#VISCO DE MANHÃS E ANTEMANHÃS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA



A tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino, assim o diz Maulraux. Não sendo apenas frase de efeito, sim verdade inconteste. Por que? A partir do instante da consciência de que a morte habita os homens inevitavelmente, é-lhe inerente, o homem sente em si a necessidade incólume de realizar sonhos e utopias, valorizar e patentear a vida, deixar no mundo suas marcas e traços, imortalizar-se. O destino é feito através das contingências, situações e circunstâncias, dores e sofrimentos, dúvidas e inseguranças, eis aí a morte sendo tragédia, esperanças e determinações de entrega, assim fundamenta-se a liberdade através da consciência da morte. Não significando isto que a morte seja vencida, mas a sabedoria do sentido de existir, ser e estar-no-mundo. Busca eterna do ser. A felicidade reside nesta consciência, felicidade não apenas de instantes, mas felicidade que se prolonga, estende-se ao infinito, e neste prisma de visão a felicidade não é efêmera.


Ah... Visco de manhãs e antemanhãs das eternidades e eternitudes arrancadas da alma que teimosamente insistem na permanência das tantas inovações e renovações, contudo acessíveis aos tantos sentidos materiais no seguir matreiro e flutuante entre crises de dúvidas e algumas certezas cercadas por alucinações neste caminho em que o sol brilha no firmamento longe da escuridão letárgica e confusa ao encontro de ilusões benéficas, afrodisias audaciosas aos gestos ao perpassarem as fronteiras das livres expressões diversas.


Quem sabe, quem dera amanhã acordar e encontrar as palavras certas para sentir o galope soberano das nonadas na travessia para as místicas paisagens do eterno nas asas leves e frágeis das verdades que se estendem e sarapalham-se ao longo do tempo, para os místicos solstícios do encantado
!
Reverenciar a criatividade que concebe... Silêncio. Solidão de silêncios, utopias de estesias e êxtases, silêncios de solidão, viagem in-finitiva nos cordéis de sagaranas de trevas e escuridões por todos os cantos e re-cantos.
A Lua mistérios. Estrelas incógnitas de palavras que em mim pervagam, divagam, flanam livres, quiçá desejando volos de sensibilidade e subjetividade, não podendo ser registradas, serem lidas, à-toa de signos, metáforas... semânticas... Medievos os lumes de trevas, medievas angústias e tristezas, medievas trevas do nada.


Palavras bailam, palavras dançam, independentes, livres. Lá fora, trovôes, relâmpagos, dilúvio de nadas com força inestimável caindo, pingando nos terrenos baldios.


#RIODEJANEIRO#, 31 DE MARÇO DE 2019#

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