem ser revisitadas e in-vestigadas. E, daqui para frente, outras profissões serão patenteadas.
Manoel Ferreira Neto
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#TESTEMUNHO DE UMA VIDA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: TESTEMUNHO
Epígrafe:
Confianças dos "verbos-para" o suceder de diferentes saberes da querença que somente habita de demandas incorpóreas e oferta quando a existência é "janela de deleites..." (Ana Júlia Machado)
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Ao longo da História da Filosofia e da Literatura, filósofos e escritores buscaram definir, conceituar a Liberdade. Diante das circunstâncias do tempo nas suas tangências sociais, políticas, religiosas, individuais, conceituaram-lhe com excelência e veemência, são conceitos que nos levam a outros questionamentos, indagações, perguntas, que nos proporcionam buscas mais profundas e abismáticas, serão sempre sementes e húmus para a jornada da Vida e da Existência.
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No meu ponto de vista, a Liberdade do Ser é a raiz da castanheira da Vida nas suas situações, circunstâncias, no decurso e percurso da História, na continuidade do Tempo e suas dialéticas. A Liberdade do Ser é a identidade do indivíduo, a sua consciência dos problemas contingenciais, dores e sofrimentos, dúvidas e incertezas, inseguranças e medos, e a busca, esperança de suprassumir-lhes, superar-lhes com a entrega absoluta aos verbos dos desejos, vontades, sonhos da Vida. Caminho árduo e contundente, pois exige sobremaneira e sobremodo o mergulho na nossa inconsciência, assumirmos as nossas condições de limite, de gratuidades, arbitrariedades, má-fé, fugas, faltas, falhas, forclusions, nossa natureza humana plena de negatividades. Não um mergulho de passeio e deleite pela profundidade da alma, seus mistérios e enigmas, mas um mergulho com a verdade dos ideais de compl-etude, a determinação insolente e meiga de outros horizontes e uni-versos, nova prosa e nova poesia. Angustia, deprime, desola quando nos deparamos com as facticidades, dói profundamente as des-cobertas que fazemos, mas é necessário transcender, sonhar com o que trans-eleva as contingências, ter esperanças no que há-de vir, ad-vir, sempre re-criando, criando, inventando outras sendas, outras veredas, outros caminhos do campo.
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Sermos quem somos, embora as poeiras das estradas, apesar dos limites, fronteiras, obstáculos, assumindo a nossa fragilidade, nossas fraquezas, viver de quem somos.
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O olhar dos olhos sempre voltados para a consciência de que não nos tornamos quem somos para o nosso deleite, prazer, gozo, clímax, não nos tornamos livres para satisfazer o ego, mas para servir ao mundo, aos homens, à humanidade, despertar-lhes para a existência de outro mundo diferente do que se está vivendo. A liberdade é o nós: indivíduo e humanidade.
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Vivo buscando a Liberdade, o Amor, a Consciência de quem sou, do que represento no mundo. Experiências e vivências adquiri-as ao longo destas seis décadas de existência, cinco décadas e meia de pena na mão, buscando traçar outros horizontes, fazer-me, só o Fazer responde pela vida, Fazer na continuidade do Tempo, das facticidades e das esperanças.
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Sinto que estou iniciando a minha escrita, agora sei o que fiz de mim, o que faço de mim, o que posso ainda viver e fazer com as letras, com a vida.
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Se cantei, recitei, declamei a vida, não digo haja sido fuga, conduta de má-fé, mas inspirado no maior terror, medo que sinto, o medo da morte. Então, aproximando-se a data de meu aniversário, a paranoia da morte se faz eminentemente presente, mas para isto tenho explicações reais. Passado o aniversário, tudo se acalma, tranquiliza. Tal explicação deixo em suspenso, haverá momento adequado e propício para ela. Nenhuma poesia, literatura, filosofia preenche/preenchem este medo que habita o mais recôndito do homem. A eternidade, se alcançada com as obras realizadas, não justificam a Morte. A existência por sempre seria ridícula, o corpo não suportaria o peso do eterno, mas poderia ser de outro modo a despedida do mundo. A ascensão aos céus seria um modo humano.
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Exatamente aos 60 anos, 02 de julho de 2016, participei a minha mudança para o Rio de Janeiro, para viver junto com Graça Fontis o amor que nutria por ela, que nutrimos por nós, e a cada dia crescendo e crescendo e crescendo, e ao longo destes anos, três, conheci o que é isto a alegria, satisfação, felicidade, prazer, o amor Verso-Uno, tornando-se ela também a minha Companheira das Artes, Pintura e Literatura/Filosofia. Amor que perdurará por todos os anos de vida, pela eternidade a fora.
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A Liberdade é o Verbo do Ser que con-duz aos caminhos do "Nós", amada e amante, escritor e leitores-amigos, indivíduo e humanidade.
(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE JULHO DE 2019)

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