ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA E POETISA ENSAIA E ANALISA O TEXTO /**RAIOS DE LUZES E CORES**


Um pequeno comentário e apreciação ao texto de Manoel Ferreira, Intitulado “ Raios de Luzes e Cores”

Pergunta à saudade porque o mutismo lhe descamisa sensibilidade, extrai-lhe as esperanças
A razão do isolamento aloja poetares do breve, as estancias do perene que se esfuma nas abas da idade, na baliza divinal do perene, das sensações que vagueiam pelas passagens ocas, os campos incultos que se alongam pelas vias do nada, o ritmo das expectativas perambulam pelos embaraços valdevinos ciciando do ser em ser a elocução do bem-querer não simetrizado, desordenado, a melopeia da crença que sobrepuja o espírito dos sem afagos.
Vagando de sumidas alucinações do devir, imortal, achando nas falésias de cosmos o Apego do nentes, o Poema do oco, o ritmo do nentes…
Tem dias que a pessoa se sente como quem abalou ou feneceu
Apenas – sem o isolamento sem términos, sem este mutismo sem ermo e artifícios, sem esse emudecimento sem limítrofes, sem bagatelas, sem cruzadas e saídas ligações, sem arco-celeste na escuridade, sem trevas nas cerrações
E para ele a o mutismo é amigo, interdependente, caridoso, acha-se em si, é ele nas suas récitas, declarações, suas locuções, representações, e sua intenção é de desbaratar-se nele, ceder-lhe ser transportado pelas ansas da finória que atravessa, cruzada! De patentear-lhe na alma as diafanidades de fulgores divinais.
"Casamentos de espritos de alta hierarquia e anjos de sabedoria divina", de variações de êxtases, aloja finitos do infindo, de sensualidades aprecia a alvura astral do cosmos, de sensibilidades arremessa à imortalidade a versificação da extensão.
É aquele que vai habitando, sentido por íntegro. Surge aurora silente, não se escuta o latir dos cachorros, descansam, jazem das vagabundagens da claridade à procura de esqueletos e ciscos que revolvem à pesquisa do que lhes eliminar a míngua...
Vigia os duráveis datas, duráveis escuridões, anelos, querenças, quimeras, ilusões, sofrimentos, padecimentos, erros, estrépitos, decepções, golpes, rancores, feridas, e sempre a expectativa de outra angélia, quimeras de tenebrosidades no arco-celeste, quando o alvorar alumia o coração de querença, e sempre a labareda incandescente da alma em pesquisa do ocaso, quando a mágoa, saudade se abarcam na alma de outros devaneios e quimeras. Antigamente não entendia, compreendia as causas de "apesar de dos desgostos", , verbalizava das expectativas, idealizava expectativas, possuía aquele anseio de ser "ignorante da expectativa", era antinómico, detinha de verbalizar do que a existência facultava-lhe, era o desígnio que teria de realizar, ao extenso da jornada, pronuncia de tudo e as expectativas existentes sempre, concordou, harmonizou-as adoptou-as a todas.
Agora, uma confiança encontrava-se caminhando na passagem de sua morada, achando-se a gatafunhar, esboçar, aprimorar as reflexões e entendimentos. Agora uma era diferente em sua existência, sua amiga e cônjuge achava-se assistente, e aqui apreciam chegados a confiança andando na entrada do "recinto de refeição", enlaçados. Por um momento um idílio, porventura fosse artista plástico, o confino artefacto seria uma expectativa na entrada e um par a contemplá-la.
Hoje, é o início da chama que, patente, desenredada
Do brilho do sentir ser
O olhar da transacta cruzada do infindo
Á eventualidade do inferior, entrajado de extensões,
Oco do oco despejado de temperamentos sente-se o início da silhueta que,
Patenteada, não revelada,
Da excitação do, deus do mundo subtérreo
estupra a casta do perene.
Não é o malparecido que possui orifício no meio
É o orifício que possui no meio o disforme
Bizarro dos inícios do pleno ao nentes
Do passageiro ao ser do imortal deturpado
Bizarro dos preceitos da realidade ao vão
Do arrebatamento fugidio à eloquência do eterno transformado.
Agora é diferente quimera
Agora é diferente aparência,
Agora é diferente devaneio,
Agora é diferente devaneio
Da genésica eloquência das cercanias do futuro
Agora, os dias do grande escritor Manoel são bem diferentes, já não é o ser nada, é o ser tudo ou quase tudo. É o acreditar no amor, na vida e viver os coriscos de luz e muitos arco-íris…um mundo mais colorido…..e perante este texto muito longo e que tentei fazer uma sinopse…com muitas lacunas com certeza, faço uma pequena dissertação do que penso, que Manoel hoje pensa.
Como poderei recompensar
A dádiva que concluo de auferir
Você sucedeu para me complementar
A exultação é tanta que não consigo nem proferir
Hoje existo apenas em consonância
Você surgiu como um querubim em minha existência
Não, me embaio mais
Nem ,falseio, mais para mim próprio
Não me encapoto atrás dos distintos
Hoje consigo exibir meu semblante
Como é benéfico bem-querer e ser querido
Residir com você sempre ao meu lado
Meus dias são de luminosidade
Curso seguro meus andares
Pois seu bem-querer orienta-me
Agora posso apregoar para o universo
Não silencio-me mais, nem por um milésimo de segundo
Você concebeu-me ressuscitar
Possuindo-a comigo tudo pode ocorrer
Vamos habitar esse bem-querer perene
Um bem-querer genuíno e cordial
Um bem-querer sem igual
Sinto que patavina mais pode nos causar mal
Agora, a minha vida é composta de raios de luzes e cores
E com suas telas tudo brilha mais…



