SOB VELAS UNI-VERSAIS DA LUZ** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Luzes... Palavras... VELAS UNI-VERSAIS...
****
Nada eterno, vazio efêmero.
****
Luzes... palavras, velas uni-versais.
****
Desde que possa sentir os verbos
que compõem a sabedoria
gotejante de orvalho,
as madeixas do ocaso,
voltejando o vento de degelo.
****
Desde que possa ver
o que trans-cende as
esperanças evangelizadas de nostalgias,
melancolias futurais do amor,
supremo astro do ser,
tábua de eternas esculturas.
****
Desde que possa compor o ritmo,
melodia da erudita alusão
ao ventre-oásis ávido dos
pecados de linguagem,
culpas de estilo,
curtidos pela volúpia das semânticas
e linguísticas das chamas
que aquecem as inspirações
além dos sonhos,
além dos desejos,
além das esperanças
e vontades do ser espiritual,
espiritualidades do ser e do tempo...
****
Minh´alma com língua insaciável,
língua de ad-jectivos etéreos,
língua de objetos diretos e in-diretos
das memórias inconscientes,
inconsciente das ausências,
falhas, faltas,
inconsciente das tristezas,
angústias,
desolações,
solidão;
língua de sin-estesias da beleza uni-versal
res-plendida do verbo perfeito,
das divin-itudes da perpétua
brevidade do tempo que goticula
orvalhos do in-trans-itivo amor
à sabedoria das plen-itudes de sentimentos,
emoções que compõem a sensibilidade,
sons do silêncio, blues do deserto.
****
Desde que possa tecer, com os ad-vérbios
entre vírgulas, os pensamentos e idéias,
os ideais e utopias da tagarelice da virtude
com a muvuca da fama
na última hesitante aventura
da derradeira felicidade,
última boêmia que recita e declama
sonetos à luz do entardecer...


#riodejaneiro, 26 de dezembro de 2019#

Comentários