EXALANDO PERFUME DE ESTILO#🎼 GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Longe o nada exala perfume de estilo
no re-festelar convulso de fugas e medos
no dormitar os ressentimentos, mágoas,
no descansar as ilusões, quimeras,
na soneca de manque-d´êtres e paradoxos,
na idade madura de ciências afinal superadas,
de religiões suprassumidas, livre ao vento das palavras,
posso des-prezar ou querer o infinitivo de abraços íntimos,
desdenhar ou ter ciúmes brancos do gerúndio de palavras adversas trocadas à revelia,
posso des-cobrir na pele certos sinais de koinonia,
cáritas de sensibilidade e espiritualidade,
de tesões, atrações, volúpias,
a-nunciam-se nuvens brancas perpassando as azuis.
Íntimos sentimentos floram na idéia,
de-floram no cismar o cogito da inspiração,
sêmens de visões e olhares outros,
tempo de acariciar com terna volúpia o coração do ser amado,
instantes distantes, no longínquo dos desejos e sonhos,
levam ao delírio, à sandice, ao devaneio, desvario
voo - só assim poderia definir com a verdade nas mãos -
aquém de circunstâncias e situações tão póstumas,
aquém de in-verdades da verdade, in-auditos do silêncio,
afagam-me o coração,
alimenta-me as esperanças do verbo da ec-sistência,
alentam-me os fracassos, frustrações, perdas,
com a sabedoria de que são as sombras que iluminam
as trilhas por onde deixar marcas e traços,
Tergi-versando sendas e veredas
adentro-me em reflexões e in-vestigações de utopias
largadas à toa, a esmo pelos medos e dúvidas do eterno,
às cavalitas pelos sarcasmos, ironias, cinismos do imortal,
recuperá-los, re-colho-os, a-colho-os no intimo
de onde olhar de lince, perscrutar os horizontes,
vislumbrar o invisível, o não-visível, in-vestigar situações e circunstâncias do quotidiano, as veredas palmilhadas, semelhante a um inventário, sentindo-lhes,
por onde tecer sentimentos e idéias de luzes
que alumiam segredos e mistérios, incógnitas e in-auditos
in-dizíveis, inenarráveis, indescritíveis,
Emanando emoções sensíveis, o além,
in-vestigando as brumas de alegrias, prazeres,
passatempo de momento de só brincando com as verdades, com o naipe das cartas excusos nos jogos da mente,
onde a língua só deseja trafulhar às palavras,
interessantes, dizem algo, aquele frio na medula,
aquele clímax, póstero o olhá-las nas mãos feitas concha,
valeram as penas para o vôo por todos os abismos,
cavernas, grutas, passeio ao léu da serra,
agasalho, inverno,
a asa, a ante-asa que sustentaram os ventos,
valeu o ar livre por entre serras e montanhas,
valeu o vento uivante de sibilos tocando o entre galhos
das árvores, o entre pétalas das flores,
a coruja pousada no galho do abacateiro, en-velada de folhas,
a sua música, o seu canto, o seu cântico do tempo e dos
ventos, neblinas, névoas,
pontes colinas, vales,
os córregos de águas turvas, as nascentes, as fontes,
Re-criando os ideais à luz do infinito,
cartas e naipes performando a sala de visita, janela aberta,
silêncio, solidão com as trafulhas e perspicácias,
as lâmpadas do jardim desligadas
Amainam angústias e tristezas acumuladas
nas inseguranças, medos, hesitações,
olvidando as esperanças, os desejos, vontades,
agrilhoado a éritos de pretéritos imperfeitos
Tempo de compreendê-los, entendê-los,
senti-los no íntimo da alma a florarem na floração
de outras quimeras, ilusões da verdade,
de iludir os mata-burros neles passados,
aquela hesitação do outro passo, as estradas
cintilando na distância, longínquo do mar,
passeios à orla, mãos entrelaçadas ao ser
de todas as utopias do amor e do eterno,
aliciando o quotidiano das coisas, objetos e dos homens,
palavreando querenças e desejanças, desejos, fantasias,
criando, re-criando pensamentos, ideais, quiçás
do imortal, perene, póstumo, póstero,
Urge dar-lhes asas, fazer-lhes voar por todos os universos,
nada de nada à mercê e à-toa de verdades e in-verdades
do tempo e dos ventos a neblinarem devaneios e delírios,
dos sóis e das chuvas ad-versos sobre a terra
regando-a com o eidos de suas vidas e horas de solidão
do orvalho e da sequidão in-versos aos sentimentos,
inspirando outro crepúsculo à orla do mar, deitado
no colo do ser amado, palavras de ternura, carinho, afeto,
gestos de silêncio, de sentir o verso-uno do ec-sistir,
Re-versando e in-versando os becos solitários,
letras d´alma des-velando sentimentos de alegria,
cores que a-nunciam, de por trás da fisionomia,
os traços e marcas do tempo, da areia da ampulheta
movendo-se às pressas, o desejo da inteiração,
sonhos e utopias lembrados e re-lembrados,
lâmina ou espelho que torna a luz, mais intensa,
concentrando-a, cobrindo-a de cores ad-versas
de sentidos, mas comungando a inspiração ao
"eu-plástico",
no semblante, os sentimentos e emoções que perpassam
o coração, a mesa volante, flutuante, de papéis, traços,
criatividade, libertados segredos à luz da imagem,
"enformando" porção de silêncios, no deslizar do lápis,
mundo de cores, de brilhos, cintilâncias,
tendo existido em subterrâneos, uns na memória,
outros na argila do sono e dos sonhos,
felicidade, prazer, satisfação, contentamento, paz
letras íntimas velando-se, sensibilizar o espírito
do amor a se re-velar no voejar dos sonhos e utopias,
mostrando o acariciar o rosto do ser amado com palavras
de louvor e amor por jornada mãos tão entrelaçadas
Alçando devaneios e desvarios, o desejo da imperfeita
perfeição,
imperfeita perfeição da sensação do sublime a a-nunciar
outros estilos de regenciar verbos da entrega, doação, gerenciar sons e sentidos,
afagando as esperanças mútuas, os sonhos versos-unos
da compreensão, entendimento que as efígies do eterno
não sacralizam a verdade, contingenciam sim os desejos
e vontades de perseguir os ideais do encontro,
fidelidade, lealdade, compreensão, entendimento,
deixar com liberdade a continuidade do ser, sendo o
ser que se faz continuamente...