Ana Júlia Machado.



Aninha Júlia, minha querida amiga e companheira das Letras, sem desmerecer os seus comentários, os seus ensaios, as suas interpretações, todos são de excelência, mas, sinceramente, este ensaio e análise deste texto prosaico-poético é a sua obra-prima. Beijinhos, Amiga querida.



Manoel Ferreira Neto.



**RAIOS DE LUZ E CORES**



O que tu, oh nostalgia?
Por que o silêncio des-folha sentimentos de mim, despetala idílios de pre
téritos, miríades de esperanças, espectros de volos eivados de cores fluem de antanho a presença de instantes, o estar-sendo de a-nunciações do que há-de vir de sendas, dos caminhos desertos desertas de veredas de estradas sem metafísica do horizonte, de silvestre das florestas, a estenderem o lírio de jardins distantes, paisagem do vale que se esplende in-finitamente?
Lâminas de águas sobre as ondas serenas do mar... paisagens pintando o espírito da criação, a divin-itude da natureza.
O que tu, oh nostalgia?
Por que a solidão re-colhe de versos do efêmero as estrofes do eterno que se esvai nas bordas do tempo,
nos limites celestes do per
pétuo, das emoções que deambulam pelos corredores vazios, os terrenos baldios que se alongam pelas estradas do nonsense, a musicalidade das esperanças perambulam pelos becos boêmios sibilando de sendo em sendo o verbo do amor des-correspondido, des-compassado, a melodia da fé que trans-cende a alma de
des-afetos,
vagando de perdidas ilusões do amanhã, eterno, encontrando nas arribas de uni-versos o Uno do nada, o Verso do vazio, a musicalidade da nonada?
O que tu, oh nostalgia?
Por que o nada a-colhe de poesia do "Verbo Espírito" a chave de ouro do soneto que recita a imagem líquida do in-finito em fin-itudes de amor, do in-fin-itivo em in-finit-ividades de doação plena, de-compondo de palavras os sentidos, metáforas do além vestidas das arribas a plen-itude da beleza, desfacelando de prefixos, sufixos, raizes das categorias as significâncias, criando outros vocábulos de ritmos e melodias?
Mistério da noite in-finita, da madrugada que anda em passos lentos em direção aos primeiros indícios da manhã, o dia clareando, do dia que tecerá os novos horizontes, uni-versos, tristezas, angústias, decepções. Roda-viva. A companheira na sala de jantar, criando a sua mais nova Peça de Pintura, altas horas da manhã, aqui brincando com as letras, inventando-as.



"Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu"



Só – sem esta solidão sem limites, sem este silêncio sem deserto e arrebiques, sem esta mudez sem confins, sem esta nonada sem travessias e partidas pontes, sem arco-íris na escuridão, sem sombras nas trevas. Só - livre e solto.
Ante a luz que ilumina o quarto, olhares enviesados à grade, sensações re-versadas ao horizonte além, ante a escuridão da janela aberta, a fumaça do cigarro entre-dedos, tragando o não-ser, expelindo o que há-de vir, vazio de perpetu-itudes...
E digo a mim que o silêncio é companheiro, solidário, compassivo, está em mim, sou eu nas suas re-presentações, a-nunciações, sou suas palavras, expressões, e sua vontade é de me perder nele, deixar-me ser levado pelas asas da águia que atravessa, travessia!, de re-velar-me na alma as transparências de brilhos divinos.
Vozes sussurram-me palavras quase ininteligíveis, quase destituídas de símbolos e sílabas, sibilâncias, ressonâncias, quase desnudas de signos e inter-ditos, quase despidas de significantes, os sentimentos perpassam-me, nascem e re-nascem espontaneamente, as emoções divagam além das fronteiras de de-fectivos verbos, aquém dos abismos das metáforas do espírito...
Meu Deus, onde estarei sem a solidão que me acompanha? Em que montanhas trilharei meus passos sem o silêncio que em mim habita? Em que colinas sentar-me-ei e ficarei a con-templar as ipseidades que moram as forclusions e manque-d´etres dos ventos e tempo?
Eternidade de idéias cobre-me em seu manto de sonhos, utopias, cada vazio em mim de desejos preencho horizontes e uni-versos, de êxtases a-colho infin-itudes do finito, efemer-itudes do nada em pleno conúbio com as volúpias da náusea, "Conúbio de Serafins e Querubins", de clímaces re-colho fin-itudes do infinito, de volúpias con-templo a clar-itude sideral do universo, de estesias lanço à peren-itude a poética do espaço.



Sibilâncias sibilantes
Aquém dos abismos das metáforas do espírito
Alhures nas cavernas de sin-estesias da alma
Nas grutas de estalactites a pingarem as gotas da continuidade
De ex-tases... extasio plen-itudes do absoluto
A-colho infin-itudes do finito engabeladas do nada
Em pleno conúbio com as volúpias da náusea,
Vômitos dos gozos e clímax das regências do perene
Além das front-eiras de de-fectivos verbos,
Fectivas regências de clímaces do efêmero, etéreo
De volúpias, con-templo a clar-itude sideral do universo,
De estesias desnudas de signos e inter-ditos
Lanço à poética o espaço da peren-itude...



