ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE À #MISSIVA ABERTA À ESCRITORA POETISA ANA JÚLIA MACHADO#




#CONTINGÊNCIAS DE UM SER#


Sou aquilo que sou…aquilo que os outros pensam que sou
Mas, não serei para lá daquela que fui e sou?
Sou um ser errante entre selvas e obscuridades de alucinação
Dirigida por exíguos trechos incorpóreos de afeição
Arremessada aos pontapeies pelo asco do déspota
Aliviada pelas garras débeis de inocentes
Refeita, mais possante, resgatada,
Inocentes, defendi
Por equidade alterquei
E a amizade mais uma ocasião diligenciei
Será que sou além daquilo que pretendo ser
Ou que desejam que seja?
Verbalizem que rabisco umas coisas…poetisa…escritora?
Não, tão-somente um ser humano como tantos outros
Genuína, prudente e de alma em conciliação
Íntegra, mesmo que por um ápice,
Pujante, mas sem fibras,
E destemida o bastante para verbalizar -possuo pavor
Mas afinal quem sou eu para lá desta que agora encontra-se
A arriscar redigir uma missiva solicitada…
Aparento ser diversas, menos esta.
O que cá encontrava-se, nunca mais reside
E nunca mais será
Sou aquela que converto, tombo, aprumo, azulo, sucedo,
Espanco, sou agredida, abomino, estimo…
Mas no instante sequente será desigual
Posso residir no trilho da mestria
Pejado de deficiências
Sou aquilo que os outros avistam…
Ou o que tenciono exibir.
Mas se observar por mais um instante que seja,
Divisará diferentes, Anas
o que cogito que fui, o que efetivamente sou e eu o que serei.
Um ser esquizofrénico… que desbaratamos o tacto com a realidade
Mas será que os bipolares, esquizofrénicos, ou outros adjetivos
Com que apelidam os das artes, não serão eles…é que a dor de cotovelo
Dói deveras…




As diferenças da vida
Tanto ser disputa o seu conforto, e o confino
Ao flanco quimera com um naco de sustento.
Outros cabeceiam em linhagem de opulência,
E o análogo se acama em farrapos surrentos.
Mas como somos comodistas e nos imolamos em inútil,
Todos povoamos em fossas intensas.
Havemos erudição que sojorna
Dissemelhança entre o benévolo e o dano.
pois existe disparidade entre abastados e desditosos?
Será que este planeta é de verídico besta,
Onde impera o preceito do mais potente?
Exijo um planeta súpero,
Mas súpero para que seres…
Para os que resistem de sua sudação,
Ou seja para os que tão-somente esmolam e posteriormente verbalizam - assim seja
Incumbe-nos possuir índole e bravura,
Pois se não for assim não erigimos ninharia.
E aí, exerceremos tudo em agregação,
Ou licenciaremos a coletividade toda adulterada?
Ao poeta, escritor, músico, crítico compete
Dar o grito, o grito da revolta…olhar à sua volta e denunciar as vidas loucas…
Diferenças entre o ser e o existir sempre houve…mas que sejam mais atenuadas.


Ana Júlia Machado


#MISSIVA ABERTA À ESCRITORA POETISA Ana Júlia Machado#


Estimo, caríssima Amiga Ana Júlia Machado, que você e a nossa netinha ANINHA RICARDO estejam desfrutando de muitas alegrias, felicidades, prazeres, satisfações, e sejam sempre felizes.


A intenção sine qua non desta "missiva aberta" é única. Nem preciso discorrer a respeito de nossas lutas e labutas com as contingências e a transcendência que vivemos como artistas e seres humanos, sem fim isto. Somos mesmo esquizofrênicos de carteirinhas, transitamos entre elas a todo instante e não sabemos discerni-las com percuciência e sabedoria.


Pois é... Pois é... Pois é... Então, esta missiva é um DESAFIO. Desafio-lhe a poetizar sobre isto da balada da Transcendência e Contingências, a música sendo a sua vida, a sua existência, se Sinfonia, Ópera ou simplesmente uma balada fica a seu critério. Tem todo o tempo do mundo para isto patentear. Amaria de paixão que o fizesse.


Sem mais para o instante, desejo-lhe e à nossa netinha Aninha Ricardo toda a felicidade da terra, do mundo, da vida.


Beijos no coração!


Manoel Ferreira Neto
(#RIODEJANEIRO#, 22 DE MARÇO DE 2019#)

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