amar... verbo in-transitivo da doação e entrega,
ópera do silêncio descobrindo na música de ritmos
do eterno, dialética da existência dialéctica, neste dedilhar
cordas dos instrumentos, soprando outros, forças não sabidas
contactos, antigos, outros inéditos.
***
Dis-formes as coisas de suas naturezas, quiça de linguagem,
à-toa no quintal de pitangas, manga, graviola, quiabo e couve,
as cães, Layla e Paloma, Kadu pulando, fazendo a festa, bom dia,
à-toa de des-ilusões, ilusões perdidas, ilusões efêmeras,
à-toa de quimeras, desejos, pensamentos, idéias,
à-toa de medos, censuras,
alimentam-me as esperanças do verbo da ec-sistência,
o tempo não se re-vela de completa consciência,
amanhãs de manhã serena, a maresia do mar,
instantes, momentos, átimos de segundos e minutos,
o tempo inda é de alucinações do "eu", do "outro",
espera de outros sonhos, utopias,
a rede no mover de ir e vir, vai-e-vem de sensações,
contudo, a ec-sistência em consonância e ressonância
com o efêmero, passageiro, absurdo,
contradições, dialéticas, nonsenses,
Entoar cânticos que bailam ao longo das vozes e sons
baladas que performam palavras e rimas de sentimentos e
utopias, cores e imagens outros, mergulhando na alma
de tantos segredos, silêncios por serem havidos nos cofres
inconscientes, subconscientes,
solidão por ser re-in-vestigada de outra sensibilidade, visões.
***
Numinando os prazeres e êxtases de ruminar dramas e fugas,
à sombra do mundo errado, vazio, frágil
ruminando protesto tímido,
desnudo na areia, no vento,
vento ameno no crepúsculo à orla do mar,
as palavras maciças avolumam-se,
eruditas, simples, à-toas, des-conexas, des-conectadas,
malandras,
pequenos pontos brancos movem-se aos linces da visão
da ausência do que me completa a palavra do nada,
precipitando-me nas águas de vazias gotículas de oxigênio,
Aquém de pretéritos imperfeitos da linguagem,
quero palavras e delas não careço,
quero sentidos e eles não são mister,
quero desejo débil e o débil nauseia-me sobremodo,
todas as águas de criações e re-criações perpassam-me
o íntimo de onde con-templo o que há-de ser, há-de vir,
literatura de nada a percorrer-me a rebeldia e insolência,
meiguices irreverentes, sobretudo a alma condoída,
ordinárias e humanas, excepcionais e feéricas,
vive em mim o amor re-versando e in-versando a linguagem
da entrega e doação, maré de sentimentos, doações, ternuras,
gestos singelos com o ser amado, molhando a inspiração das
utopias da verdade, e no vidro da janela escorrendo gotas,
que tão eivadas de "sublime"
tão orvalhadas de silêncio
mostrou-me
com singeleza e solidariedade
que tão sensível e espiritual regou o desejo da liberdade de ser
a metáfora, signo, símbolo de dois seres em comunhão,
alta madrugada, afagando a cabeça com toques, beijos,
carícias, o dormitar os sonhos, deixar-lhes alvorecer nos
amanhãs, aqueles ósculos deliciosos e ternos, molhados de
amor, nas costas de "boa noite, durma bem"
Divergindo de dores e sofrimentos o sensível do eterno
graça de con-templar as luzes,
graça de vis-lumbrar o arco-íris no crepúsculo,
graça de ouvir o som, ritmo, melodia do blues,
graça de bailar os risos e sorrisos do efêmero,
graça de deambular no shopping cumprindo as obrigações,
lanche no restaurante, beliscando salgadas e palavras,
graça das ironias, dos sarcasmos e sarros das coisas e dos homens, provocando risos, gargalhadas altissonantes,
graça de no vazio multiplicar as cores do eterno e além,
os verbos daquele olhar de esguelha, nas pupilas
a imagem de sentimentos profundos, abismáticos,
graça de desejar termos vividos juntos, desde que nascera eu, aquele sentimento de cuidado, esmero,
Arre... Mister consumar est´alma de minhas verdades,
Mesmo que con-sentidas sob o crivo das dúvidas,
Mesmo que aceites sob o olhar perquiridor dos medos,
Mesmo que louvadas sob a crítica das origens e princípios,
Mesmo que glorificadas sob os instantes-limites dos
Desejos, sonhos, esperanças, buscas de Ec-sistir
O SOU DE QUEM SOU.
#RIO DE JANEIRO, 04 DE MAIO DE 2020, 06:46 a.m."

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