#TOTALIDADE DE ESPÍRITO PASSADO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA




Herdeiro da nobreza
Nobreza da totalidade de espírito passado,
Perco o remo de outro
Conheço o sentimento inesgotável do Verbo de Ser,
Ser da Alma - Perspectivas, Imagens
Sou Verbo de Mim,
Sou Gratidão de Outro,
Sou murmúrio, clamores do dia
Saber o que sinto!
Saber quem sou


Sou o olhar que perscruta, perquire, indaga, “olhar” que não se satisfaz na pura passividade da contemplação, mas apalpa, escolhe, envolve e esposa as coisas, inventa os meios para penetrar o objeto e que mostra o modo de se aproximar do mesmo... Um olhar que visa a descobrir, investigar, consciente de que as letras ñas páginas literárias não estão longe de sua própria existência, pois a forma se encontra totalmente anexada ao conteúdo.


Sou parcela do Caos, de onde nasceu a Luz,
Essa orgulhosa Luz, que da noite emergia,
Das trevas se a-nunciava destemida, herege, estrangeira,
Que alumia os interstícios do bosque em seu instante
De recolhimento sob a noite, a maresia do mar,
O canto da coruja perdido em
Suas coisas da alma, deixando-lhes esplenderem-se
Por todos os sítios o ritmo dos pensares e sentires,
Que entrega nas ondas marítimas outro panorama,
Paisagem, visão das águas vistas na noite à distância sob
A lua, as estrelas, mistério, enigma,
E que a sua própria mãe buscava a primazia.


Posso acrescentar que a língua não é a única de servir de nonada para o "sim" da vida, existem o toque, o gesto, o encantar, o encantamento, a sedução, o fogo, o seduzir de carências a serem preenchidas, a entrega... se está aberta e sedenta de luzes, sons, cores, palavras, a vida quotidiana, já me sentia entregue antes de pronunciar estas palavras, perguntar-lhe com carinho e afeição, entregue a este sonho... Sonho de entrega em mão de verbos.


Horizontes sem fim, espaços abertos, imensidões celestes, sonhos em vôo e de queda, árvores gigantescas, mas principalmente do movimento desmaterializante e da verticalização do tempo: lampejos da eternidade, instantes absolutos em que o mundo pára, momentos de sincronicidade em que elementos diversos e até contrários formam uma unidade.


Como um demente, recito Ovídio ao in-verso-re-verso de declamar poesia que verseja a inerência dos padecimentos, deixo os pretéritos sentimentos do verbo se revelarem, à la Fausto, clarear as emoções vivenciadas. A luz não ressurge sozinha, sem a matéria que lhe atribui concreticidade. Assim, o Verbo não pode ter criado tudo sozinho, do nada. Ele necessitou da ação, da matéria, para ressurgir. O Verbo não pode ser dono da primazia da criação, nada apareceria sem o auxílio da matéria, ela dá luminosidade às coisas, ela faz aparecerem as coisas. Onde de será o efêmero-miríade, pedra de toque da alma eterna, que evangeliza o livre-arbítrio do verbo incidindo seu ser no abismo vazio, no nada etéreo do genesis e do verbo. A Luz nada é sem a materialidade que lhe dá consistência existencial. A inteligência se revela: Parte da parte eu sou, partículas do nada eu sou, sou nada, que no inicio tudo era, ponderosamente, parte da escuridão, que à luz nascença dera, caminho de luz nas trevas, a luz proeminente, vaidosa, que, ora, em brava luta, o velho espaço, o espaço à Noite-Mãe, a poética disputa; (matéria que lhe dá concreticidade e faz o mundo). A Luz, na sua idealidade, é pura e sem corrupção, é idealidade. Porém, se ela quiser vir a ser aparência, deve concordar em se corromper pela matéria, que, sujeita ao que lhe é peculiar, ou seja, ao espaço e ao tempo, corrompe a Luz idealizada.


