#AMORÂNCIAS DE GERÚNDIOS NO SOUL DE NÁUSEAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ***



"Quero, terei - Se não aqui,
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi. Tudo serei."
Fernando Pessoa
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Efêmeros raios de sol numinosos, brilhos de presente "Ser", luminâncias de pretéritos do “Tempo”, amorâncias de gerúndios nos "Ventos", sibilos do tempo ritmando o ser, soul de melancolias, nostalgias, saudades, jazz de tristezas, solidões, murmúrios de sofrimentos e dores, folks de desejâncias e querências, pular, dançar, etc., classicismo de beleza, belo, estesia, barroco de náuseas e a estética das dúvidas e inseguranças, neoclassicismo de ovelhas no campo, o senhor de cajado na mão, conduzindo-as, uma das ovelhas se foi pelas sendas e trilhas do campo, solitária, deslizando suaves no crepúsculo de melancolias, luminosas esperanças de fin-itude outra, perpassando o tempo de in-finitos desejos do Verbo "Ser" tecendo ilusões em cujos idílios nonadas re-fazem travessias, em cujas elegias pontes re-criam espaços, comungam mistérios e magias em laços de amor pelo que há-de vir de alegrias, dores, pelos projetos por virem no tempo, pelas utopias por se a-nunciarem no vôo da águia, no trotear do alazão, de outros caminhos e sendas em direção à plen-itude do in-finito, aos caminhos-da-roça da montanha coberta de neblina, em cuja essência habita o uni-verso, em cujo cerne habita o além, trans-literalizado do sono profundo que sonha a verdade, re-nascendo de estrofes o ritmo do silêncio - as letras não se calam sem o homem, o homem sim se cala sem as letras.
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A verdade das fin-itudes de letras inscrevem a póstuma epígrafe do "Ser", prescreve o epitáfio da genesis aberta ao antes era o verbo, depois a carne, carne dos medos, carne dos vazios, carne da serpente que a-nuncia o verbo da sabedoria, carne das angústias, carne dos pecados dogmáticos e preceituosos, carne das nostalgias e melancolias, carne dos pecadilhos, carne das culpas, remorsos, só os ossos das cinzas conceberiam os ócios da verdade, a verdade ociosa da plen-itude.
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Delírios à luminosidade da existência - canastro de cogitações da concupiscência, dificuldades da consciência acidental sequazes à antojar do excelso, metro da querença assente verbo – alma–de-inerência, -inspiração da não-plectro à graça da ninharia, oco, carência, báratro do não-ser ao não encanto do estético, cataclismo da ontologia psicanálise do Érebo, - alvoroços, retentivas extintas acarretando o espírito no termo da jornada, érebo transcendente do cataclismo psicanalítico, - sensibilidades, urdido rude que cerca a alma na sémis da vereda, cataclismo do érebo teórico da psicanálise.
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Dos sítios distantes ou longínquos que não foram bastante con-templados às primeiras luzes do dia, raios do sol, trinados de pássaros, amados na hora passageira, como amaria eu de lhes dar à distância o toque esquecido, o gesto negligenciado, a ação suplementar. Invento-os eu, minhas mãos desenham um semi-arco-íris, um barco à luz do céu por sobre as florestas, um nublado que se esvaece e que des-aparece como num fogo de imagens, chamas crepitando lenhas de perspectivas.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 21 DE MAIO DE 2020, 22:35 p.m.#

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