CRÍTICA LITERÁRIA POETISA E ESCRITORA Ana Júlia Machado, INTERPRETA E ANALISA A PROSA #O VALE CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA#




No texto do escritor Manoel Ferreira Neto, #O VALE CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA# poder-se-ia falar de muita coisa, mas destaco essencialmente, o enumerar a hipocrisia, falsidade, poder, autoritarismo, o caminharmos para o abismo, a colectividade perambula de vistas impenetráveis, o inacessível acha-se a ser descerrado. Velozmente, o homem avança para a ruína, tão-somente da janela nos amparamos desses acometimentos. O trilho possui emudecimento e não se demarca em aglossia. Diante do avistar dos sem-fins, impetramos aos emissários e querubins, que não anulem a azenha, pois tem de fruir de explícito trilho, onde sejamos sémenes e não dementes. Da estrada surgida, acha-se as discordâncias a olhos destapados, fruto sem sémen da análise restrita de um resultado coalhado e retorcido. Ácida altivez de todo a classe de homem, findo e não anulado.
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Chega, o dia, que cansamo-nos de tanta mentira. Cansa-se da hipocrisia, da injustiça e da falta de sorte. Simplesmente, cansamo-nos da vida… E, quando isto ocorre, alvitra ser demasiado tarde para voltar atrás. Estamos aos poucos a tornarmo-nos nacos de canhão para o combate. E questionamos:
Quem sou eu?
Que ser - o imerecido, o ambicioso, o falso, o preconceituoso, o untuoso e o enganador
jamais será.
Será o seu inerente espelho,
Olha no seu olho e contempla seu coração.
Preferível ser etiquetado de antissocial do que deter que suportar com o ónus de ser adulterado e desleal. Cada um indumenta-se com o fato que melhor lhe cai bem, o da sonsice, o do prejuízo, o do enganador puritanismo...
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Já eu prefiro vir nu, sem traje algum...A Sonsice não traja o autor, e muito menos na era que está a atravessar-se a nível planetário, é avesso a vestimentas "Contrafeitas. É tanta zelotipia, é tanta a fraude, é tanto apedeutismo, é tanta dissimulação, e ainda pretendem que o ser creia que possa converter o planeta um local superior, quando as potências a nível mundial que minam tudo e todos com as armas biológicas...as outras já não existem, estas são muito mais maléficas, que é exatamente o que desejam. Às vezes enche a bolsa, já não há lugar para coisa mais alguma, a sonsice, adulteradas realidades, o marketing pessoal que arriscam emborcar-nos pela garganta...
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Quem não conhecem as coisas como elas efectivamente são, termina por abater-se em elogios numa hipocrisia mal exprimida da existência verídica.
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Não estejam à espera sobre o cântaro no fim do arco-celeste, quem já lá esteve sabe que pode ter de tudo, menos riqueza.
Não facultem vossos actos, sentenças, enganos ou ajustes a ninguém ou qualquer energia encapotada, nem depreciem seus desacertos para serem melhor aceites a quem quer que seja.
Somos culpáveis por cada passo que facultamos e só há que arrogar tal facto, e saber que tudo que tem, teve ou terá será fruto de suas escolhas - ponto.
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Todo mundo discursa e redige o que bem pensar, simples...
Problemático é crer no que verbaliza, crer na realidade, ou pelo menos a que difunde como seja sua autoria...
Meio intrincado quando a concepção de "verdade" já amargou alterações e procedências...
Mas cada qual tem é que crer na sua, a que suporta consigo para onde vai e que não altera com o meio ou de ajuste com criaturas com as quais convive.
Crê na sua, inalterável...
Infelizmente, poucas pessoas existem a pensarem por si...são influenciáveis pelos outros, desde que obtenham lucro com isso, seja qual for o preço que tenha a pagar..
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Termino a dizer que não acredito no mundo atual e que estamos a chegar ao fim da linha, quer queiramos ou não...quem tem poder tem tudo. Mas, pode ter a certeza que vai como os outros, que em cinza tornar-se-á...
