#SILÊNCIOS AO LONGO DE SONHOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



A pá-lavra ouro cintilante do
Arco-íris presente na esplend-ecência
De fim finito, princípio do re-começo
De outras
Flores naturais
De outras montanhas, serras
Que escondem horizontes, uni-versos.
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Arco-íris,
Além longínquos brilhos,
Síntese de cores, síntese de raios rútilos,
Presença de pó áureo nas margens, bordas,
Riscando o celeste,
Nos interstícios do vento.
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Éter eterizado, eterizando ilusões do pleno...
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Perenes esperanças do nada,
Efêmeros sonhos do vazio
Do verso poiético do caos,
Da estrofe sonética do etéreo,
Inscrevendo,
Nas tábuas mágicas do eterno,
As eidéticas coplas sonoras do tempo.
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No cerne do ser verbo, o espírito,
Ser ad nominal da alma,
Que vela o fulgor dos raios numinosos,
Nos abismos abissais, absintos do ser,
Subordinados às raízes da ampulheta,
Cavernas de águas na lagoa finita,
Grutas de cristais na selva fugaz,
Acopladas as sementes do contínuo.
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Gnose trans-parente, trans-nívea,
Trans-lúdica,
Trans-verbal de plen-itudes do sublime...
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Abismos de suave ar
Vindo das profundezas da terra,
Sibilam silêncios
Ao longo de sonhos da solidão.


#riodejaneiro, 26 de dezembro de 2019#

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