#SILÊNCIOS DO ABISMO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA




A voz cai no abismo
de teu silêncio,
as palavras elevam-se no deserto
de tuas necessidades de viver
o ser dos sonhos
e dos desejos.


Tu me lês,
em silêncio.
Nesse ilimitado campo de trevas,
o desejo de luzes ainda mais forte
para que a claridade
seja esplendorosa
aos nossos olhos,
então não apenas desdobrar
as asas e voar,
mas ser a Vida.


Vamos rasgar fronteiras,
atravessar rios e oceanos,
entrar nas amplidões,
nas multiplicidades um do outro,
e desfazer a solidão
de duas procuras,
de duas buscas,
de duas vontades e desejos.


"Bramo de prazer e de desejos!" Que importa se o verbo "Bramir" seja defectivo, é na boêmia da noite, horas de solidão e silêncio, perscrutando a cintilância de estrelas, brilho da lua, nos vestígios de carência de amor desmedido que re-faço caminhos, sendas e veredas, porque há em mim um impulso de forças vivas em via de se libertar da casca. Esta necessidade e pendor para o verdadeiro, esta sede do real, do certo...


#RIODEJANEIRO#, 18 DE MARÇO DE 2019#

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