Ana Júlia Machado
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RESPOSTA À ANALISE E INTERPRETAÇÃO SUPRA
"Matou a pau", numa linguagem vulgar, Aninha Júlia. Em todos os níveis do homem que sou, você exprimiu com engenhosidade e verdade. Não acredito no mundo atual, estamos mesmo a chegar ao fim da linha. Mas deixamos o testemunho de nossos ideais, esperanças... Para quem? Para, quem sabe, um novo mundo que sabe sentir e pensar o que fora o VELHO MUNDO DE HIPOCRISIAS E FARSAS DA HUMANIDADE, INTELECTUAIS MANCOMUNADOS ÀS UTOPIAS DO OCO E DO VÁCUO, ESCRITORES CAPACHADOS ÀS FALSIDADES DAS IDÉIAS E IDEAIS. Somos escritores, não passamos panos quentes na testa dos homens. Beijos nossos a você, nossa amada netinha Aninha Ricardo e toda a sua família.
Manoel Ferreira Neto
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#O VALE CONTINGENCIA A JORNADA DO DIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: PROSA
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Caminho por corredores estranhos e mofados. Algumas lembranças vazam pelos cantos, dando um travo, apertando até ficar mais sensível a alma. Afasto estas lembranças para poder seguir, importa isso, importa seguir, mas para onde?
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Um olhar dentro que sempre me faz arrepender de não haver dito as derradeiras palavras nesta ou naquela situação, o gosto desenxabido de letras e acentos. Principalmente do que não gostava. Arrependo-me do que não gosto, não trago dentro qualquer admiração e reconhecimento. A paixão, a inominável paixão ser... este o sentimento que irrompe.
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Desde quando acredito trazer comigo um bolo de sentimentos a ser dito nessa hora? Não o sei, creio que desde a eternidade. Se é ou não chegado o momento de dizer coisas armazenadas há muito, libertando-me do arrependimento trago nas costas, sentindo-me entregue aos desígnios, não me é dado responder, mas, em contrapartida, digo que algo está muito diferente, quem sabe por haver decidido mergulhar nesta gruta, marulhar nestas águas ondeadas de gotas flanando no ar à mercê do vento, seguir alguma trilha que, no íntimo, sabendo de antemão, não mais me sentirei arrependido disto e daquilo. Não ajuízo os porquês sim e não das coisas passadas, sim não saber havia tanto a ser feito, o tempo é exíguo agora, tempo de perguntar "será que sou capaz de fazer tudo isso a toque de caixa, de cinzas? Não quero deixar pendências, fiz o que tinha de fazer."
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a verdade da vida ser o espírito de desejâncias,
ser a alma de travessias e passagens,
travessias e passagens de símbolos do vir-a-ser,
travessias e passagens de signos do eterno,
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as travessias da vida serem a alma dos sonhos
perscrutando as esperanças e entregas,
perquirindo os enigmas do desejo de querer
a verdade cristalina que sacia a sede do sujeito.
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travessias e passagens de metáforas da felicidade
e alegria perenes, travessias e passagens
de linguísticas e semânticas do pleno.
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travessias e passagens da metafísica da loucura
e trafulhas imortais, trambiques póstumos
rumo à insanidade de todas as gerações e tempos
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Deixo-me envolver pela carícia do silêncio, olhando uma luz que sai de uma fresta do teto, incidindo na água de uma pequena lagoa no canto esquerdo. Encontro-me sentado a uma pedra, contemplando as coisas. Anoitecendo. O vale contingencia a jornada do dia. Bem filosófica esta cena, sentado a uma pedra no descampado do vale, mãos amparando o queixo, invisíveis aos olhos de quem perscruta, olhando ao derredor.
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Cada momento me transforma, convencendo-me, com a maior facilidade, a aceitar as forças que me habitam, a acolher os sofrimentos e dores, sentimentos e emoções trazidos em mim dentro; persuadindo-me, com algumas dificuldades, por haver instantes, longos e difíceis, em que acredito não ser capaz de entregar-me aos seus desígnios, a poderes mais criadores e inventivos.
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Sonho.
Este sonho traz-me tanto êxtase:
tenho ansiedade de crescer,
ser alguém na vida
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– ouvira isto desde sempre,
“é preciso ser alguém na vida” -,
fazer algo de que realmente gosto.
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O sonho leva-me à esperança e,
aos meus olhos,
apesar de lúcidos,
tenho dúvidas se continuo consciente,
se a Arte da Inconsciência
Concebe a Vida da Sabedoria.
#RIO DE JANEIRO, 29 DE ABRIL DE 2020, 00:54 a.m.#

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