Sou quem sou vivendo-me, vivenciando-me por inteiro. Nesta madrugada silenciosa, não se ouve o ladrar dos cães, dormem, descansam das vadiagens do dia à cata de ossos e lixos que reviram à busca do que lhes matar a fome...
“Vigilio” os longos dias, longas noites dentro, desejos, vontades, sonhos, utopias, dores, sofrimentos, culpas, fracassos, frustrações, decepções, ressentimentos, mágoas,e sempre a esperança de nova aurora, utopias de trevas no arco-íris, quando o amanhecer ilumina o coração de amor, e sempre a chama ardente da alma em busca do crepúsculo, quando a melancolia, nostalgia se envolvem no espírito de outros sonhos e utopias. Outrora não compreendia, entendia as razões de "apesar dos pesares", como dizem, dizia das esperanças, sonhava esperanças, tinha aquele desejo de ser "sendeiro da esperança", era contraditório, tinha de dizer do que a vida proporcionava-me, era o destino haveria de cumprir, ao longo da viagem, digo de tudo e as esperanças presentes sempre, aderi-as, conciliei-as, comunguei-as a todas.
Hoje, uma esperança estava andando na porta de minha residência, estando a garatujar, delinear, burilar as idéias e pensamentos. Muitíssimo interessante. A companheira e esposa estava presente, con-templamos juntos a esperança andando na porta da "sala de jantar", abraçados. Por um instante um idílio: quiçá fosse pintor, a próxima peça seria uma esperança na porta e um casal a con-templá-la.
O silêncio no seu canto en-colhido espera ser re-colhido e a-colhido, e de manhã distancia-se, esvoaça-se. Por que caminhos anda, por que trilhas dá seus passos, e passo a passo cada passo é um passo? E na madrugada triste, angustiada, dor desatinada na perna, deitado de bruços, sem poder mexer-me, sem poder caminhar, aparece no seu canto envolto em outros desejos e vontades que trouxe de suas andanças, espera a minha palavra, e eu o deixo sozinho, sonhando outros amanhãs, dis-sonhando outros outroras, outrens de outroras, e gêneses, pers-sonhando outros apocalipses e genesis, pectivando de gênese apocalíptica escritura viciosa de pleonasmos.
Sem este desejo inerente ao espírito de refletir-me nestas páginas brancas de papel, de nestas letras reunir os pedaços de mim, de nestes sentimentos comungar os instantes de mim, de nestas emoções enlaçar os abraços dados e recebidos, de nestas utopias ser artífice de um tempo, oh, tempo, águias atravessam os horizontes, e no uni-verso de suas asas são sonhos, desejos, liberdade, são esperanças de fé, de amor, entre os homens, a humanidade - que são os únicos que me ouvem no silêncio de meus sorrisos e lágrimas. Os companheiros de minhas solidões, desertas ausências.
Espalhados por todos os tempos de outrora, de ontens olvidados, de anteontens inestimáveis; sem esta angústia encalacrada no peito, sem esta tristeza que desconheço as razões, sem esta depressão que, embora os motivos me sejam transparentes, deixam-me no sangue a essência da incólume insônia; sem esse medo, meu Deus,
sem esse medo de sucumbir diante da visão das verdades em mim trago dentro.
Ante a visão do desejo de amor, de ser amado, amar;
sem esta visão de os desejos de amor preenchem o vazio,
visão do verso-uno, o instante presente.



Estes homens que não apenas sussurram, cochicham, murmuram palavras esplendorosas de amor, ternura, carinho, dedicação; não apenas escrevem lindos, maravilhosos poemas d´amor dirigidos à amada, confessando-lhe a paixão devassadora, avassaladora, na realidade são apenas palavras, são desejos de encantar olhos que buscam no deserto um pingo das águas da esperança, uma folha verde respingada de orvalho da fé. São vivências, experiências à cata de poesia, de luz nos seus versos e estrofes, em sua musicalidade, em seu acorde de paraísos e eldorados, tornando-nos viajantes que a cada passo em outros campos, trilhas, cidades, esperamos o entardecer, a noite, madrugada, que conversam com o silêncio e roga-lhe o prazer, felicidade de sua palavra. amo estes homens
- meu Deus, como os amo – que dizem a verdade de seus sentimentos, não importando se em dialeto caipira, em latim vulgar, se em sotaque sertanejo, linguagem chinfrim, português erudito; refletem nas palavras ditas, escritas, o amor que sentem, vivenciam, vivem, chegando, quase, às melosidades do sentido... como eu os amo!
Suas atitudes, seus gestos, seus silêncios! Como eu os amo, carnal, amorosa e sensivelmente, até que descubro, nas entrelinhas deste amor, o desejo de amar e ser amado perseguiu-me pela vida, e, amando os homens que amam, justifico o amor que não vivo, fujo desta realidade que me oprime, estilhaça-me por inteiro, da solidão. Nalgum amanhã, os meus restos mortais num esquife, carregado por quatro pessoas, amigos e íntimos, seguido por alguns conhecidos.
No açougue, onde ontem fui comprar costelinha de porco, em verdade bisteca, estive observando as mãos de um jovem que destrinçava um quarto traseiro sangrento, o animal abatido havia pouco, enquanto a cada gesto com a faca uma nota musical era realizada. Re-pres-ent-ação. Atrás da memória, o que ela re-colheu de situações, circunstâncias.
Era canção nostálgica, melancólica, triste, desconsolada, sua “esperança” de liberdade, felicidade, alegria, e amor eterno, refletia em cada palavra, verso, estrofe. e eu amei este jovem, seu canto só se faz - assim acredito – quando com a faca na mão tira a carne dos ossos.
Às vezes, quando a madrugada me envolve por inteiro, sentindo os segundos e minutos passarem no silêncio do relógio, o peito aberto e envolto em ânsias e desejos, as lágrimas não derramadas, os desejos não realizados, os compromissos não cumpridos, as dívidas não pagas, palavras, atitudes de não, dores, sofrimentos. da aurora, do novo dia que trará novas esperanças, sinto a alma mergulhar nos vazios, abismos, alçar vôos homéricos e prometeicos pelas montanhas, florestas e mares, buscando luzes, esperanças, fé, escondidas nas dobras dos medos, frustrações, fracassos.
Hora de um lanche. A companheira e esposa dizendo-me: "Posso ficar até às cinco da manhã, mas termino esta peça..." Depois de tantos anos afastada da pintura, "começando tudo de novo...", alegrias, outros universos, e lhe digo carinhosamente: "Assim é a parceria...", abraçando-a.
Não conseguira terminar a pintura, deixa-a sobre a mesa. Pela manhã, reiniciou cedo o seu trabalho. Por trás, fiquei a observá-la, pintando, até que me aproximei. Continuei a observá-la. Começou a contar-me uma história, pintando. Para quem não aceitava ninguém ao seu lado no instante da criação, estar agora contando história enquanto pinta!
Garatujo as minhas "coisinhas" numa mesa de bar, ouvindo músicas, toda a algazarra que lhes é familiar e peculiar, mas não o faria com alguém conversando comigo. Ouço músicas enquanto crio e re-crio.