Saber a luz que ilumina, sentimentos, emoções, desejos, raios perpassando horizontes, cintilâncias a-nunci-ando uni-versos da alma sob a imagem cristalina do sonho de ser, harmonia, sin-tonia, sin-cronia, a verdade é saber o que a verdade se a-nuncia no per-curso das perspectibds pro-jetadas das esperanças no vir-a-ser das plen-itudes de sendas e veredas que pres-ent-ificam a vida, a vida é conhecer da alma suas vontades de suprassumir a contingência do efêmero com a trans-cendência do sentir o que perpetua sublime os volos da real-ização, o ser no de-curso das experiências e vivências, travessia da solidão ao silêncio da compl-etude que se faz na continuidade de imperfeitos do tempo sob o lince da busca, verdade da querência, mergulho pleno nos interstícios dos mistérios, inauditos, desconhecido, espírito do divino que encarna a solidão do nada, trans-eleva a nonada do estar-aí, instante-limite de terrena eternidade, térrea imortalidade. A morte encarna a origem da vida, a vida alimenta-se do genesis do ser. Nada. Nonada. Esvaece-se o vazio no vento ad-vindo do abismo, sibilando no itinerário do caminho ritmos e melodias do cântico do que há-de ser do "ser" que sonha a esperança in-finitiva do alé, além que re-presenta o tempo de querências e desejâncias do sublime sob a luz dos vernáculos das pontes partidas, caminhar no vento, sentir o ar na sola dos pés, pro-jetar confins e aléns no espírito da esperança, abandonar toda dialética e toda polêmica. Já nem se trata mesmo de "explicar o sonho com o sonho" mas é o filósofo e o poeta que devaneiam sobre a vida, o destino humano e, ao sabor das associações sugeridas pela chama de uma vela ou pela lâmpada acesa na madrugada.


Sinto cada palavra
Entoando a musicalidade dos desejos
A priori a-nunciados de sentimentos de pureza,
Sons inauditos preenchem os terrenos baldios da alma,
Murmuram longínquas as letras eivadas de sensibilidade,
Sussurram distantes a intuição, percepção
Das volúpias da alma deambulando solitárias
À luz das estrelas e lua, noite que percorre o ser,
Cochicham longe os amores latentes à busca
Da liberdade de se re-velarem logo ao alvorecer da manhã,
A solidão dos sentidos ainda na genesis do que há-de vir
De versos de verbo cristalino, em cujo seio habita o além
Dos sonhos, utopias, fantasias, quimeras, sorrelfas,
O ser do espírito re-velando a alegria do amor,
A felicidade da paz, o contentamento da vida,
Pre-figurando, con-figurando o espírito, a sensibilidade
Do encontro, na quietude do abismo onde o sol nasce,
Da voz límpida, altissonante a pronunciar as luzes da alma,
A espiritualidade do ser no limiar do amanhecer.


#RIODEJANEIRO#, 24 DE MARÇO DE 2019#

Comentários

  1. O nosso universo é rico
    de tudo possui um pouco
    nem precisa mas eu te explico
    tenho origem de caboculo
    com a tua imagem fico
    mas teu orgulho me deixa louco!

    Fixei me à ti por sentir tu seres
    legal,em teus gestos de cobrir
    que a ninguém práticas o mal
    já por um certo tempo à te segui,mais aprendi,acho teu
    jeito ser seguro e sensacional.

    Eu ralando construí meu ninho
    sempre sou correto e disposto
    hoje sigo meu caminho
    não costumo a ninguém dar
    desgosto
    siga comigo meu velhinho
    eu não dependo de encosto!

    Alguma coisa que omito te
    eu já tenha citado de outra vez
    não é em qualquer pessoa que
    acredito,honro minha timidez
    nesse país onde nasci fico
    mas minha origem é de português.

    Conservo comigo um orgulho
    de ser um rei em amizade
    sou manso detesto barulho
    e quem usa falsidade
    sempre fujo do intulho
    mas não desprezo a simplicidade!

    As pessoas em quem boto fé
    são tudo para mim
    Se eu te chamar de Mané
    é que onde me criei o sutaque
    sempre foi assim
    entre em contato comigo nas horas que quiser
    não esqueça que tu és flor em
    meu jardim!...

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