#LÍRICA INCONDICIONAL DO VERBO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA




Se liricasse eu
As ondas do mar
Dirigindo-se às docas,
No imaginário,
Deslizar-se-iam sobre
Os ventos de por baixo delas,
Quê leveza! Que suavidade
Curso,
Percurso!


Se liricasse eu
Os verbos dos ventos
Conciliando e regenciando os temas,
Na inspiração,
Os ventos em corcovas
Categorizariam os tempos,
Gerúndio, particípio, imperativo,
In-fin-itivo...


Se liricasse eu
O nada das con-tingências,
Soprando de mansidão e leveza
As ipseidades e facticidades
Das idéias, pensamentos,
Criaria o Ser do Sonho-Verbo...


Se liricasse eu
As nonadas das travessias,
As pontes seriam sendas
Para o in-fin-itivo das utopias e ideais
Intros-pectivos e circunspectos
As ausências se revelariam plenas,
As faltas se patenteariam obtusas,
As falhas se manifestariam oblíquas,
O vazio se identificaria absoluto...


E se vós, oh artífices da palavra,
Poetizásseis estas dimensões e categorias,
A alma se rejubilaria de fantasias, ilusões,
A poesia seria a pureza ingênua e inocente
Do devaneio e desvario.


#RIODEJANEIRO#, 22 DE MARÇO DE 2019#

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