COMENTÁRIO DA AMIGA Sonia Son Dos Poem Gonçalves AO TEXTO //**HOJE ESTOU FEDENDO, AMANHÃ, QUEM SABE, PERFUME DO ALÉM**//




IMPRESSIONANTE! Parecem contos de outra pessoa não outro autor obviamente, pois o vocabulário riquíssimo o denuncia Manoel Ferreira Neto, agora a tristeza e angústia que denota no texto, nos revela uma época de profundo desgosto mesmo, saudades não sei de que, talvez de casa, de uma pessoa ou lugar...lindo escrito, sua inspiração era como hoje, gritante!Bjos


Sonia Son dos Poem Gonçalves


**HOJE ESTOU FEDENDO, AMANHÃ, QUEM SABE, PERFUME DO ALÉM**


Post-Scriptum:


De 12 de julho de 2014 a 01 de julho de 2016, conheci todos os níveis de dificuldades, pobreza, miséria, vivendo num casebre de 02 cômodos.


Se é que existe um povo mais cretino, imbecil, não conheço - os CURVELANOS são efetivamente um povo neste nível, orgulhosos de uma raça que não possuem, a raça das importâncias individuais e sociais. No início de janeiro de 2016, não havia outro comentário na cidade senão que eu andava fedendo e sujo.


Jamais retornarei à cidade de Curvelo. Só mantenho contacto diário com os amigos Antônio Nilzo Duarte, escritor memorialista, e o prefeito Maurilio Guimaraes, contactos pelo telefone e pela Internet. Nem mesmo com a família tenho contacto algum, aliás, bloquei todos.


Neste nível de sentimento é que escrevi este texto.


Manoel Ferreira Neto


... escapar. Olhos conservados a sério. Desunidos. Desfiam a morte. Organizam e imergem sombras. Sinal enroscado de reflexões. Mão de ferro a que o nada ríspido, rude, grosseiro, rígido... Mão de cobre a que o abismo ininteligível, duro, frio, áspero. Sorrisos descobrindo dentes podres. Após a morte da lembrança, esquecimentos. Devaneio de preguiças. Instinto de fantasia. Curiosidade sensual. Aspecto amarrotado de ceticismo. Perturbador. Vicioso.
Só. O manto verde e amarelo vem e corta-me pelo limite do grito. O sobretudo branco e azul some e resgata-me pelo absurdo da audição. Na obra literária a palavra é a sua evidência de obra literária. Arde-me no corpo a angústia do exílio, queima-me. No sangue, a vertigem. ser ali inteiro na consciência. Igual a mim e tão abandonado. A serpente da tarde ergue-se, insanamente, do fosso. O escorpião da manhã ascende-se, loucamente, do amiúde. Engole todo o diâmetro. Vomita arestas esfiaadas. Deitadas ao comprido da tampa. Sonho-me deus, porque só um respeito imortal justifica-me. Respiro. Exibo, mudo, o heroísmo sinistro, o eterno cinéreo.
Manoel Ferreira Neto

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