Digo comigo mesmo que a madrugada é gentil, generosa, compassiva e humana, está ligada à minha solidão, e seu desejo, inerente às Imagens do horizonte, emolduradas de espectros,
Re-fletidas no espelho controverso de re-versas
In-versidades do tempo,
Ad-versidades do ser,
Trans-versidades do infinito,
Alhures burgalhaus de dimensões des-infinitas
Algures bugalhos contingentes de desejos inolvidáveis
Cintilando fosforescências plenas através do universo
O imperfeito não participa das perspectivas pretéritas
O perfeito não habita das etern-itudes do além
O mais-que-perfeito não é inerente às eter-itudes de confins
As nuanças retros-pectivas do absoluto re-vestido do efêmero
Investido de essências ausentes
Das genesis apocalípticas do divino nada do há-de vir



Amanhã será outro pretérito de contemplações
Amanhã será des-verbo primevo do porvir
Amanhã será des-verdade rítmica da palavra bíblica.



Sou o princípio da luz que, des-velada, des-envelada
Da resplandecência do vir-a-ser
Re-trospectiva a pretérita travessia do além
Á contingência do aquém, des-vestido de dimensões,
Vazio do vazio des-vaziado de essências.



Sou o princípio da sombra que,
Re-velada, des-re-velada,
Da incandescência do Hades,
Deflora o hímen do eterno.
Não é o feio que tem buraco no meio
É o buraco que tem no meio o feio
Barroco dos princípios do absoluto ao nada
Do efêmero ao ser do eterno des-figurado
Barroco dos dogmas da verdade ao vácuo
Do êxtase fugaz ao verbo do imortal trans-figurado.



Hoje é outra utopia
Hoje é outra ilusão,
Hoje é outra fantasia,
Hoje é outro sonho
Do genético verbo das adjacência do porvir



Retrospectiva projetada às pectivas do nada-nada.vida, é de libertar-nos da realidade de algemas e correntes, de revelar-nos no espírito as divin-idades que nos habitam, e são a ressurreição, redenção dos pecados capitais, para os quais não há qualquer modo de negligenciar, livre-arbítrio dos dogmas e preceitos para os quais não há estilo de des-cender, glorificá-los será sempre os caminhos para o além. Lei do menor esforço.



Manoel Ferreira Neto
(Rio de Janeiro, 08-09 de setembro de 2016)


Comentários